terça-feira, 28 de outubro de 2025

Compreensão


Associação  de elementos humanos se torna mais perfeita e mais feliz, na medida em que se concentra mais fraterna. É nesta atmosfera da amizade cívica que uma sociedade se constitui mais humanística e realiza fraternalmente o seu  bom. O homem como criatura racional deve ser consciente de sua capacidade de criar no eterno. Liberta-se da oscilação mental e entende as coisas acima do bem e do mal.

O tempo e o espaço se conjugam dentro do sistema biológico da espécie humana. O ser aprende pelo desdobramento de sua própria natureza tridimensional. Nesse estado, a dimensão vibratória se identifica entre dois mundos de comunicações. Esse estado cultural aparelha a mente às reflexões de ordem fraternal. E este estágio afasta o separatismo por  meio da espiritualidade universal.

Não é preciso uma natureza angelical para sentir os efeitos aureolados pelos caminhos da perfeição. O homem pelo seu espírito, sabe imprimir um  cunho de sociabilidade afetuosa em todas as dimensões de  sua alta compreensão. Não é  exibição previamente programada contra a autocensura do  talento político e social da presença humana do homem criar dor de amplas possibilidades. Isso é mais um dos aspectos da improvisação mental do homem traquejado pela rebeldia. Isto é pela capacidade indefinida de criar a presença do histórico.

Autor dessa filosofia de vida o ser humano sabe que neste mundo, o domínio da compreensão não é fácil. Contudo, a presença difícil não chega atingir às raias de um problema. Nesse conceito, a capacidade de enfrentar os problemas anula os seus efeitos. Problema equacionado perde a sua qualificação, e passa para o  plano da mentalidade comum.

Os problemas das massas são os mesmos da soma dos indivíduos multiplicados. Embora a psicologia coletiva nos  adverte que a sociedade é mais  condensadora do que as somas dos indivíduos. A sua natureza essencial implica em certo casuísmo. Dai o velho e estupidamente explorado conceito de direito público: os interesses da sociedade são  superiores aos do indivíduo. 

Mas não é um fato evidente que isto que sou nos meus contatos com os outros é que  gera a sociedade? É que, se eu não me transformo radicalmente nunca poderá haver uma transformação na função essência da sociedade? "Quando nos baseamos num sistema para transformar a sociedade estamos apenas descartando o problema, porque um sistema não pode transformar o homem". Esse raciocínio é do privilegiado humanista cultural, Krisnhamurti, considerado "O Instrutor do Mundo".

A história nos mostra que  sempre é o homem quem transforma o sistema. O homem esclarecido domina pela inteligência e é superior ao meio ambiente.

Se não me compreendo nos  meus encontros com os meus semelhantes, eu sou a causa do caos, da miséria, da destruição, do medo e da brutalidade. E nos tornamos coparticipantes das agressões à natureza humana e a destruição passa cominar boa parcela da sociedade. Compreender-me não é  uma questão de tempo. Queremos dizer que posso compreender-me neste instante. A compreensão não depende do tempo no sentido "cronométrico".

"Se eu digo: "eu me compreenderei amanhã", eu quero dizer que não posso compreender neste instante. Tentando adiar o tempo estou retardando o tempo, e gero o caos e a  miséria, minha ação é destruidora. "A partir do momento em que digo: "eu me compreenderei" introduzo um elemento de duração e já estou mergulhado na onda de confusão e aniquilamento.

A compreensão é forçosamente AGORA. E não amanhã. Amanhã é para o espírito preguiçoso, para o espírito apático, para o homem desinteressado do problema. Quando nos apercebemos, no momento exato da ação, agimos imediatamente, existe compreensão e  transformação imediata. A mudança que acontece amanhã é  apenas uma modificação e não uma transformação. A transformação acontece agora: a revolução mental é AGORA, e não amanhã. O exemplo do  agora se eterniza porque pertence a vida no tempo e no espaço que são o eterno presente, onde a compreensão é sempre AGORA.

*Advogado, jornalista, cronista e historiador | Crônica transcrita do jornal O Monitor.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A evolução do conhecimento humano

Jesus de Oliveira Campelo

Jesus de Oliveira Campelo*

O mundo de hoje invade o cotidiano do ser humano de tal forma que vai se tornando cada vez mais difícil vislumbrar-se o que está dentro do intimo de cada de cada um e, por conseguinte, visualizar as causas de determinados desequilíbrios causadores de angústias e de outros problemas tratados nas áreas da psicologia.

Não há tempo disponível nos afazeres diários e, até mesmo, falta de interesse para dedicar-se ao conhecimento de algo que faz parte da vida, algo que comanda seu destino aqui na terra e que prosseguirá vivendo depois da morte.

Estuda-se o corpo humano, a natureza, o universo, prepara-se exaustivamente para se enfrentar a vida aprendendo várias matérias que lhes servirão para palmilhar os caminhos em busca de um futuro que o faça mais poderoso, mais rico, mais respeitado, mas não se preocupa em conhecer às razões de sua passagem pela terra ou faz de maneira superficial.

À medida que o ser humano vai estudando e compreendendo a razão de sua existência, vai penetrando nos mistérios da criação e retificando as ideias que até então formou acerca da origem das coisas e de si mesmo.

O que se deu na ordem física, com a ciência esclarecendo a origem da Terra e dos seres vivos que nela habita, deu-se também na ordem dos conhecimentos  acerca do mundo espiritual. A busca pelo desenvolvimento é inerente ao ser humano. O estudo de inter-relação entre sintonias do corpo físico e do espírito leva o ser humano a compreensão do mundo espiritual. O aprofundamento desse conhecimento deverá comprovar o que hoje ainda é para muitos, apenas evidências ou de outro tipo de manifestação.

Assim, para compreender um mundo em evolução incessante, é necessário explorar e empurrar os limites da consciência. As mentes fechadas são incapazes de aprender qualquer coisa.

O simples fato de ainda não se compreender totalmente evidências, fatos comprovados, depoimentos, pesquisas, não significa, por exemplo, ser a TVP - Terapia de Vidas Passadas, apenas fruto de fantasia, imaginação, alucinação ou alguma outra explicação proferida por incrédulos.

Pode-se se recusar a acreditar em reencarnação e vidas passadas, porém os resultados práticos não podem ser negados. Eles acontecem em consultórios de renomados médicos em várias partes do mundo, firmando-se como um novo degrau para psicologia. A Terapia de Vidas Passadas une conceitos espirituais e terapêuticos em um único caminho.

Pode-se dizer que esse novo ramo da medicina está se vislumbrando no novo cenário do conhecimento humano. O ser humano não é exclusivamente um ser orgânico, uma máquina, mas também espírito que é a fonte e o condutor de energia que se interage e é influenciada por todo universo que o cerca, tanto visível para os nossos olhos, como também o invisível.

Segundo depoimentos de renomados médicos, esse novo método de tratamento é capaz de conscientizar os pacientes de que é possível viver melhor, libertando-os dos sintomas de desequilíbrios oriundos de vidas passadas.

A história mostra que a ciência sempre contribuiu e continuará contribuindo para o progresso da humanidade, em todas as suas esferas de atividades. Vale  a pena estudar esses fenômenos através das experiências vividas em consultórios médicos em várias partes do mundo.

Sobre este assunto, assim se expressou o renomado médico norte americano, Dr. Raymond A. Moody, jr, M.D., PhD.. "Tenho plena confiança de que, dentro de poucos anos, esta pesquisa avançará até o ponto no qual experiências profundas que podem pelo menos ser chamadas de "psíquicas", e que bem poderiam ser chamadas de "espirituais", possam facilmente ocorrer em indivíduos psicologicamente normais". 

*Poeta, cronista e jornalista.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Prefácio do Livro 'Garanhuns em Versos - Um Pouco da Sua História' de Gonzaga de Garanhuns


Se o termo literatura, que deriva do latim (litteratura) é "arte de compor ou escrever trabalhos em prosa e verso", logo quem elabora versos contando história e estórias, seja erudito ou popular, pode ser considerado artista. Sim, porque, na teia hierárquica, segundo o filósofo Hegel, a maior das artes é a Poesia, porque reveladora do absoluto. Assim sendo, a Poesia, que o espírito das artes plásticas ao retorno musical e ainda ao pensamento, teria que ser arte superior e  suprema, admite Ariano Suassuna, no seu livro Iniciação à Estética, Editora Universitária da UFPE, edição 1975, pg. 191.

Já disse que poeta "não se faz", já nasce poeta. É muito provável que seja assim. Pelo menos, Gonzaga de Garanhuns confirma essa  máxima, na medida em que faz poesia naturalmente, ao saber e ritmo da inspiração e da própria sensibilidade. Ele é desprovido da  mínima formação acadêmica, tem apenas o "curso primário", como já  fora denominado, hoje primeiro grau, fundamental. Não obstante, compõe versos, tendo mais de uma dezena de folhetos de cordel publicados. E o fez, até aqui, seguindo as penúrias que acometem todos os artistas que se dedicam a esse gênero literário, por essas bandas do Brasil. No seu caso, o verso rimado brota espontâneo, qual água que jorra da cascata.

Anchieta Gueiros - História de Garanhuns e do Agreste
Ariano, na sua obra supra, considerada a mais didática, dentre os  inúmeros títulos desse consagrado autor paraibano pernambucanizado, invoca por inteiro a definição de Hegel, quando trata da hierarquia das artes:

"A plástica é o signo do Espírito. Ela exprime a vida criadora, mas paralisada e limitada pelo tempo e espaço. A música, ao contrário, revela-nos diretamente o movimento íntimo da alma, com seus desejos e  sentimentos eternos e sua aspiração ao infinito. A poesia, finalmente, é a  música plástica; ela pinta e esculpe por meio de frases dotadas de mobilidade e por sons que se sucedem, harmoniosamente ritmados. Ela é a arte suprema e exprime o pensamento por imagens".

A poesia de Gonzaga de Garanhuns, espontânea e despretensiosa, inobstante, percorre, da dimensão popular, essas alturas.  O autor, que chega de outras caminhadas, sempre na mesma trilha, o verso rimado, portanto com sonoridade e ritmo, ao gosto do leitor simples, menos exigente, adentra agora o campo da pesquisa; e da pesquisa histórica, que requer certa metodologia, colhe os fatos já ditos e conhecidos e os repete sob forma poética, o que, não tenho dúvida, expõe-se pela redondeza, o agreste Meridional.

Daí a importância desta publicação, expondo o passado, na linguagem poética, para sintonizar as novas gerações com os fatos históricos; e que história, a de Garanhuns, que se irradia em toda região agreste, com fatos e feitos que extrapolam as fronteiras para se projetarem na própria história de Pernambuco. Esta, por exemplo, estaria incompleta sem o registro da Hecatombe de Garanhuns, o assassinato do Bispo Dom Expedito Lopes (década de 50); as pegadas dos coronéis da política; a projeção das suas fazendas de café (outrora, o melhor do Brasil); sua pecuária leiteira; dos seus tradicionais colégios (15 de Novembro, Santa Sofia e Diocesano); fontes de água mineral, clima de montanha, etc. Hoje, Garanhuns abre suas portas para abrigar vários centros de ensino universitário, pólo que vai contribuir para elevar sua história recente.

Não poderia deixar de registar, por fim, o apoio do Funcultura de Pernambuco, que não exitou em aprovar esta publicação, contribuição às artes e à cultura pernambucana, amalgamando capital e interior, respeitando virtudes e peculiaridades.

Não tenho a menor dúvida do sucesso de Garanhuns em versos (um pouco da sua história).

*Manoel Neto Teixeira é membro da Academia de Letras de Garanhuns, do Instituto Histórico de Olinda e da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas.

Garanhuns, dezembro de 2008.

Figuras folclóricas de Garanhuns

Bacalhau e Cristina Moraes

Por Cristina Moraes*

Garanhuns, não é somente uma cidade de pessoas educadas, inteligentes, acolhedoras, gentis e hospitaleiras, mas uma cidade que tem suas representações icônicas.

Que se destacam por seus lindos legados e dentre eles, tantas profissões, onde cada um, fez e faz a história da minha linda Garanhuns.

Mas neste cenário tem também pessoas, que por seus comportamentos nos levam a muitas reflexões por suas formas diferenciadas de viver, que são verdadeiras figuras folclóricas.

Carregadas de carismas, talentos, suas características ímpares, que compõem um universo de pessoas que se destacam por suas habilidades e a forma singular de ser e de portar-se.

E neste universo que traduz a surrealidade, encontramos uma gama desses personagens da vida real, alguns se mostram verdadeiro ícones do viver em um totalmente paralelo.

E dentre estes maravilhosos cidadãos temos o nosso querido Jairo Mariano, conhecido popularmente como "bacalhau".

Como não sou afeita a apelidos, sempre o chamava de Jairo, mas ele imediatamente rebatia, com aquele sorriso de menino, e já dizia: "me chame de bacalhau..."

“Bacalhau” era apaixonado pelo esporte e dele fez a sua razão de viver, escolhendo o Santa Cruz Esporte Clube do Recife, como seu time do coração.

Quando muitas vezes saiu daqui de Garanhuns de bicicleta para o Recife a fim de assistir os jogos do santinha.

Fez da sua residência um espaço de divulgação do seu time amado, ali tudo é tricolor, tudo ali traduz o seu amor ao nosso time do coração.

Mas a demonstração de amor, afeto e eterna admiração estava também nas suas roupas, calcados e também nos seus cabelos e dentes.

Tive a satisfação de lhe fazer uma visita em sua residência, onde “Bacalhau”, orgulhosamente saiu me mostrando tudo, inclusive o  seu caixão de defunto que ele morbidamente fez questão de deitar dentro e disse que dormia nele naturalmente.

O presente foi uma gentileza da funerária Ferreira, do então proprietário e também tricolor, Marcos Ferreira.

A urna funerária trazia as cores: vermelho, preto e branco, o emblema do nosso querido e amado Santa Cruz.

O nosso querido Bacalhau, era querido por todos, até por torcedores do Sport e Náutico, sabia fazer amizades e as conservava como um verdadeiro tesouro.

Eu tive a grata satisfação de tê-lo conhecido bem de perto, pois trabalhou na prefeitura e o encontrava sempre no Palácio Celso Galvão, e o assunto era sempre o nosso santinha.

O nosso querido Bacalhau foi um grande divulgador de minha linda Garanhuns, por sua grande paixão e amor pelo Santa Cruz foi notícia de programas de repercussão nacional.

Infelizmente “Bacalhau” sofria de Alzheimer e em 2017, ficou internado em hospital particular em Recife, depois retornou a Garanhuns, numa luta para retornar à vida normal.

Mas a doença foi se agravando e no dia 04 de julho de 2018, após um período internado no Hospital Regional Dom moura, o nosso querido “Bacalhau” faleceu, deixando Garanhuns enlutada.

O seu velório teve um grande número de pessoas, depois o cortejo seguiu pelas ruas de Garanhuns, passando defronte a prefeitura de Garanhuns, onde ali o encontrávamos diariamente.

O cortejo seguiu para o cemitério São Miguel,  onde foi enterrado no túmulo, que já estava  pronto há mais de 12 anos e trazia também as cores do nosso time do coração.

A prefeitura municipal de Garanhuns o homenageou com luto oficial, por três dias, hasteando a linda bandeira de Garanhuns a meio mastro.

Garanhuns perde uma figura muito admirada e querida por todos

Morre o homem fica a sua história.

*Jornalista, cronista e historiadora.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

O capim da lagoa - Zé Castor

José Castor Pereira Galindo (Zé Castor) - Nasceu no dia 29 de Julho de 1921 em Alagoinha, Pernambuco, a 225,5 K da Capital Recife. Filho do grande marchante Manoel Castor Pereira e Maria da Assunção Martins, dona de um hotel que se localizava na então Rua Padre João Ribeiro, seus pais além de José Castor tiveram outros nove filhos. José Castor nunca se ausentou por um grande período de tempo da bela Alagoinha, estudou pouco, mas desde cedo se dedicou aos caminhos fascinantes da poesia popular. Seu pai faleceu aos noventa e cinco anos e sua querida mãe com setenta e dois anos.

“Zé Castor” como era conhecido, seguiu a profissão do seu estimado pai, foi marchante além de trabalhar também como motorista de taxi. Casou-se com Dona Sebastiana e teve quatro filhos.

O poeta em ascensão, através da sua popularidade, que crescia cada dia mais, na singela cidade, almejando dias melhores, crescimento e prosperidade para Alagoinha, entraram na vida política, candidatou-se a vereador, elegeu-se, ocupando uma cadeira na histórica Casa Manoel Isidoro Sobrinho, com um mandato que teve início no dia vinte e nove de maio de mil novecentos e sessenta e cinco (29/05/1965) a trinta de janeiro de mil novecentos e setenta (31/01/1970). O grande “poeta político” quis fazer mais pelo seu povo então se lançou como prefeito da cidade, seu mandato teve inicio no dia trinta e um de dezembro de mil novecentos e setenta e sete (31/12/1977) a trinta e um de dezembro de mil novecentos e oitenta e três (31/12/1983).  

Como um artista que sempre sonha com seu reconhecimento, no ano de mil novecentos e oitenta e quatro (1984), o mesmo ficou conhecida nacionalmente, com o sucesso que se eternizou “Capim da Lagoa”, apresentando–se na televisão, no então saudoso Programa Som Brasil que era exibido na Rede Globo de Televisão. 

Sua forma simplista e seu exemplo de honestidade, perseverança e trabalho, Zé Castor sempre cantavam se inspirando em sua realidade a própria natureza riquíssima da região, que entre animais e plantas versos eram criados para dar mais beleza a seus cantos poéticos. Não esquecendo também que existiram momentos que Zé Castor cantou sobre a filosofia da vida, pois em uma música sua ele exclamou “eu tenho pena de morre deixar o mundo”.

Na madrugada do dia 14 de Junho do ano de 1989, o poeta Zé Castor como era de costume nas festas de vaquejada do sertão, saio de Alagoinha para a Missa do Vaqueiro na bela cidade de Serrita, mais algo inesperado e trágico acontece chegando a Serra Talhada, o carro que transportava algumas pessoas entre ele Zé Castor, se envolveu em um acidente brutal e capotou deixando duas vitimas fatais, dentre as vítimas, o poeta e cantador José Castor Pereira Galindo (Zé Castor), além de outro, também poeta que junto com Zé fariam uma apresentação naquela região. 

A notícia chocante e trágica chegou a Alagoinha antes do dia clarear, os moradores  foram para rua sem conseguirem acreditar no trágico acontecimento, o povo abismado ficaram nas calçadas, praças, janelas, portas, defronte a Igreja Matriz, prefeitura e na casa do poeta atrás de mais noticias. Na casa de Zé Castor sua esposa Dona Sebastiana, estava em prantos e amigos ficaram no local para dar força, as famílias em lutada.

Na tarde chuvosa do dia seguinte, aquela pacata cidadezinha “Alagoinha” literalmente parou, pois tomada por uma grande multidão em luto, vinda de toda a região e até mesmo fora do Estado, queriam dar seu último adeus a seu inesquecível e amado poeta cantador de Alagoinha, que tanto animou seus conterrâneos nas inesquecíveis festas de Natal e Ano Novo, festas de vaquejadas e serenatas por esse torrão amado, um homem que muito fez por sua amada cidade e região.

Infelizmente não encontramos registros de nenhuma homenagem a Zé Castor em vida, esse grande homem que tanto levou o nome de Alagoinha, para o Brasil. Os únicos registros que temos em sua homenagem foram feitos depois de sua morte, que seria uma praça em seu nome “Praça Zé Castor”, construída durante o mandato de Everaldo Paz.

“Poesia e Cultura popular” em homenagem a história do poeta e cantador Zé Castor, realizadas pelo professor Adilson José da Costa Filho e o dia Municipal de Cultura vivenciada todos os anos no dia em que é comemorado seu nascimento, que foi trabalhado, idealizado e executado com muita força de vontade pelo ator de teatro e filho da terra Alexandre Araújo.

Devemos ressaltar que tudo que Zé Castor fazia era por prazer sem esperar reconhecimento, fazia tudo com muita simplicidade e dignidade. Para ele o reconhecimento maior era ver as pessoas felizes se divertindo com seus poemas e cantos. Talvez por isso tenha chegado aonde chegou sendo valorizado por sua gente.

Fonte: http://adilsoncostafilho.blogspot.com.br/2017/02/jose-castor-o-cancioneiro-de-alagoinha.html

Livro: A Terra dos Garanhuns

Editora: A Escolar

Ano: 1954

Tipo: Usado (Capa Dura)

Conservação: Bom Estado

Páginas: 187

Medidas: 16,5x23

R$  500,00 + frete

Livro A Terra dos Garanhuns "Um Registro Histórico"

No ano de 1954, um livro antigo surgiu como um tesouro da história de Garanhuns, imortalizando os acontecimentos e personagens que moldaram essa cidade encantadora. Este tomo empoeirado, com suas páginas amareladas e capa desgastada, é muito mais do que um simples registro do passado; é um portal para uma era distante, uma janela para os tempos em que Garanhuns estava em plena transformação.

João de Deus de Oliveira Dias

Nas suas páginas, há relatos detalhados sobre a fundação da cidade, as tradições que resistiam ao tempo, os líderes que moldaram seu destino e os eventos que deixaram marcas indeléveis na sua história. Os escritos revelam os momentos de glória e os desafios enfrentados pelos habitantes de Garanhuns naquela época.

A cada página virada, somos transportados para um tempo onde as ruas eram diferentes, onde as vozes e os sons eram outros. É como se os personagens retratados nas páginas pudessem ganhar vida, contando suas histórias, compartilhando suas alegrias e tristezas, suas lutas e conquistas.

Esse livro antigo não é apenas um registro, mas um legado precioso, uma herança que conecta as gerações passadas e presentes, preservando a identidade e a essência de Garanhuns. É um convite para explorar e entender as raízes de uma cidade que se orgulha de sua história e tradições

Ao manusear suas páginas delicadas, somos lembrados da importância de preservar não apenas o livro, mas também a memória e o legado daqueles que viveram e construíram Garanhuns em. Este livro é um testemunho silencioso de tempos passados e um guia para entendermos e apreciarmos a cidade que é hoje, enraizada na rica tapeçaria de sua história.

"Terra dos Garanhuns" foi elaborado em comemoração ao "Tricentenário da Expulsão dos Holandeses do Território Pernambuco (1654-1954)", e também apresentado no "Congresso de História", como contribuição do autor na década de 1950,  o professor João de Deus de Oliveira Dias, escreveu o livro "Terra dos Garanhuns". Trabalho que foi realizado com entusiasmo no meio tão rico de possibilidades econômicas e de tradições históricas vividas, onde homens da envergadura de Antônio da Silva Souto, Euclides Dourado, José Alves Tororó, José de Almeida Filho, Napoleão Marques Galvão (Pai de Celso Galvão), Arthur Maia, Tomás da Silva MaiaJoaquim Maurício Wanderley, Cônego Benigno Lira, Jerônimo Gueiros, José Tavares Correia, Luiz Brasil, Ruber van der Linden e muitos outros que aqui nasceram e viveram.

Seguindo  as pegadas brilhantes do grande técnico garanhuense, Ruber van der Linden, que o mesmo decidiu escrever o trabalho, intitulado de "Terra dos Garanhuns". Trabalho finalizado em janeiro de 1954. 

Livro: Almanaque de Garanhuns de 1937

Autor: Felix Rui Pereira

Editora: Livraria Helena

Ano: 1937

Tipo: Usado

Conservação: Ótimo Estado (Capa Dura)

Páginas: 216

Medidas: 16x21,5

R$ 500,00 + frete

Vendo Carta manuscrita em Juazeiro do Norte em 1917




Carta Manuscrita com Oração ao Mártir São Sebastião. Assinado, datado e localizado em Juazeiro do Norte,  Ceará de 01/11/1917, dia dedicado à Todos os Santos

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Prefácio do Livro 'Fragmentos' de Paulo de Melo

Vital Correia de Araújo

Paulo Dácio de Melo, amigo e poeta, cujo estilo de  vida (modo de vestir, de ser, de ver e sentir a vida, a vida em suas dimensões sutis e amplas, em seu enfoque ético avançado que  envolve toda a natureza e não só o ego rasteiro da pessoa em trânsito fugaz no mundo). Saliento a ética ecológica de Paulo de Melo, que  tem uma sementeira Pré-Histórica na rodovia em São João, onde trata as plantas como iguais a nós, na perspectiva cósmica, em que a ecologia abrange também os tais  humanos (muitos, nem tantos).

Paulo pratica a hard ecology real, real, profunda e não a superficial proforma, que funciona como justificação da ideologia da verdade e do falso orgulho pequeno burguês. Que é o idiota movimento ecológico que o Brasil pratica.

Livro  "Fragmentos" de Paulo de Melo
O primeiro livro editado por Paulo me surpreendeu. Este segundo... o maravilhamento, desencadeado pelo seu verbo santo decorre da postura ética dos poemas e cânticos elevados à ordem primária da natureza incutida na visão ecológico do homem, em sua  inteireza e consequência vital.

A presença de Deus, ubiquidade poética, a participação do  espírito, o envolvimento do todo... e não a glorificação do Ego, como meta da vida alienada. Em que ocorra a plena coisificação do ser, no  âmbito da visão pequeno burguesa do mundo, concepção em que  todo o humano é estranho, posto que o enfoque é a ordem da pela, não da alma.

Ao longo dos 10 anos, em que permaneci em atuação na UBE - União Brasileira de Escritores, construí cerca de 130 prefácios (orelhas, mensagens posfácios, etc). No entanto, este, do segundo livro de Paulo Dácio, me atraiu em especial, e conduziu à revisão de minhas ideias - não tanto ideias - da ecologia, me lavando a uma abertura do pensamento ecológico, para a perspectiva da  Ecologia Humana, sem a qual não se faz possível evitar o desastre que a natureza prepara para nós, não para ela.

Quando se diz que, cientificamente considerando, o mundo (a terra) não duraria mais  de 4 bilhões de anos, esquece-se que, nessa humana equação temporal, a humanidade não está posta, o homem está excluído, pois não duraremos mais de 4 milhões de anos. Somente, mesquinho 0,1% duraremos em relação ao mundo.

É que nosso ego ególatra e soberbo, aloprado mesmo, pensa que o mundo somos nós, quando somos uma  minúscula pela devassável e descartável por excelência: detidamente mortais, não por suposto, mas realmente. E pecinha especial, tipo praga, que vai acabar com a parte do mundo que é nossa. E nos abriga.

Essa apreciação visionária do mundo humano independente do mundo real - mas confundindo-se entre si, de modo que o mundo sé se acaba se o homem acabar-se (mundo como servo), é a de Murilo Gun também.

No imundo mundo humano, onde guerras se aprimoram e se sucedem, não episódicas, como as mundiais do século XX, mas permanentes, como as que diariamente espoucam no Brasil de agora, aqui, guerras reais sem causa, finalidade, declaração, verdadeiras guerras civis ocultas... e diárias, como as de Sartre.

O homem não só agride a natureza e a explora como escrava, movido pelo lucro imediato a qualquer custo social e natural, mas o homem é mais eficiente: nós degradamos as condições de nossa própria existência, sistematicamente.

E a excelência real reside nessa nova e ímpar obra de Paulo de Melo, pois objetiva servir de apoio e estímulo à educação ecológica consequente e eficaz, a partir das palestras e intervenções de Paulo Dácio nas escolas, no âmbito de seu projeto de vida ecológica, que  busca garantir a sobrevivência decente da humanidade.

*Vital Correia de Araújo | Garanhuns, PE - 2018.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

CIDADE DAS FLORES - VOCALISTAS DA SAUDADE


A FEIRA DO MATUTO - SANDOVAL FERREIRA

 

Livro: Othoniel Gueiros O Leão do Senhor

Autor: Everardo Ribeiro Gueiros

Editora: Comunigraf

Ano: 2006

Tipo: Usado

Conservação: Ótimo Estado

Páginas: 233

Medidas:15x21

R$ 25,00 + frete

Mentir é humano


João Marques* | Garanhuns, Abril de 2016

No princípio, antes do ser humano falar, não havia a mentira. Ela, a mentira, veio com a palavra. O som produzido pelas cordas vocais - a palavra escrita, depois - originado para expressar o discernimento, a orientação. Logo que começou a ser exercida, a palavra, já pelos seus múltiplos significados, deu início à confusão. Nem sempre a palavra tem o mesmo significado, ou corresponde à verdade. Daí, as muitas línguas, as diversas interpretações do assunto, ou da palavra. Não custou, usual, para atender a conveniência humana, surgiu a mentira. Desvio da verdade, ou invenção de ideia, puramente invenção. O homem achou bom e adotou o meio trapaceiro da linguagem, para justificar erros, facilitar as coisas, enfim, para atender a inúmeras vantagens.

É esta uma explicação possível, não histórica ou científica. Especulação, filosofia, palavra, para convir que o homem mente naturalmente. Assim mentir é humano.

Por isto tudo, pela vida social, convivência necessária de uns com os outros, é obvio que todos tenham de aceitar, ou acostumarem-se com a mentira. Os seus efeitos são danosos, mas a autoria, não se tenha dúvida, é da própria constituição humana. Condene-se, pois, o corrupto (termo mais em dia com a linguagem atual), não porque mente. Não! Condene-se, se a sua mentira causar prejuízos. Se causou, condene-se o roubo, não a afirmação mentirosa... Absorvam-se aqui os políticos mentirosos. E haveria política ou religião sem mentira? É forçoso dizer, mas é de bom tino: mentir é tão natural, como é qualquer atividade fisiológica. Que vivam na terra os mentirosos? no Brasil de hoje principalmente (2016).

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município, foi presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Manteve, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro. João Marques desencarnou em 22 de setembro de 2024.

Um mundo de paz

José Francisco de Souza

Na presença da realidade devemos enfrentá-la fitando com serenidade a luz  de seus olhos. Não devemos ser esquivos falando apenas de suspeitas. Elas ocasionam pressões muitos fortes, a ponto de nos deixar tomado, até mesmo imersos, dédalo de dúvidas torturantes. Não há nada mais dubitativo do que vivermos na  voragem de marginalização de tudo o que é certo. Isso deve ser apreciado com certa profundidade por quem não sente a consciência onerada.

A crise da família, que é apenas uma parte da crise geral do mundo contemporâneo, encontra explicação satisfatória à luz do princípio da reencarnação. Das lei do Carma, consequências de vida anterior, ou reações de atos praticados em outras oportunidades de vida, nesta ou em outra dimensão. Com o auxílio e determinação do código genético o mundo científico presta indeclinável colaboração. Ninguém pode prescindir das investigações da ciência, cujas pesquisas têm constatado meios idôneos e reais.

Tudo se encadeia na Natureza, desde do átomo até o arcanjo, que também já foi átomo. Estudando a evolução em todos os campos da vida, Léon Denis, autor do "Problema do Destino e da Dor", ensinou no alto de sua cátedra: "A  alma dorme na pedra, sonha na vegetal, agita-se no animal e acorda no homem. Ligando assim o destino humano ao destino das coisas. Dessa ligação surgem as comparações e os estímulos. Civilizar é, sobretudo, humanizar.

O homem não passa subitamente da infância à maturidade. O intelectualismo vaidoso é uma espécie de resíduo que dificulta o movimento da válvula natural da intuição espiritual e apressa o momento fatal. Nossos instintos animais, nossas ambições desmedidas, nosso orgulho ferido, nossas pretensões de supremacia aceleram dia a dia o ritmo da pressão interna.

O mundo interior de cada um de nós, é cheio de cogitações, onde o silêncio profundo desperta certa tranquilidade pontilhada de algo que nos sublima. É o Reino de Luz que habita, cuja presença dissipa todas as trevas em que o ser humano no encontro o domínio da paz que o mundo precisa.

Se queremos a paz, teremos de nos preparar para a paz. Só os pacíficos espalham as virtudes que transformam em  tranquilidade as tempestades das almas conturbadas pela guerra.

Assim o nosso pensamento encontra receptividade no universo moral e intelectual, do maior Instrutor do mundo, já desencarnado. Dessa maneira o Krishna Murtiano falar sabiamente nos ilumina como se deve conquistar a Paz.

Para implantar a paz no mundo, para pôr fim a todas as guerras, faz-se mister uma revolução no indivíduo, em vós e em mim. Sem esta revolução interior, a revolução econômica não terá significação, porque a fome é resultado do desajustamento das condições econômicas produzido pelos nossos estados psicológicos. A avidez, a inveja, a malevolência, a ânsia de posse. Para pôr fim ao sofrimento, à fome, à guerra, faz-se necessária uma revolução psicológica, e poucos de  nós têm disposição para tal. Estamos dispostos a conversas sobre a paz, planejar legislações, criar novas organizações, mas não estamos dispostos a ganhar a paz, porque não queremos renunciar à posição, à autoridade, ao dinheiro, às propriedade, as nossas vidas estúpidas.

Contar com os outros é inteiramente fútil; eles não podem trazer-nos a paz. Nenhum chefe irá dar-nos a paz, nenhum governo, nenhum país. O que trará a paz é a transformação interior. A transformação interior não significa isolamento ou retraimento da ação exterior. Pelo contrário, só pode haver ação correta quando há pensar correto, quando há autoconhecimento. Se não conheceis a vós mesmos, não há paz.

Para por fim à guerra exterior, temos que por fim à guerra que está em  nós mesmos. Alguns ficarão de acordo, depois sairão, para fazer exatamente a mesma coisa que vinham fazendo há muitos anos. Só haverá paz quando formos pacíficos, quando vivermos em Paz conosco e com o próximo. "A paz seja convosco". É a saudação do grande mestre Jesus o Cristo.

*Advogado, jornalista, cronista e historiador. 

Livro: A Bala e a Mitra

Autor: Ana Maria César

Editora: Bagaço

Ano: 1994

Tipo: Usado

Conservação: Bom Estado de Conservação

Páginas: 267

Medidas: 16x22,5

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Livro: Os Cintra de São Bento

Autor: Sebastião Soares Cintra

Editora: CEPE

Ano: 1983

Tipo: Usado

Conservação: Bom Estado

Páginas: 309

Medidas: 16x23

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Livro: Chico Heráclio O Último Coronel

Autor: Reginaldo Heráclio

Editora: CEPE

Ano: 1979

Tipo: Usado

Conservação: Bom Estado

Páginas: 230

Medidas: 15,4x22,5

R$ 70,00 + frete

sábado, 11 de outubro de 2025

Colégio Diocesano de Garanhuns comemora 110 anos de Ciência e Fé

Colégio Diocesano de Garanhuns

Antes de nascer, o Ginásio de Garanhuns já existia nos planos do Mons. Afonso Pequeno, primo do Mons. Antero e vigário da Paróquia de Garanhuns desde de 1908. Conseguiu ele a fundação, em 1912, do colégio das meninas (Santa Sofia) e, ao entregar a paróquia ao Cônego Benígno Lira, exigiu dele o compromisso de fundar o colégio dos meninos.

Por esse tempo, os meninos estudavam, uns na escola paroquial, outros no próprio Santa Sofia, outros nas escolas públicas. Estava em Garanhuns, desde março de 1912, como capelão do Santa Sofia e coadjutor da paróquia, o Padre José Ferreira Antero.

Ao assumir a paróquia, o Cônego Benígno Lira em janeiro de 1915, dois padres recém-ordenados - João Olímpio dos Santos e Eustáquio de Queiroz - lhe foram dados como coadjutores, para que o Padre José Ferreira Antero pudesse ficar livre do trabalho paroquial e, assim ser fundado o colégio dos meninos.

Habitavam os quatro padres a mesma casa paroquial e, nela, a 19 de março de 1915, foi fundado o Gymnásio de Garanhuns, pelo Cônego Benígno Lira, ficando o Padre José Ferreira Antero como diretor e tudo o mais, pois o vigário e os dois coadjutores mal tinham tempo de vencer os pesados trabalhos na paróquia.

Sendo o dia 19 de março um sábado, as aulas começariam a funcionar na segunda-feira 21 de março. Começou a funcionar no Chalet, primeiro prédio do lado de cima da rua Santo Antonio, lado direito da Catedral. Eram utilizadas também, as duas primeiras casas da rua D. Luís de Brito, nos fundos do Hotel Familiar. Um dos mais belos prédios de Garanhuns, naquele tempo.

Começaram as aulas com 15 alunos externos, número que, aos poucos, foi sendo aumentado. A disciplina impecável, a eficiência do ensino, os festivais realizados, eram coisas nunca vistas em Garanhuns. Tão eficazmente o Ginásio foi dirigido pelo Padre José Ferreira Antero que, em pouco tempo, começou a gozar de ótimo conceito em todo o Estado de Pernambuco e no Estado de Alagoas, de onde vinham diversos internos.

O fardamento usado era: farda branca com botões dourados, dragonas vermelhas e Kepi branco com uma fita verde-amarela, na qual se liam as palavras Gymnásio de Garanhuns. Tal fardamento ainda era usado a 12 de outubro de 1925; em 1927 o branco foi substituído por caqui.

Dom Moura compra o prédio da sede atual do Colégio Diocesano  por 35 contos de réis

A educação e formação cristã da juventude foi tônica especial do grande Bispo. Ao chegar em Garanhuns encontrou o Gymnásio com 16 alunos internos e 40 externos sob a esclarecida direção do Padre Antero, funcionando em casa alugada onde funciona atualmente o Banco Bradesco, na Avenida Santo Antônio. Adquiriu por compra ao Dr. Lalor Motta um prédio, no alto da Estação Ferroviária - no valor de 35 contos de réis, adaptando-o às exigências pedagógicas e instalando nele o seu "GYMNÁSIO DE GARANHUNS".

Em 1925 no dia 12 de outubro teve a alegria de  inaugurar o majestoso prédio - "o Gigante da Praça da Bandeira" abrigando milhares de jovens estudantes. Para aproximar os homens da religião, Dom Moura fundou a  União Social Católica, tendo alugado uma casa ampla, mobiliou-a, instalou pequena biblioteca, reunindo cerca de 40 homens de nossa melhor sociedade, fazendo-lhes aulas de religião que ele denominava de conferências.

Havia boa música ao piano pelas mãos magistrais de D. Petra Pequeno. Assim Dom Moura soube lançar as redes... e os peixes grandes vieram.

Não descurou a formação do seu clero. No dia 16 de Julho de 1927 ele celebrou a Santa Missa na Capela do Ginásio. Abençoou as batinas e sob a égide sagrada de São José iniciava o seminário Menor, com poucos alunos, mas escolhidos, colocando-os os cuidados do Reitor Padre Pedro Magno de Godoy coadjuvado pelo Clérico José da Costa Porto.

A bandeira é o símbolo maior do Colégio. Idealizada, em 1936, pelo então Vice-Diretor. Mons. Tarcísio Falcão, fora confeccionada inicialmente assim: campo roxo e amarelo, com faixa branca em diagonal, no centro da qual se encontrava uma cruz de malta, em vermelho e azul. Na esfera azul estavam cinco estrelas representando o Cruzeiro do Sul, como é visto no céu brasileiro. Na faixa branca, lia-se "Ordem e Progresso". Assim permaneceu até 1938.

Ao assumir a direção do Colégio, naquele ano, Mons. Adelmar promove as seguintes alterações na bandeira: substituiu o roxo pelo verde e as palavras "Ordem e Progresso" por "Ciência e Fé", que passam a ser o lema da instituição até hoje. Amarelo e branco: as cores da Igreja a que pertence o Diocesano; verde e amarelo, cores da Bandeira Nacional; faixa branca com a frase "Ciência e Fé", por ser o lema do Colégio; esfera azul, com o Cruzeiro do Sul, simbolizando o céu do Brasil, outubro de 1938.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

A primavera e o meu bosque

Izaías Régis, Marcílio Reinaux e Ivo Amaral
Da direita para a esquerda: Izaías Régis, Marcílio Reinaux e Ivo Amaral. Prefeitura de Garanhuns em 2014

Marcílio Reinaux* | Recife, 10/12/2010

Há poucos dias neste mês de setembro visitou-me o amigo Ivo Amaral. Demos uma caminhada pelo meu bosque e Ivo a meu convite plantou uma árvore. Inspirado, naquele dia, próximo ao começo da primavera, escrevi esta crônica dos "Retalhos do Cotidiano". É dedicada ao amigo Ivo Amaral em agradecimento à visita

Assentado na relva, debruçado em um tronco adormecido, contemplo um espetáculo maravilhoso da natureza. Chegou nestes dias de setembro, a primavera. Sem que nenhum de nós percebesse, ela chegou de mansinho, porém firme, forte e luzidia, mesmo que muitos nem dela se lembrem, nem mesmo possuam jardim para recebê-la. Eu a recebi.

O sol agora dardeja luzes, já marcando sombras diferentes entre as árvores do meu bosque. Ao que parece os habitantes da mata já sentem as diferenças de ontem para hoje. Essas criaturas maravilhosas tão naturais que circulam no ar e pelo chão e relva ao nosso redor continuarão as suas trajetórias, agora mais felizes. E com certeza sentindo que as mudanças da mãe natureza, começam a preparar uma nova vida primaveril.

Parece que ouvimos finos clarins, ou novos cantos de pássaros que antes não voavam por aqui. Parece também que eles se associam a outro mundo confidencial, aquele das raízes, que se movem e se elastecem nas entranhas da terra, rangido tentáculos, ampliando e conquistando seus espaços. Afinal as chuvas invernais que agora cedem lugar à luz da primavera, deixaram há pouco uma herança muito rica do viço do húmus e o alento das plantinhas e das grandes e também frondosas árvores do bosque. As folhagem ainda balouçante com as últimas gotas orvalhadas.

Cecília Meireles nos conta que na primavera, "arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores, em bosques de rododentros que eram verdes e ficarão alguns cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur."

Nesta primavera iniciante, já ouvimos vozes novas de passarinhos, ao que parece ainda surpresos com as mudanças do ciclo do tempo, começam a ensaiar as árias tradicionais das suas próprias canções. Ah! Também vemos com mais intensidade, que pequenas borboletas brancas e amarelas - saídas dos casulos, parece que se apressam pelos ares, conquistando seus espaços na infinitude de um novo mundo. E, também nos deixa a imaginar, que elas conversam, mas tão baixinho que não ouvimos nem entendemos.

O inverno que se foi ou se vai, deixa também traços da vida nas águas da renovação de mundos incomensuráveis. Por entre  eles as plantinhas alegres, inauguram suas flores e as árvores anunciam seus frutos. As folhas, flores e frutos e todos os seres viventes, procuram os céus da primavera e comemoram o primeiro raio de sol.

O bosque com as suas árvores cobertas de folhas e flores nos lembram que só os poetas, percebem rápido que ela, a Primavera tal qual uma deusa, chega coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar com a natureza neste renovado mundo de luz. A terra também de sua parte - com a chegada da Primavera - maternalmente se enfeita para as festas da sua perenidade na dança das flores, folhas e frutos e entoa uma nova canção.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas veredas e toscas estradas do bosque que ainda conservam nossos sentimentos de amor à natureza e à Primavera. Ela sempre de roupagem nova a cada ano. Por isso brindemos por tudo dos ares primaveris, para deixar brilhar por um instante, apenas que seja, a sua beleza expressa nessa dádiva de Deus. Saudemos a primavera, dona da vida.

*Marcílio Reinaux, à sombra do arvoredo do "Bosque Ebenezer" / Iputinga / Recife.

Compreensão

Dr. José Francisco de Souza * | Garanhuns , 10/03/1990 Associação  de elementos humanos se torna mais perfeita e mais feliz, na medida em qu...