sábado, 19 de agosto de 2023

O Trem

Almerinda Espíndola

Almerinda Espíndola

Oh! quanta saudades tantas
Do meu trem que foi embora...
O adeus daquela hora
Saudosa...

Perder nosso trem não foi prosa!
Um transporte colossal,
Nunca houve outro igual
Por aqui.

Ver o nosso trem partir
Dando um apito saudoso,
Foi um dia inditoso
Pra cidade.

Que falta de piedade!
Maldigo a decisão
Que sangrou o coração
Da gente.

Minha terra tão potente
Cheia de fé e esperança,
Alimentando a confiança
Da desistência...

Pediu justiça, clemência,
Para o plano ser abolido.
Seu povo não foi ouvido
Nem nada!

A ordem foi executada:
O trem deu seu último apito
Que foi ouvido no infinito
Distante...

Como ele era constante...
Os passageiros se acomodavam
Ricos e pobres viajavam
Pra capital!

Tinha carro especial
E de segunda categoria.
Carros de cargas havia
Também!

Nos conformar não convém
Com tamanha crueldade. 
Garanhuns, nossa cidade
Turista

Vê cortada de sua pista
Um ferrovia importante,
Que partiu pra bem distante
Da cidade

Nos deixando tanta saudade,
Falta demais nos fazendo.
Às vezes fico mesmo crendo
Que um dia

Veremos com alegria
Lá na curva apitando
O nosso trem anunciando
Sua vinda.
Garanhuns | 1995

Anchieta Gueiros | História de Garanhuns e do Agreste

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