Paulo Dácio de Melo (O Poeta da Natureza)
Vou lhe pedir meu amigo e camarada
Uma toada pra gente poder cantar.
Pra alegrar este mundo de tristeza
Que o progresso fez com a natureza
Mudou o cenário do sertão onde nasci
E onde eu vi no sertão tanta beleza
Tanta inocência sem malícia isso eu vivi
Eu me criei contemplando a natureza.
Aquela beleza que eu vi, não vejo mais.
Esse progresso criminoso e traidor
Me enganou e enganou os meus pais.
Não vejo mais o cantar dos passarinhos
A asa branca já não vejo mais cantar
A serieme ninguém, mais sabe onde está
A vaqueirama que eu, ouvia aboiar
Já se calaram com tristeza no coração
Tanta tristeza que eu vejo no sertão
Nossa irmão! Não sei se vou aguentar!
Esse progresso criminoso e traidor
Me enganou e enganou os meus pais
Não vejo mais uma boiada pastando
Só vejo andando caveira de animais
Eu preferia o mundo em que nasci,
Onde vivi em lombo de animais
Não vejo mais
Um carreiro carreando
O carro de boi cantando,
Ai que saudade me trás.
Esse progresso criminoso e traidor
Já acabou com a esperança do sertão
Fez rodovias pra escoar a riqueza
E a natureza transformou-se em carvão
E o coração do sertanejo apaixonado
Já foi levado em cima de um caminhão
Ficou pra traz o respaldo do progresso
Toda a miséria, tristeza e a desilusão
A fome a seca e a tristeza do sertão
Estou furioso te afasta, por favor
Esse progresso criminoso e traidor.
Garanhuns, ano 2017.
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