Paulo de Melo (O Poeta da Natureza)
Quando falo de cultura
Não falo de cultuar
Tampouco blá-blá-blá
Como algumas criaturas
Falo de música caipira
O forrozão do sertão
Da lambada e vanerão
E o romântico que me inspira
Mas gosto é aquilo
Cada um tem o seu
Esse é o gosto meu
Eu não crio empecilho
Uma coisa digo aqui
O meu ouvido não é privada
Pra ouvir tanta cantiga safada
O difícil é ter que ouvir
Existem umas cantigas
É a pior prosa que tem
Tem coisas que não convém
É isso que me intriga
Quando é uma bela cantiga
Aquela que tem melodia
Sempre deixa a alegria
E uma simpatia amiga
Mas existe prosa ruim
Na rádio e na TV
Como alguém consegue ver
Uma coisa tão ruim assim
Me diz: isso é cultura?
Por isso eu digo assim
Quando fala de cultura
Sinto logo um cheiro ruim
Desculpe-me a franqueza
Eu não consigo mentir
Quando eu falo de cheiro ruim
Eu tenho a minha certeza
Mas gosto é aquilo
Cada um tem o seu
Pois esse é o meu
E fique aí tranquilo.
Garanhuns | Ano 2018.
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