sábado, 19 de agosto de 2023

Belarmino da Costa Dourado | Devaneio à Sinhá

Narração Anchieta Gueiros

História de Garanhuns

DEVANEIO  À SINHÁ

Belarmino da Costa Dourado

Em ti é que eu penso, formosa menina Nas noites de insônia, cismando ao luar.

Indago às estrelas, teu nome sorrindo,

E os astros dormindo,

Se escondem no mar.


Em ti é que eu penso, sentindo-me escravo

De teus lindos olhos, que bem lindos são...

Pergunto por ti às flores trementes.


E elas dormentes

Se inclinam no chão.


Porque não te vejo, menina ao meu lado

Nas noites de insônia, cismando ao luar,

Tão loura, tão pura, de susto tremendo,


Em mim embebendo

Teu plácido olhar.


Debalde eu te busco. Qual doida miragem

Ah! vejo-te sempre distante a correr...

O! conta-me, virgem, que praga , que sina.


Foi esta,  menina

De amar-te e sofrer?


Porque não te vejo? Nas serras desertas

As aves sonoras já ouço cantar,

Acorda, não durmas, nos seio dos entes,


Há sonhos ardentes, 

E amar é sonhar.


Acorda, as violetas curvadas nos galhos

Trescalam perfumes, levanta-se o sol,

A terra desperta aos riso gelados,


Aos beijos dourados

Do louro arrebol.


E choram sentidas, caindo as cascatas,

Aos áureos sorrisos da aurora quem vem;

As aves despertam do leito de penas


E as asas serenas

Molduram-se além.


Então... nas campinas etéreas do empireo

Verás desmaiando o argenteo luar...

Destacam-se os montes do azul da neblina


Desperta, menina,

Viver é amar.


E assim enleada, às noites cismando

Minh'alma se agita sedenta de luz,

Bem como o précito que após a blasfêmia


Contrito se algema

Aos braços da cruz...

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