sábado, 19 de agosto de 2023

Pedro Lima

Pedro Lima
Nasceu em Palmeira de Garanhuns (hoje Palmeirina) no ano de 1890, aos 15 anos partiu para o Rio de Janeiro como soldado da Marinha. Saindo das Escolas profissionais daquela corporação, aos 18 anos, sendo aprovado com distinção nos cursos de timoneiro, sinaleiro e rádio telegrafista. Como prêmio à sua distinção foi mandado pelo Ministério da Marinha, junto com outros de sua turma, para a Escola Marconi.

Em Liverpool, Inglaterra, terminou o seu curso de aperfeiçoamento com distinção. Frequentou e foi aluno estimado pela sua dedicação, a 'Saranton Seholl'. Havendo, por fim terminado com brilhantismo invulgar, o seu  curso de Engenharia na Pensilvânia, Estados Unidos. Poeta de rara sensibilidade, conhecia bem a literatura helênica. Do seu livro inédito 'Inferno' foi publicado um lindo poema intitulado 'Os Dois Hércules'.

Pedro Lima engenheiro, estudou na Velha Europa, jornalista combativo, portador de grande cultura humanística. Professor de línguas em vários Colégios do Recife. Colaborou em quase todos os jornais da época. 

OS DOIS HÉRCULES

Pedro Lima

Depois de um grande feito, o neto de Saturno

senta-se a descansar das lutas que travara.

Um menino travesso, a seus pés, por seu turno,

em voz alta lhe grita o nome de Megára.


De vez em quando o herói estremece de horror.

Não pode conciliar o sono, e, acabrunhado,

empalidece, chora, e, num grande exterior,

Roga a seu pai, A Zeus, que vingue esse atentado...


Os eflúvios da prece, o pai os recebeu.

No mesmo instante o herói sentiu alguma calma.

Aparece-lhe um moço, imagem de Theseu,

o guerreiro valente a quem sorria a palma.


Vendo o gigante, o moço indaga com quem fala.

Sem lhe dizer o nome, o semi-deus lhe aponta

o troféu de Neméa, a pele, que nem bala atravessa.

O rapaz ao feito, então, remonta...


Tu tens a admiração de toda a humanidade conquistado.

Pois bem; vais ouvir minha história;

e dize-me, depois, com leal sinceridade,

se teu valor não se acha a quem da minha glória!


Matas hydra, leão, muitas aves gigantes!...

Olha tudo isto, junto, inda não equivale

à palma do esplendor dos loiros triunfantes

de quem repele o amor tenebroso de Omfale...


Tão negro amor, gigante, eu repeli, valente,

Porque vinha manchar o nome de um amigo; 

e exemplo infame o era à filhinha inocente

dessa honesta mulher que me expunha ao perigo...


A ti sorriu a gloria, e glória viste a esmo.

Porém, dize-me, agora, eu peço por bondade,

não se diz que é maior quem venceu a si mesmo

que o herói conquistador de uma grande cidade?

*Fonte: Abdísio Vespasiano e Álvaro Lemos / Álbum do Município de Garanhuns (1922/1923)

Foto: Pedro Lima.

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