O Cajueiro | Créditos da foto de Anchieta Gueiros
No dia em que eu nasci
O destino apontou para a minha mão
E foi ensinar-me
Os escubrios dos rios da ilusão
Mas eu tenho a obrigação
De romper este embaraço
Fazendo mil aventuras
E todas as aventuras que eu faço
Vem um pincel desumano
E apaga todos os traços que eu traço
Desaventura é o meu ninho
Separada dos amores
Inimigo do carinho
Eu ouço uma voz dizer
Nasceu pra viver sozinho
Eu vou no mesmo caminho
Que seguiu a natureza
Mas eu pergunto a vossa alteza
Qual foi o seu ideal
De me fazer sozinho
Como o sobrenatural
Tantos no jardim do bem
E eu na cabana do mal
Mas é muito natural
Insistir com paciência
Mas, eu quero perguntar
A divina providência
Quem foi que pintou
Esse quadro da minha resistência
A falta de competência
Eu sinto que tenho razão
Por que no momento me falta
Amor e inspiração
As testemunhas da cena
Sou eu e a solidão.
* Zé do Lírio foi um poeta da cultura popular, um mestre da expressão dos sentimentos da dor, da vida e da alma. Brejão, PE, novembro de 2009.
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