terça-feira, 1 de julho de 2025

O Sacerdote

Anchieta Gueiros - História de Garanhuns e do Agreste

Pedro Gerson Lima Silvestre*

Nasceu em um lar abençoado, onde a nobreza de sentimentos do casal Abílio Camilo Valença e Emília da Mota Valença se perpetuou através de seus descendentes, que continuam testemunhando o amor, a integridade, a fé, a cultura, enriquecendo assim o patrimônio cultural de Garanhuns. Uma família cujo lema foi sempre servir.

Foi desta grande estirpe que surgiu o nosso inesquecível Mons. Adelmar da Mota Valença. Sacerdote íntegro, vigoroso e destemido, gloriosamente respeitado por  todos. Homem de fé, humilde, justo, acolhedor, grande servidor dos irmãos.

Nasceu na Fazenda Beira Mar, perto de Pesqueira, no dia quatro de julho de 1908, em um sábado às 15 horas. Foi o oitavo filho do casal Abílio e Emília.

Deram-lhe o nome de Adelmar, como homenagem ao poeta pernambucano Adelmar Tavares, cujas poesias seus pais gostavam de ler.

Esse homem singular a quem Garanhuns tanto deve, sempre disse à sua população que ele é que devia a Garanhuns, e assim se expressava: "Garanhuns nada me deve; ao contrário, devo tudo a Garanhuns, sobretudo o maior tesouro que me deste - a graça da vocação sacerdotal. Tu fazes Garanhuns, parte da minha vida, desde aquela tarde chuvosa e fria de maio de 1913, quando aqui cheguei."

Adelmar passou por uma adolescência comum, igual a todas as outras.

No dia 24 de janeiro de 1921 Adelmar sofreu muito com a partida de Agobar, seu irmão, para o seminário de  Olinda, onde no dia seguinte vestiu a batina. Eles eram muito unidos. No fim deste mesmo ano Adelmar viajou sozinho para o Recife, para prestar exame no Ginásio de Pernambuco. Passou vinte dias em Olinda e sempre que podia ia visitar seu irmão de peito.

Passou por muitas experiências e provações de fé, conseguindo sempre levar sua mensagem de amor e esperança a todos que o cercavam.

Aos 10 anos de idade foi crismado, e desde então começou a se interessar cada vez mais pelo que a vida religiosa poderia oferecer. Era um ótimo aluno, gostava de religião e sabia todas as obras de misericórdia.

Seu primeiro contato com a Igreja em si foi realizado após um convite recebido por Dom Moura, um amigo que o ajudou na escolha de sua carreira, mas por timidez, acabou recusando o convite.

Desde então Adelmar passou a imaginar como seria viver no seminário, quando finalmente, ainda menor, mas decidido, foi em busca do seu destino. Recebeu empregos e seguiu em frente.

Sua mãe ficava preocupada e dizia que era melhor se trabalhasse mais por perto.

Um dia, numa viagem de volta da Bahia, onde trabalhava, e pensando na morte do irmão padre, Agobar, pela primeira vez, sentiu-se chamado ao sacerdócio. Era um primeiro de novembro, e ele pensava na morte santa que seu irmão tivera, e pensava fazer-se sacerdote para ter também uma morte santa.

Mesmo em casa com sua família, vivendo o luto pela morte de Agobar ele continuava pensando na possibilidade de entrar para o seminário.

Queria muito, mas não sabia com quem falar.

Até que um dia Padre Godoy o viu estudando latim e o encorajou para a decisão que ele estava prestes a tomar.

Dias depois, um automóvel chega a sua casa a fim de  levá-lo para trabalhar no Recife numa mercearia, como contador, e viu ai desmoronar seus sonhos de ser padre.

Lá, adoeceu e achou até que iria morrer, mas Deus o ajudou, e cinco dias depois o dono da mercearia vendeu o  estabelecimento e assim ele poderia voltar para Garanhuns. Não sem antes passar pelo seminário, onde havia encontrado pela última vez, seu irmão Agobar. La chegando, falou ao bispo Dom Hildebrando, de sua vontade de entrar para o seminário sendo por ele desencorajado, por achar que ele não suportaria os estudos, pois estava muito abatido.

Voltando para casa teve muitas desilusões por ter o Padre Godoy quer o estimulava sempre, ter sido designado vigário da paróquia de Barreiros. Entretanto dias depois, chega um bilhete de sua irmã Arlinda, dizendo que o Padre Godoy estava de volta e que havia nomeado reitor do  seminário. E não só isso, mas que tinha conversado com Dom Paiva, e precisava falar com Adelmar.

Quanta alegria e ansiedade! No dia seguinte foi logo conversar com o bispo, agora dependia apenas dele. Pensava nas duas vidas: a que ele tivera até aquele dia e a que teria se optasse por realmente seguir a religiosa.

Dia seguinte, naquele inesquecível 24 de fevereiro de 1931, ele entrou para o seminário. Ali terminava sua primeira vida e começava aquela que mais tarde seria lembrada por todos.

O Grande dia  de sua ordenação sacerdotal 30 de novembro de 1937, foi em uma celebração simples na  Catedral de João Pessoa, na Paraíba.

Sua ascensão religiosa deixa explícita a vocação que ele tinha para o serviço à Igreja de Jesus Cristo. Sua simplicidade e disposição para o serviço a Deus fizeram com  que sua vida fosse repleta de fatos que demonstram sua  grandeza enquanto pessoa. Desempenhou, com muito amor, a missão de sacerdote que lhe foi confiada.

Passou sua vida dedicada à causa de Deus, a caridade com seu próximo, a esta casa, seu querido DIOCESANO, e ao Filho estimado, o GINÁSIO DO ARRAIAL, (hoje, Colégio Mons. Adelmar), do qual dizia: "Nas agruras da minha vida, o Ginásio do Arraial é o meu alento."

Em oito de agosto de 2002, aos 94 anos de idade, em sua residência e cercado do amor de seus familiares, Padre Adelmar se despede, com a certeza do dever cumprido.

O monsenhor Adelmar foi e sempre será um exemplo de integridade, lealdade e bondade. Um verdadeiro baluarte da educação e da fé, que ascendeu para junto do Criador, deixando saudade a todos que compartilharam dos seus ensinamentos e de sua história.

Fonte: Monsenhor Adelmar da Mota Valença - Vida e Obra - Centenário de Nascimento 1908 - 2008 / Irmãs Cândida Araújo Corrêa e Maria Mirtes de Araújo Corrêa. Acervo: Memorial Ulisses Viana de Barros Neto.

Foto: Mons. Adelmar com seus familiares: Dr. José Henrique de Barros Neto, Pedro Gerson Lima Silvestre, Maria Cristina Valença Silvestre, Evaldo Vieira César, Amílcar da Mota Valença e Asnar da Mota Valença, no dia dos 60 anos de Ordenação Sacerdotal de Mons. Adelmar (30.11.1997).

Um testemunho

Adelson Cunha, ex-aluno do Colégio Diocesano

Faz muitos anos. Mas o tempo, algumas vezes, tende a abençoar fatos que nos trazem não lembranças apenas, porque lembranças podem também marcar acontecimentos nem sempre alegres. O tempo neste depoimento santifica e alicerça gestos admiráveis e perpetua uma saudade. Sim, pois nunca se ouviu dizer que exista saudade (de alguma coisa ou de alguém) que não nos purifique suavemente o espírito.

Serão registradas duas situações ocorridas e amaciadas pelo dom do humanismo e da bem-aventurança, tal um rastro de luz iluminando gerações - na doce expressão à memória da Sra. Thereza Odette de Araújo Corrêa. Faleceu jovem. Em março de 2001 seria glorificada com o centenário de nascimento. É que "Mão Divina tinha pressa em coroá-la no Céu".

E neste ano de 2008, se ainda na Terra estivesse, Monsenhor Adelmar da Mota Valença estaria assistindo à alegria dos fiéis amigos e entoarem parabéns pela sua  bondade, pelas dignificantes obras aqui plantadas e pelos cem anos de vida.

Faz  muitos anos, o Ginásio do Arraial estava em início de construção, sob a profícua orientação de Padre Adelmar. Neide, minha esposa e filha de "seu Noraldinho e de Dona Odete Oliveira, morava defronte do santuário de fé e de saber que estava sendo edificado. As chaves de todos os  compartimentos do prédio em obras e da guarda do material lá existente eram entregues à Neide, para ternura e confiança e para júbilo da mocinha desejosa de ser uma das primeiras alunas da nova casa de educação da cidade. Ela se recorda afetuosamente que Padre Adelmar visitava quase diariamente o andamento dos serviços, pela manhã ou após as duas da tarde (mesmo com o Sol escaldante). Vinha a pé e apanhava as chaves das mãos de Neide que, com orgulho e pureza de menina-moça, já dizia ser uma das fundadoras do  santificado prédio. E isso aconteceu maravilhosamente: não foi uma das fundadoras mas uma das iluminadas primeiras alunas do Ginásio já concluído. Por benevolência do Padre (na condição de diretor da nova instituição)  e ante a fortíssima dedicação da jovem ao empreendimento - é bem verdade por reconhecimento e pela situação dos pais - passou a ter os  seus estudos gratuitos. Um dia, porém, o Padre dirigiu-se à  Neide: "Entenda. Não faço mais parte da direção do Ginásio. Por uma questão de ética, fale com as Irmãs e..." Plena de  esperança, obteve o beneplácito de continuar seus estudos sem arcar com qualquer despesa.

Outro louvável registro é o dos irmãos de Neide que  estudavam no Colégio Diocesano. Aflito por não poder honrar o pagamento das mensalidades dos filhos, portanto sem meios suficientes para manter a educação dos rapazes, "seu" Noraldino, com o pudor que lhe era característico, envergonhado até, solicitou à Dona Odete, sua esposa, que fosse falar com o Padre e contasse toda a verdade. Provavelmente, no mesmo dia, a mãe de Neide ouviu do sacerdote mais ou menos estas benditas palavras: "Olhe, isso não é problema, nem motivo para preocupação. Mande os  meninos virem às aulas". Pode-se imaginar o estado de alívio e felicidade em que ficou Dona Odete! Nelson, irmão de Neide, quando retornou do Canal de Suez (ele integrou o batalhão de Paz das Nações Unidas), foi ao Diocesano e presenteou o Padre com um belíssimo tapete Sírio simbolizando a Ceia Larga, notadamente como agradecimento pelos inesquecíveis favores que "Padre Demá" fez aos seus pais e para emoção do estimado e bondoso homem de Deus.

Agora uma passagem que chegou a deixar Garanhuns triste.

Mariano era funcionário da Coletoria Estadual e dedicado colaborador da Rádio Difusora, onde, mesmo sem nada receber por seu trabalho, chefiou o Departamento Esportivo da emissora e era seu comentarista principal. Certa tarde, soube-se do trágico acidente no qual Mariano havia falecido. Retornava de Petrolina, para onde tinha sido transferido. Velório e sepultamento e a cruel certeza de que Ivonete e os filhos iriam passar por momentos difíceis. Acredito que um raio divino me iluminou e rumei ao Colégio Diocesano para falar com Padre Adelmar (nunca me acostumei chamá-lo de Monsenhor) sobre a situação da viúva e das crianças. Com sentimento, emoção e ternura, o Padre doou à família enlutada suficientes roupinhas e uma parte em dinheiro. O mais puro é que os familiares de  Mariano era evangélicos. Após a grandiosa ação, com olhar firme e piedoso, indagou-me: "A viúva e os filhinhos estão bem"?

Assim era Padre Adelmar: austero, disciplinado, de  uma bondade sem limite e de generosas atitudes. Assim foi o Monsenhor Adelmar, cuja função eclesiástica obteve por merecimento e pelas graças divinas.

Pela voz de Cristo do Alto do Magano ecoando pela Praça da Bandeira (aqui é preciso que seja feita uma genuflexão!) e dirigindo-se à Avenida Júlio Brasileiro - onde  se acha imortalizado com a Paz e pelo amor de uma casa de Ensino - Garanhuns louva o centenário de Monsenhor Adelmar da Mota Valença, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

Fonte: Monsenhor Adelmar da Mota Valença - Vida e Obra. Centenário de Nascimento 1908 - 2008. Coordenação das Irmãs: Cândida Araújo Corrêa e Maria Mirtes de Araújo Corrêa.

A Hecatombe de Garanhuns - Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Resgatando e Preservando Nossa Memória

MONSENHOR ADELMAR DA MOTA VALENÇA

O Mons. Adelmar da Mota Valença nasceu em 04 de julho de 1908, no município de Pesqueira, veio com toda sua família para Garanhuns, em 22 de maio de 1913. Em 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos. Naquela época não havia no Colégio estudos além da 1ª série ginasial, e não tendo condições de continuar os seus estudos em Garanhuns foi estudar no Ginásio Pernambucano, no Recife. Assumiu empregos na cidade de Garanhuns, Recife e em Salvador, onde chegou a ser contador do Banco Popular da Bahia.

Sentindo-se atraído para a vida sacerdotal entrou para o Seminário em 1931. Após 7 anos no seminário, recebeu ordenação sacerdotal a 30 de novembro de 1937. Dois meses depois, foi nomeado para a direção do Ginásio de Garanhuns, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro de 1981.

É o maior benemérito do Colégio Diocesano de Garanhuns, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste. Em sua administração à frente do Diocesano, construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, o prédio do Curso Primário e o Ginásio do Arraial, que hoje com justiça chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença. 

Como educador, graças ao seu grande trabalho à frente do Diocesano, foi com justiça que recebeu dezenas de medalhas e diplomas. É cidadão honorário de Garanhuns, Brejão e São Bento do Una.

Mons. Adelmar é o grande Mestre do Colégio Diocesano de Garanhuns, o verdadeiro Gigante, que para perpetuar sua lembrança, a praça onde fica o Colégio recebeu o seu nome. Ao grande sacerdote, educador e amigo, fica a eterna gratidão de todos que um dia tiveram a oportunidade de frequentar o velho casarão.

Faleceu no dia 08 de agosto de 2002, sendo seu corpo velado na Capela do Ginásio por milhares de amigos. 

Retratos do Agreste


Anchieta Gueiros na 13ª Semana de Museus - Maio de 2015 | Sede do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG), Praça Dom Moura, 44.

Retratos do Agreste


Escritores Mariana Gueiros e Anchieta Gueiros. Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG), Praça Dom Moura, 44. Junho de 2014.

Retratos do Agreste


Outubro de 2014 - Padre Gabriel Hofstede e Jackson Fitipaldi (De saudosas memórias). Símbolos de amor, luz e paz. Sede do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG) | Praça Dom Moura, 44. | Créditos da foto: Anchieta Gueiros.

Retratos do Agreste


Julho de 2016 - Da esquerda para a direita: Professor Juvenal Lopes (Rio de Janeiro) e Anchieta Gueiros. Sede do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG). Praça Dom Moura, 44.

Retratos do Agreste

Poeta Sandoval Ferreira e Anchieta Gueiros

Julho de 2015 - Poeta Sandoval Ferreira e Anchieta Gueiros. Sede do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG). Praça Dom Moura, 44.

Retratos do Agreste

Da esquerda para a direita: Paulo Sérgio, Anchieta Gueiros, Cláudio Gonçalves e Orlando Almeida Calado

Julho de 2015 -  Da esquerda para a direita: Paulo Sérgio, Anchieta Gueiros, Cláudio Gonçalves e Orlando Almeida Calado. Sede do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG), Praça Dom Moura, 44.

Retratos do Agreste


Setembro de 2015 - Sede do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns (IHGCG), Praça Dom Moura, 44. Da esquerda para a direita: Manoel Neto Teixeira, José Paulo, Anchieta Gueiros, João Marques e Audálio Filho. Instituto Histórico sendo presenteado pelo artista plástico Godoy Costa com uma bela réplica do Colégio Diocesano de Garanhuns.

Retratos do Agreste


Julho de 2016Exposição realizada na sede do Instituto Histórico Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG), Praça Dom Moura, 44. Da esquerda para a direita: Anchieta Gueiros e os artistas plásticos Socorrinho Gueiros e Jáder Cysneiros. A Exposição foi realizado durante do Festival de Inverno de Garanhuns.

Retratos do Agreste


George Luciano de Barros 'Luciano de Marisa' | Feira Livre de Iati, Pernambuco | 22 de Junho de 2023 | Créditos da foto: Anchieta Gueiros

Candidata peculiar à academia


João Marques | Garanhuns

Enquanto Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, busquei arduamente concretizar um ideal: alcançar um número de participantes compatível e indivíduos que estivessem à altura do título de "Acadêmico". Foram 18 anos de esforço, porém não alcancei esse objetivo. Esta é uma cidade do interior, com recursos limitados para sediar uma academia de letras. Contudo, uma história ilustra o desejo de muitos em fazer parte dessa academia.

Num sábado de manhã, o telefone fixo toca. "Alô! Bom dia!", foi minha saudação. Do outro lado, uma voz feminina questiona: "Você é da Academia?" "Sim, sou o Presidente!", respondo. "Eu quero entrar!", ela declara. "Ah, você gosta de Literatura? Vejo que é jovem." "Sim, mais ou menos!", ela responde. "Você lê?" pergunto. "Às vezes, não muito!", ela admite. "Você escreve?" "Escrevo!", ela afirma. "Já começou ou escreveu algum livro?" "E é necessário?" ela indaga. "É importante, pelo menos pensar em ser uma escritora no futuro!" "Não, não penso nisso... quero entrar na academia porque quero emagrecer... e é preciso tudo isso?"

*João Marques dos Santos, nascido em Garanhuns e residente na cidade, é poeta, contista, cronista e compositor. Desempenhou diversas funções nas atividades culturais locais: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns por 18 anos, Diretor de Cultura do Município e atualmente preside a Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. É autor da letra e música do Hino de Garanhuns. Desde 1995, mantém o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: "Temas de Garanhuns", "Partições do Silêncio", "Messes do Azul" e "Barro".

Da vida


João Marques* | Garanhuns, 15/11/2023

Chego à certeza de que viver é igual a ficar numa escola, em um determinado nível ou curso de formação. O aprendizado está em tudo, na alegria e na dor. O tempo, como nas estações, determina para cada pessoa fases mais ou menos intensas, satisfatórias ou não.

É grande a juventude, e maior o envelhecimento. Em cada quadrante, divisões em diferentes vivências. Umas de favorecimentos, outras de contrariedades. Todas são livros abertos, para os devidos aproveitamentos morais.

Chego à racionalidade de aceitação... receber de bom grado o que se apresenta, que vem mais cedo ou mais tarde. Um tempo de grande renúncia, quando  é preciso apartar-se da vida ideal vivida, dos brios e de tudo que modelara uma personalidade, e aderir de corpo e alma à realidade que se apresenta ou é desvelada como uma pedra, antes escondida entre ramagens e flores. 

E é de bom senso, por toda vida, não se contar com lauréis e diplomas. O espírito de renúncia é sobretudo originado na legítima humildade. É o que da vida se aproveita em caráter peremptório. A vida é assim... o que me ocorre! Um futuro presente e intenso, tão intenso, que se parte, ruidoso, do passado.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

A Posse


João Marques* | Garanhuns, 04/11/2023 

Sexta-feira à tarde, eu havia ido tomar um cafezinho no Iris, muito perto do escritório da firma S. Moraes, onde trabalhava. De repente, vão-me chamar, apressadamente. Corri, era um telefonema de Alcides, do Banco do Brasil. Urgente, comparecer à Agência, na praça da Bandeira. Com o vigor dos meus 24 anos, subi a ladeira, apreensivo. Expediente encerrado, bati numa porta lateral que havia. Fui atendido, entrei e, autorizado, fui pelo meio do salão procurar Alcides.

Sou recebido, com um sorriso, e a pronta informação:

- A sua posse chegou! Assine, aqui, e vá ao sub- gerente, "seu" Frederico!

Surpreso, quis eu retroceder, dizendo que era já fim do dia, expediente encerrado, e não havia mais o que fazer. O encarregado do setor FUNCI, acrescentou:

- Não tem nada! A posse sendo hoje, você ganha dois dias!

O subgerente, de suspensórios,  cumprimentou-me, e deixou que eu fosse levado por pequeno grupo sorridente.  Sentaram-me à maior máquina de escrever. Já colocadas duas ou três grandes folhas de papel, com carbono... E fui informado que era para eu fazer o balancete.

- Não pode errar! Vamos, comece!

Minhas mãos suaram. Olhei em volta, e vi que todos olhavam para mim. Cheguei a começar a tarefa, sentindo o peso da função assumida. Felizmente, não custou, "seu" Frederico veio e, sorrindo, disse que era um trote.

Assim, naquele distante dia 6 de novembro de 1964, longe dos 100 anos da Agência, que se comemoram, agora, sentei-me pela primeira vez na cadeira do funcionário do Banco do Brasil. E, com a acolhida dos novos colegas, em clima de alegria e irmandade, senti, com orgulho, confesso,  a dimensão valorosa que assumia. Vinte e sete anos, nessa agência de Garanhuns, vi-me sempre sentado ante uma máquina de escrever grande, e ao redor os colegas, de bom grado, ensinando-me a escrever o balancete da vida.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

Envelhecer


João Marques* | Garanhuns, 28/10/2023

Não envelhecemos, apenas, quando estamos velhos. Apesar de, ao passar da infância para adolescência, parecer rejuvenescimento, o tempo implacável é o mesmo. Depois, psicologicamente, a idade mais intensa se instala. E se dá o tempo como velho. Envelhecer é natural, como tudo nas existências. Os anos, via de regra, alcançam experiência. E o que é a vida, senão a constância do conhecimento.  Conhecer,  quando  representa verticalidade e   raciocina o significado da vida, é sabedoria.

Não há nada mais verdadeiro e enriquecedor do ser humano que o saber. Na prática, é o domínio do tempo. Supera o desgaste dos anos contados, e pode, o quanto saudável, alcançar felicidade. Tudo isso, é claro, se aplica ao espírito. O corpo, enquanto físico, apenas, é um ente comparável a quaisquer outras materialidades. Entretanto, se tomado pela inteligência, pela alma, é uma entidade imortal, livre de envelhecimentos. É saudável envelhecer,  reunindo-se em uma única estação os dois extremos do tempo, o passado e o futuro, abstrações da existência que acontece e que se espera.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

O silêncio


João Marques* | Garanhuns, 24/10/2023

O silêncio, com o desenvolvimento da sensibilidade humana, deixa de significar  pouco ou nenhum som apenas, e se aplica efetivamente a um espaço de paz. Uma flor, um sorriso de criança, o rosto sossegado de um idoso, a expressão da boa poesia, tudo que reflita a alma, o belo, o que retrate ou inspire a perfeição. Esse silêncio, enfim, não é ausência, mas presença que identifica o domínio superior do espírito.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

110 anos de Amílcar da Mota Valença

Amílcar da Mota Valença

No último dia 19 de maio lembramos os 110 anos de nascimento de Amílcar da Mota Valença.

No meado do mês de maio de 1915, o casal Abílio Camilo Valença e Emília da Mota Valença se regozijava com o nascimento de mais um membro da família, um garanhuense da gema, que viria a se tornar um dos mais importantes homens públicos de Garanhuns.

Na antiga casa nº 34 da Praça João Pessoa, onde atualmente está localizado um moderníssimo e ousado empreendimento comercial de propriedade do empresário Mauro de Souza Lima, na parede do hall de entrada do Empresarial Mauro Lima está colocada uma Placa informativa, por gentileza de seu proprietário, onde se lê que, no dia 19 de maio de 1915, nascia o renomado cidadão Amílcar da Mota Valença.

Amílcar, desde cedo, participou da luta heroica de seus pais que, para educar satisfatoriamente seus filhos, se impunham enormes sacrifícios para assegurarem um futuro digno para os mesmos, matriculando-os nos melhores educandários locais.

De caráter altivo e indômito desde a infância, Amílcar começou seus estudos no Ginásio de Garanhuns, transferindo-se depois para o Colégio Salesiano do Recife, onde, em regime de internato, continuou o curso secundário, quando aprendeu música e tipografia. Sendo muito apegado aos seus familiares e tendo de se apresentar ao Exército para prestar serviço militar, regressou a Garanhuns para servir ao Tiro de Guerra e, também para dar continuidade aos seus estudos no Ginásio de Garanhuns.

Amílcar aprendeu com o seu pai, então agricultor e pecuarista no distrito de São Pedro, a lidar com os árduos serviços da fazenda, auxiliando-o na labuta cotidiana que era imprescindível para manter condignamente a família.

Sem ter deixado de lado a profissão de agricultor e pecuarista, Amílcar foi, concomitantemente, transportador, comerciante e industrial, ao se estabelecer, no distrito de São Pedro com o ramo de padaria, mercearia e tecidos. Posteriormente, implantou uma bem montada fábrica de queijos e manteiga. Proprietário de um caminhão, ele mesmo dirigia o seu veículo, transportando as mercadorias adquiridas para o seu estabelecimento comercial, os produtos de suas atividades industriais, inclusive de uma pedreira que ele explorava, ou mesmo como motorista profissional, no transporte de mercadorias de terceiros.

Dispondo de um bravo espírito de liderança desenvolvido no contato frequente com a gente simples, ordeira e fiel de sua comunidade foi instado, por seus amigos e correligionários, a se candidatar e disputar os votos que o elegeriam vereador de Garanhuns, resultando ter sido eleito em 1947 e reeleito nos anos de 1951 e 1955, em três pleitos consecutivos, pelo sufrágio de boa parte dos eleitores da cidade e de uma maioria esmagadora de votos conseguida em seu amado distrito de São Pedro.

Não concorreu ao pleito seguinte realizado em 1959, por entender que a vez pertencia, por merecimento, ao seu amigo Hermínio Sampaio, para quem reivindicou apoio pleno do seu eleitorado.

Em 1963, após um memorável e renhido pleito eleitoral, Amílcar logrou uma importante e consagradora vitória, a de ser eleito prefeito de sua terra natal, o Município de Garanhuns. Considerando a sua vocação política somada a um expressivo tino administrativo adquirido no desempenho de inúmeras atividades desenvolvidas nos campos da agricultura, da pecuária, do comércio, da indústria e do transporte de cargas, as quais conferiram a Amílcar plenas condições para atuar na gestão da administração pública municipal com a maior desenvoltura.

Buscando ampliar os seus conhecimentos, antes de assumir o governo municipal, Amílcar realizou proveitosa viagem de observação em cidades como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Goiânia, Anápolis e Uberaba.

Quando no exercício do governo, foi contemplado com uma Bolsa de Estudos Administrativos para realizar estágio em várias cidades dos Estados Unidos, tendo recebido diversos Certificados de Aproveitamento expedidos pela Agência Internacional para o Desenvolvimento, além de ser merecedor dos Títulos de Cidadão Honorário das cidades de Miami, Estado da Flórida; de Sioux, Estado de Sioux; e de Galveston, Estado do Texas.

Em 1973, foi novamente eleito Prefeito de Garanhuns. Mesmo levando-se em consideração o nível de experiência adquirido, Amílcar não titubeou e aceitou convite do Governo da República Federal da Alemanha para realizar estágios em diversas cidades daquele país sobre Tarefas do Desenvolvimento da Administração. Devido ao bom desempenho apresentado durante os estágios recebeu os respectivos Certificados de Aproveitamento.

Como prefeito de Garanhuns, Amílcar realizou administrações impecáveis, que vêm, continuadamente, servindo de paradigma para os administradores municipais que o sucederam. Realizou obras estruturadoras de grande vulto que bem demonstraram sua capacidade de um competente administrador entremeada com a de um grande estadista.

No âmbito da Educação, criou o Colégio Municipal Padre Agobar da Mota Valença que chegou, em determinada época, a atingir a invejável marca de 3.000 alunos matriculados, e a FAGA – Faculdade de Administração de Garanhuns, primeiro passo que foi dado para atender às necessidades de implantação do ensino de terceiro grau em Garanhuns.

No âmbito do Abastecimento, criou o Mercado Municipal 18 de Agosto, o Mercado da Carne, o Mercado de Farinha e a CEAGA – Central de Abastecimento de Garanhuns, medidas iniciais básicas para a implantação de um sistema adequado de abastecimento não só para a cidade de Garanhuns como para o Agreste Meridional.

Graças ao seu prestígio junto aos Governos Federal e Estadual, conseguiu para o Município de Garanhuns a implantação de várias obras de grande repercussão até os dias presentes, a exemplo de: A implantação do Batalhão Duarte Coelho, do 71º Batalhão de Infantaria Motorizado; a implantação de um Terminal Rodoviário de grande porte, em terreno que pertencia ao Sport Clube de Garanhuns, adjacente ao Parque Euclides Dourado; implantação da Vila José Bernardino Teixeira (Vila do Quartel); implantação da Vila Popular da COHAB I; implantação do Núcleo de Supervisão Pedagógica de Garanhuns (atual GERE); e a implantação da sede da CIRETRAN.

Amílcar recebeu inúmeras homenagens do Exército Brasileiro, sendo condecorado, entre outras, com a Medalha do Pacificador, outorgada por ordem do Ministro do Exército e a Medalha do Exército, concedida pelo Presidente da República Federativa do Brasil.

No seu segundo governo municipal, estando à venda e com possibilidade de ser negociado para fora do Estado, Amílcar adquiriu à Diocese de Garanhuns o Parque Gráfico e a marca do Jornal “O Monitor”. O seu antigo cargo de aprendiz de tipógrafo falou mais alto e ele não permitiu que a cidade perdesse tão importante periódico.

Como Sócio Honorário da Academia de Letras de Garanhuns, ele doou, a esta instituição cultural, as suas coleções completas de “O Monitor” e do “Jornal de Garanhuns”, este dirigido e editado por Mauro de Souza Lima.

Considere-se, ainda, o fato de que Amílcar, comprovando sua eficiência administrativa, por duas vezes foi designado pelo Ministro da Previdência Social para ocupar o cargo de Agente do INPS, em Garanhuns.

Amílcar da Mota Valença faleceu em 5 de outubro de 2013, aos 98 anos de idade.

Texto: Prof. José Henrique de Barros.

A Paz - Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Resgatando e Preservando Nossa Memória

MONSENHOR ADELMAR DA MOTA VALENÇA

O Mons. Adelmar da Mota Valença nasceu em 04 de julho de 1908, no município de Pesqueira, veio com toda sua família para Garanhuns, em 22 de maio de 1913. Em 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos. Naquela época não havia no Colégio estudos além da 1ª série ginasial, e não tendo condições de continuar os seus estudos em Garanhuns foi estudar no Ginásio Pernambucano, no Recife. Assumiu empregos na cidade de Garanhuns, Recife e em Salvador, onde chegou a ser contador do Banco Popular da Bahia.

Sentindo-se atraído para a vida sacerdotal entrou para o Seminário em 1931. Após 7 anos no seminário, recebeu ordenação sacerdotal a 30 de novembro de 1937. Dois meses depois, foi nomeado para a direção do Ginásio de Garanhuns, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro de 1981.

É o maior benemérito do Colégio Diocesano de Garanhuns, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste. Em sua administração à frente do Diocesano, construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, o prédio do Curso Primário e o Ginásio do Arraial, que hoje com justiça chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença. 

Como educador, graças ao seu grande trabalho à frente do Diocesano, foi com justiça que recebeu dezenas de medalhas e diplomas. É cidadão honorário de Garanhuns, Brejão e São Bento do Una.

Mons. Adelmar é o grande Mestre do Colégio Diocesano de Garanhuns, o verdadeiro Gigante, que para perpetuar sua lembrança, a praça onde fica o Colégio recebeu o seu nome. Ao grande sacerdote, educador e amigo, fica a eterna gratidão de todos que um dia tiveram a oportunidade de frequentar o velho casarão.

Faleceu no dia 08 de agosto de 2002, sendo seu corpo velado na Capela do Ginásio por milhares de amigos.

Em que você está pensando


João Marques* | Garanhuns, 20/10/2023

Estou pensando que, enquanto houver guerra na Terra, o planeta não atinge o grau de mundo civilizado. O ser humano continuará perdido em seus ínvios caminhos, sem conhecer os benefícios da paz, sem vivenciar a dignidade do amor, e longe de conhecer-se. A noite é mais trevosa, o brilho do sol sombrio, e a morte tida como a razão derradeira da existência. E, certamente, as pedras não florescerão, ainda.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

Reflexão às imagens da guerra


João Marques* | Garanhuns, 11/10/2023

Vivo nesta manhã de quarta-feira, véspera do grande dia, 12 de outubro, comemorativo da criança e de outros acontecimentos memoráveis. De um lado, no turno, as notícias da guerra no Oriente, e de outro, a paz matinal, aqui. A guerra... considero a guerra uma bestialidade humana. E, restrita, representa, ainda, grau de atraso da civilização da humanidade.

Penso, numa fuga do horror, pela manhã que  respiro, a vida ampla. E, como sempre, concebo o significado da vida, a perfeição da existência, a razão de tudo. O homem, eu conheço, a caminho de alcançar a sua espiritualização definitiva. E verifico que, apesar do avanço tecnológico e da capacidade do adiantamento bélico, erra em seu domínio animal. O mal é justificado e oficializado, como meio de amparo às ambições. 

Rasteja o ser humano, desconhecendo, por suas limitações da verdadeira inteligência, o que é, como criatura. Equivoca-se em não reconhecer o ser espiritual que é, e se fecha, indivíduo, em seu egoísmo. É verdadeiramente cego, ante o que é demonstrado pela natureza ao lado e pela imensidade do universo. Contudo, acredito no tempo, que corrigirá o homem, e o colocará, longe da guerra e do ódio, na vanguarda do progresso do conhecer-se, e ter o amor como sua única condição de se completar, como criatura de Deus.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

Convite


Convido os amigos, para o lançamento do meu livro de poesia, BARRO, que acontecerá na próxima quinta-feira, 18, às 19h., na Comedoria do SESC, realização da QUINTA DA LITERATURA. Apresentadores do autor da obra, respectivamente, Nivaldo Tenório e  Karina Calado.

Agradeço pelo seu comparecimento.

João Marques dos Santos

O ser pai


João Marques* | Garanhuns

Pai é geração e amparo. É saber que passa, e, muito mais, é exemplo. É correção, nunca destruição, e realização pessoal pelo triunfo do filho. É a reunião de sua mão à mão direita da mãe. E, na ausência de mãe, as duas mãos, com a força dos braços.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

E nós aqui...


João Marques* | Garanhuns

É fazer um desabafo! soprando com esforço. E nós aqui... Quanto ar neste imenso território do Brasil, gigante pela própria natureza. Rico, de tudo rico, e morrendo tanta gente sem ar. Pobre gente sem vez, sem leito nos hospitais, e sem direção e prevenção. E nós aqui... sem medidas responsáveis, sem a vergonha dos governos - o federal, que nunca esteve ou está aí. E nós aqui... filhos da esperança, esperando por vacina, e vacina é com a sina de ser velho. Todo mundo quer viver, mas neste país, tanto descaso e um Presidente ruim, oh que bicho ruim! E nós  aqui...  de um povo heroico o brado retumbante...  meu grito livre, de pouco ar. Falta ar no Brasil, e nós aqui esperando. O nosso País foi sempre espera. Eu espero, e esperar é a única forma de patriotismo. Meu grito, meu protesto, de braço levantado, no espaço sem ar. Que vergonha, eu morro de vergonha de ter de estar sob o governo de tanta gente sem vergonha. Eu e todos, e nós aqui.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

Mensagem


João Marques | Garanhuns

Nessa manhã, levantei os olhos e vi as nuvens. Minha cidade é alta, e de cada colina nós nos sentimos mais perto do céu. O céu intenso e as nuvens, vagarosas, adejando sobre as nossas cabeças. Estavam tão calmas hoje, tão alvas, que me pareceram um imenso manto da Criação. E debaixo dessas nuvens, admiti o mais confortável aconchego. Respirei fundo, e as vi, as nuvens perto, como distendidas asas da paz. Bendita manhã, bendita incursão nesses páramos celestiais. Não estamos perdidos ou abandonados em um vale de amargura. Olhar para cima!

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

Autoajuda


João  Marques* | Garanhuns

Aprender a respirar as coisas

o instante que estende a espera

o momento de acabar a glória

a vez da desilusão dos sonhos

e resfolegar o que oferecer a vida


o vento da aragem branda

é o mesmo da grande ventania

e por corredor o espaço imenso

passagens do céu e dos horizontes

águas e peixes respirando a luz


há quebra do travo do tempo

quando igual se aspira a alma

que não é só o poder das mãos

o poder do ar espraia acima as nuvens

que se refazem sempre e vão e vêm

como tudo em redor do sol.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

O Sacerdote - Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Resgatando e Preservando Nossa Memória

MONSENHOR ADELMAR DA MOTA VALENÇA

O Mons. Adelmar da Mota Valença nasceu em 04 de julho de 1908, no município de Pesqueira, veio com toda sua família para Garanhuns, em 22 de maio de 1913. Em 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos. Naquela época não havia no Colégio estudos além da 1ª série ginasial, e não tendo condições de continuar os seus estudos em Garanhuns foi estudar no Ginásio Pernambucano, no Recife. Assumiu empregos na cidade de Garanhuns, Recife e em Salvador, onde chegou a ser contador do Banco Popular da Bahia.

Sentindo-se atraído para a vida sacerdotal entrou para o Seminário em 1931. Após 7 anos no seminário, recebeu ordenação sacerdotal a 30 de novembro de 1937. Dois meses depois, foi nomeado para a direção do Ginásio de Garanhuns, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro de 1981.

É o maior benemérito do Colégio Diocesano de Garanhuns, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste. Em sua administração à frente do Diocesano, construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, o prédio do Curso Primário e o Ginásio do Arraial, que hoje com justiça chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença. 

Como educador, graças ao seu grande trabalho à frente do Diocesano, foi com justiça que recebeu dezenas de medalhas e diplomas. É cidadão honorário de Garanhuns, Brejão e São Bento do Una.

Mons. Adelmar é o grande Mestre do Colégio Diocesano de Garanhuns, o verdadeiro Gigante, que para perpetuar sua lembrança, a praça onde fica o Colégio recebeu o seu nome. Ao grande sacerdote, educador e amigo, fica a eterna gratidão de todos que um dia tiveram a oportunidade de frequentar o velho casarão.

Faleceu no dia 08 de agosto de 2002, sendo seu corpo velado na Capela do Ginásio por milhares de amigos.

A paróquia da Boa Vista - Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Resgatando e Preservando Nossa Memória

MONSENHOR ADELMAR DA MOTA VALENÇA

O Mons. Adelmar da Mota Valença nasceu em 04 de julho de 1908, no município de Pesqueira, veio com toda sua família para Garanhuns, em 22 de maio de 1913. Em 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos. Naquela época não havia no Colégio estudos além da 1ª série ginasial, e não tendo condições de continuar os seus estudos em Garanhuns foi estudar no Ginásio Pernambucano, no Recife. Assumiu empregos na cidade de Garanhuns, Recife e em Salvador, onde chegou a ser contador do Banco Popular da Bahia.

Sentindo-se atraído para a vida sacerdotal entrou para o Seminário em 1931. Após 7 anos no seminário, recebeu ordenação sacerdotal a 30 de novembro de 1937. Dois meses depois, foi nomeado para a direção do Ginásio de Garanhuns, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro de 1981.

É o maior benemérito do Colégio Diocesano de Garanhuns, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste. Em sua administração à frente do Diocesano, construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, o prédio do Curso Primário e o Ginásio do Arraial, que hoje com justiça chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença. 

Como educador, graças ao seu grande trabalho à frente do Diocesano, foi com justiça que recebeu dezenas de medalhas e diplomas. É cidadão honorário de Garanhuns, Brejão e São Bento do Una.

Mons. Adelmar é o grande Mestre do Colégio Diocesano de Garanhuns, o verdadeiro Gigante, que para perpetuar sua lembrança, a praça onde fica o Colégio recebeu o seu nome. Ao grande sacerdote, educador e amigo, fica a eterna gratidão de todos que um dia tiveram a oportunidade de frequentar o velho casarão.

Faleceu no dia 08 de agosto de 2002, sendo seu corpo velado na Capela do Ginásio por milhares de amigos.

Diocesano de Garanhuns Ninho de Águias - Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Resgatando e Preservando Nossa Memória

MONSENHOR ADELMAR DA MOTA VALENÇA

O Mons. Adelmar da Mota Valença nasceu em 04 de julho de 1908, no município de Pesqueira, veio com toda sua família para Garanhuns, em 22 de maio de 1913. Em 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos. Naquela época não havia no Colégio estudos além da 1ª série ginasial, e não tendo condições de continuar os seus estudos em Garanhuns foi estudar no Ginásio Pernambucano, no Recife. Assumiu empregos na cidade de Garanhuns, Recife e em Salvador, onde chegou a ser contador do Banco Popular da Bahia.

Sentindo-se atraído para a vida sacerdotal entrou para o Seminário em 1931. Após 7 anos no seminário, recebeu ordenação sacerdotal a 30 de novembro de 1937. Dois meses depois, foi nomeado para a direção do Ginásio de Garanhuns, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro de 1981.

É o maior benemérito do Colégio Diocesano de Garanhuns, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste. Em sua administração à frente do Diocesano, construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, o prédio do Curso Primário e o Ginásio do Arraial, que hoje com justiça chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença. 

Como educador, graças ao seu grande trabalho à frente do Diocesano, foi com justiça que recebeu dezenas de medalhas e diplomas. É cidadão honorário de Garanhuns, Brejão e São Bento do Una.

Mons. Adelmar é o grande Mestre do Colégio Diocesano de Garanhuns, o verdadeiro Gigante, que para perpetuar sua lembrança, a praça onde fica o Colégio recebeu o seu nome. Ao grande sacerdote, educador e amigo, fica a eterna gratidão de todos que um dia tiveram a oportunidade de frequentar o velho casarão.

Faleceu no dia 08 de agosto de 2002, sendo seu corpo velado na Capela do Ginásio por milhares de amigos. 

A União entre os homens - Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Resgatando e Preservando Nossa Memória

MONSENHOR ADELMAR DA MOTA VALENÇA

O Mons. Adelmar da Mota Valença nasceu em 04 de julho de 1908, no município de Pesqueira, veio com toda sua família para Garanhuns, em 22 de maio de 1913. Em 5 de março de 1917, entrou para o Ginásio de Garanhuns, no qual estudou durante 6 anos. Naquela época não havia no Colégio estudos além da 1ª série ginasial, e não tendo condições de continuar os seus estudos em Garanhuns foi estudar no Ginásio Pernambucano, no Recife. Assumiu empregos na cidade de Garanhuns, Recife e em Salvador, onde chegou a ser contador do Banco Popular da Bahia.

Sentindo-se atraído para a vida sacerdotal entrou para o Seminário em 1931. Após 7 anos no seminário, recebeu ordenação sacerdotal a 30 de novembro de 1937. Dois meses depois, foi nomeado para a direção do Ginásio de Garanhuns, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro de 1981.

É o maior benemérito do Colégio Diocesano de Garanhuns, sendo um dos maiores exemplos de educadores do Nordeste. Em sua administração à frente do Diocesano, construiu 2 pavilhões de aulas, o auditório, a capela, a cozinha e o refeitório, a quadra de esportes, a piscina, o prédio do Curso Primário e o Ginásio do Arraial, que hoje com justiça chama-se Colégio Mons. Adelmar da Mota Valença. 

Como educador, graças ao seu grande trabalho à frente do Diocesano, foi com justiça que recebeu dezenas de medalhas e diplomas. É cidadão honorário de Garanhuns, Brejão e São Bento do Una.

Mons. Adelmar é o grande Mestre do Colégio Diocesano de Garanhuns, o verdadeiro Gigante, que para perpetuar sua lembrança, a praça onde fica o Colégio recebeu o seu nome. Ao grande sacerdote, educador e amigo, fica a eterna gratidão de todos que um dia tiveram a oportunidade de frequentar o velho casarão.

Faleceu no dia 08 de agosto de 2002, sendo seu corpo velado na Capela do Ginásio por milhares de amigos.

Cidadão do tempo


Por Lenice Melo* 

Escrever sobre o Mons. Adelmar é escrever com o coração pelo que ele representa nas nossas vidas, na cidade de Garanhuns e no vasto território nacional, através dos seus ex-alunos

Diante de imagens tão ilustre e de personagem tão amiga, sinto-me em estado contemplativo, mesmo anos após sua passagem do  tempo para o Eterno. Meu conhecimento com o Mons. Adelmar vem de minha infância, quando íamos visitá-lo, no Colégio Diocesano, conduzida por  meu tio Mons. Tarcísio Falcão. Ambos mantiveram a vida inteira laços indestrutíveis de grande estima e de fraternidade a toda prova.

Na minha casa, sempre houve clima de veneração, com relação ao Mons. Adelmar, externado também por minha avó materna Adelaide Falcão que além de considerá-lo sacerdote santo, devotava-lhe total confiança e grande amizade.

Foi também padrinho de um dos meus irmãos. Sempre que necessitávamos de apoio, de um amigo, estava o Monsenhor a nos escutar, a compartilhar conosco, participando da vida de nossa família. Era o amigo certo em todos os momentos da vida.

Concluídos meus estudos universitários e regressando a Garanhuns, antecipadamente, fui convidada a lecionar no Colégio Diocesano, lá permanecendo por longos anos.

Minha convivência diária com o Monsenhor ultrapassou três décadas.

De caráter integro, dotado de total desprendimento, onipresente, pois estava sempre em todas as dependências do Colégio: do dormitório dos internos as salas de aula, do refeitório ao parlatório, da portaria a capela.

Desempenhava uma vigilância constante e responsável por seus educandos a quem os chamava pelo próprio nome.

Revestido de grande potencial em função da educação, soube orientar e conduzir seus alunos, retificando-lhes os erros.  Viveu para os outros, para os seus alunos, para os amigos e para o próximo.

Tinha o dom de educar e de ajudar. Como educador sabia ser exigente e também cordial, caridoso, sereno, introspectivo e de sorriso discreto.

Solicito no atendimento aos mais necessitados, possibilitava aos mais pobres o direito de estudar e ter um futuro promissor. Foi homem de ação, de atitudes comedidas, raramente extremas e de oração.

Certa ocasião, era período de provas finais, encontrei-me em situação bastante delicada perante um aluno de atitudes estranhas. Transmiti ao Monsenhor o que estava ocorrendo. Ao sair do Colégio, sozinha, exposta, em plena noite, com aquele problema, quase vacilei. Eis que surge o Monsenhor, em silêncio, acompanhando-me com seu olhar até que entrasse no automóvel. Sua veste eclesiástica era uma bandeira e sua envergadura moral era só dignidade.

Sua vida foi de trabalho contínuo, de muito sofrimento, sem conforto, honestíssimo e sem o repouso necessário. A primazia do espiritual se revelava através de  sua vida de oração, no cotidiano de sua existência.

Em determinadas horas, lá estava de joelhos, na Capela do Colégio, em reflexão, orando ou no exercício do ministério sacerdotal, ouvindo confissões ou nas celebrações eucarísticas. Soube manter a maior comunicação, que é aquela interior, a que vem do mais íntimo, impregnada dos valores espirituais e eternos.

Quando adolescente, pedi-lhe que escrevesse no meu álbum de recordações. Prontamente, delineou-me o caminho da virtude, através dos pequeninos atos que podem tornar-se grandiosos, mediante o amor com que os realizamos.

Sempre acreditei na força da palavra, a maior força do mundo, pois a palavra de Deus se fez carne - o CRISTO JESUS. Em se tratando do Mons. Adelmar, as palavras perdem seu significado para dar lugar a outra linguagem, a do coração, a dos sentimentos mais ternos e mais nobres - amizade e gratidão.

Para o Mons. Adelmar a minha homenagem, que é o canto de louvor, oriundo do Salmo 111: "A MEMÓRIA DO JUSTO É ETERNA".

Fonte: Monsenhor Adelmar da Mota Valença - Vida e Obra - Centenário de Nascimento 1908 - 2008 - Irmãs Cândida Araújo Corrêa e Maria Mirtes de Araújo Corrêa - Ano 2009. 

O Sacerdote

Pedro Gerson Lima Silvestre* Nasceu em um lar abençoado, onde a nobreza de sentimentos do casal Abílio Camilo Valença e Emília da Mota Valen...