quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Instrumento do nosso tempo

Anchieta Gueiros - História de Garanhuns e do Agreste
Créditos da foto: Anchieta Gueiros

Dr. José Francisco de Souza*

A palavra pode ser usada como instrumento do tempo é convencionalmente definido pelo verbo em três dimensões. Com o verbo declaramos a ação, estado e qualidade. Em geral todos somos capazes de praticar atos. Estes antes de se manifestar permanecem presentes no mundo das cogitações. Neste processo é que a busca se aprimora. Por falta de entendimento cada pessoa foge da  vida ao seu modo. O modo de enfrentar a realidade gera o desejo de segurança. Em toda parte a segurança é uma ilusão. A vida é para ser vivida com intensidade. Nas suas manifestações não há esconderijo: "nada se faz oculto que não venha à luz." Isto é bíblico.

Os dias se transformam em mês e estes em anos. A sucessão natural dos anos identifica os séculos. Este é o calendário, dos que apenas se revezam nesta vida. Dos que guardam a indiferença, dos que nunca se encontram. Dos que julgam sempre errado. Estas são as mais tristes das  solidões: viver perdido no meio da multidão.

A escrita que parece fixar a língua, é justamente o que se altera. Não lhe muda as palavras. É um problema de definições, de estilo ou mesmo de propriedade. O pensador, por exemplo, substitui a expressão pela exatidão. Quando se fala, transmite-se os sentimentos e quando se escreve ideias. As afeições sociais só se desenvolvem em nós com as nossas luzes. Parece que a presença do sofredor é contagiante. Neste momento sofremos duplamente. Quem nada imagina não sente mais do que a si mesmo. Vive só no meio do  gênero humano. O mais comprometedor é a falta do  reconhecimento. Isto representa um deserto de valores humano. Está é outra espécie de solidão que mata.

Contra o mal da incapacidade que é a mais cruel das  indiferenças. Assim vivemos ajoelhados não em penitência pelo o que passou -  mas diante de toda a dor humana. Se ofensas  existem nestas palavras, o alvo dessa ofensa é a ignorância. A pessoa humana nos merece profundo respeito. Não há qualificativos para a sucessão dos anos. Há um  estado de espírito pleno de fé como resultado da vida em sua plenitude.

Cada dia é ocasião e aprender e cada criatura que  se aproxima de nós é feliz oportunidade do progresso íntimo para a imortalidade. Em cada homem a vida se renova.

Por isso mesmo, possuímos conceitos, os mais diversos, ao redor de assuntos determinados que as palavras definem por si na simples enunciação mecânica que lhes é própria.

As palavras podem ser  usadas como instrumento do tempo. E o tempo é também o grande caminho da alma."

Para se palmilhar com dignidade os caminhos do tempo que nos conduz  para o silêncio da Eternidade: Jesus é o Mestre.

*Advogado, jornalista e historiador / Garanhuns, 29 de dezembro de 1979.

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