Órgão sucessor de O Século, o N°1, ano XV foi publicado em 22 de fevereiro de 1909, em formato de 50x31, com quatro páginas a quatro colunas de 14 cíceros, anunciando tiragem de 2.000 exemplares.
O Diretor era o Reverendo Jeronimo Gueiros, o jornal era impresso em oficinas próprias, instaladas a rua Dr. Rosa e Silva, 38, onde funcionava também, a redação. Assinatura era mediante pagamento adiantado. Sempre apresentava, ao lado do título, um versículo da Bíblia.
O artigo de abertura fazia referência a "vida jornalística de 15 anos" e a "uma fase nova, repleta das mais fagueiras esperanças". Também fazia referência "a acidentada e espinhosa senda percorrida, às dificuldades superadas, aos obstáculos removidos, as muralhas inimigas que foram escaladas e às vitorias alcançadas em prélios titânicos travados com os esquadrões belicosos da heterodoxia cristã e com as hostes temerosas do racionalismo anti-cristão", e concluía : "Anunciar a Cristo - e este crucificado - eis, pois, nossa missão principal".
O periódico apresentava artigos da autoria de S.F., Daniel Cesar, Benjamim Marinho, B. Cesar e Pedro Chaves Junior; soneto ("Escrínio de Letras"), de J.G.; as seções "Ecos de toda parte", "Correspondência" e "No templo e no lar", alem de noticiário específico e anúncios.
Logo no segundo número Jerônimo Gueiros vai enfrentar a campanha contra o Protestantismo, movida pelo monsenhor Afonso Pequeno nas paginas do Jornal O Sertão que começava a publicar-se na mesma época.
O Sertão começou a circular em fevereiro de 1909, teve a sua edição de estréia impressa na tipografia do Norte Evangélico e apresentava-se como um jornal cujo interesse era defender a coisa pública. Na sua publicação n° 3, um padre ( vigário da freguesia), publica um artigo intitulado "Única Contradita", em resposta a uma nota que saiu no Norte Evangélico.
O pastor Jerônimo Gueiros responde através do Norte Evangélico, e também, usando a seção paga do próprio Jornal O Sertão. Faz numa série de treze longos artigos, secundados por alguns do pastor Benjamim Marinho. Em seguida, o Vigário Monsenhor Afonso Pequeno dirige-se "Aos Protestantes de Garanhuns" e isso ocasiona nova e longa réplica do Rev. Jerônimo Gueiros.
Seguiu-se a circulação, semanal e regularmente, para, n° 22, de 24 de julho, reconsiderar a indicação inicial, passando a adotar: ano I.
Foram muitos os colaboradores, pelos anos a fora: Rodolfo Femandes (poesia), o mesmo Ronandes dos "Ensaios"; Antonio T. Gueiros, Raimundo A. Silva, Belmiro de Araujo César, A. Almeida, Ulisses de Melo, Oscar Wilson da Costa, Israel Brasiliense, Juventino Marinho, Jose Orton, Bezerra Lima, Cicero Barbosa Filho, de Manaus; Mattatias G. dos Santos, Ana Soares, J. Martins, Betuel E. Peixoto, Natanael Cortez, Mota Sobrinho, A. C. Montenegro, Jose Zaqueu. Mais, J. W. G., Aureliano Gonçalves Guerra, Domiciano Soares, Herculano de Gouveia, Alfeu de Oliveira, etc.;
Trazia também, traduções e transcrições, propaganda evangélica, notícias do movimento das igrejas locais e de outros municípios.
Ainda no primeiro ano e no segundo, novas séries de artigos do Pastor Jerônimo Gueiros repeliam criticas do Jornal O Sertão e também da Tribuna Religiosa que era um órgão da arquidiocese de Olinda e Recife que divulgava todas as questões e visões oficiais da Igreja Católica.
Em fevereiro de 1911, o redator passa a ser William. M. Thompson. Pedro Chaves se encarregava do trabalho da revisão. Em outubro, Jerônimo Gueiros é transferido para Natal, retira-se da direção do Jornal, mas continua a colaborar.
Cada ano iniciava o Norte Evangélico numeração nova. Ao atingir o n° 51 de 1913, a 26 de dezembro, ficou suspensa a publicação. Reapareceu no dia 1 de Janeiro de 1916, com a indicação ano IX (devia ser VII). Ao diretor William. M. Thompson, juntaram- se, na qualidade de redatores principais, Jerônimo Gueiros e Juventino Marinho. O tesoureiro era A. Almeida, nome que só figurou durante um ano.
Sem mais interrupções, o jornal tornou-se trimestral do principio de 1919 ao fim de 1924, depois do que voltou a sair, novamente, uma vez por semana.
Em 1923 ocorreu outra modificação no corpo redacional, entraram Cicero Siqueira e Natanael Cortez, retirando-se J. Marinho. Mas este retomou em setembro de 1924, na qualidade de redator-responsável, ao lado de Thompson, tesoureiro, e Caetano Alves, gerente. Nesse período, a redação e oficinas transferiram-se para a rua General Dantas Barreto, 47. Com a edição de 1° de março de 1923, torna-se Órgão oficial do Sínodo do Norte.
Jerônimo Gueiros sempre esteve presente, fosse ou não redator, com artigos, de quando em quando, doutrinários ou de polêmica, o que era comum, igualmente, a outros colaboradores ou através de editoriais.
No n° 52, de 29 de dezembro de 1926, escreveu J. Marinho: "Na estrada do dever, durante o ano que ora termina, encontrou o Norte Evangélico inimigos formidáveis, mas, longe de parar em sua jornada e, ainda mais longe de retroceder, prosseguiu seu caminho, desfechando-lhe golpes mortais. Entre esses inimigos estava o gigante espiritismo a brandir sua espada de destruição contra as doutrinas básicas do Cristianismo. Outros inimigos, com seu cortejo de doutrinas heréticas, como o romanismo, teosofismo, sabatismo, pentecostismo, etc., não passaram despercebidos".
Diferentes colaboradores foram acrescentados, entre outros: Samuel Falcão, João Cunha Junior, Celso Lopes, Ageu Silva, Alcides Nogueira, Josibias Fialho Marinho, Jonathas Braga, Aureliano Gonçalves Guerra, Silva Mendes, Joel C. da Rocha, José Duarte, Domicio Barros, Bezerra Lima, Jose de Barros e Israel F. Gueiros.
Em 1928, edição de 11 de agosto se apresentou em formato tabloide de 32 x 23, com 48 páginas em papel acetinado e bastante ilustrada, comemorando o Jubileu do Presbiterianismo no Norte do Brasil.
Manteve o semanário o novo formato, saindo com oito páginas, colocada sob o título a divisa: "A tua palavra é uma lampada para os meus pés e uma luz para o meu caminho".
Em fevereiro de 1930 ocorre nova alteração no corpo redacional, com o afastamento de Juventino Marinho. Constou, apenas: Redatores - diversos. E assumiu a gerencia William. G. Neville. Voltou a publicar-se trimestralmente
No ano seguinte, teve o Norte Evangélico sua fase financeira mais angustiante. Os assinantes mostravam-se relapsos, sendo constantemente chamados a ordem, através de apelos, para que não deixassem a empresa perecer. Dificilmente, chegou ao mês de setembro, dai pulando para 11 de dezembro, com apenas 24 números publicados nos doze meses. Mas, recomeçou a 27 de Janeiro de 1932, lendo-se no cabeçalho, a partir de 29 de fevereiro: "Órgão Presbiteriano do Norte".
A edição de 14 de maio, lançava o editorial "Nova fase" (destacada em tinta vermelha), em que dizia: "Deixando de ser órgão do Sínodo Setentrional, entrou esta folha em uma nova fase de existência. Livre dos compromissos oficiais, está o Norte Evangélico, mais do que outrora, habilitado a consagrar-se aos interesses da propaganda evangélica em o Norte do Brasil".
Acentuou: "...respira ambiente mais livre no campo vasto dos alevantados ideais atinentes a evangelização nacional". Continuavam, todavia, abertas as sua colunas as noticias das igrejas e do movimento de suas associações.
No n° 1, de 1° de Janeiro de 1933 lia-se: "De todas as lutas pelas quais ha passado esta folha, a mais difícil, por ser a mais penosa, tem sido a luta pela vida, isto é, a luta financeira. Nesta luta esteve ele em perigo iminente de vida, antevendo mesmo um desfalecimento certo".
Surgiram outros colaboradores: Artur Souto, João da Terra, Otávio V. Costa, Antonio Reddo, Uzzae Canuto, Mendes Vieira, Paulo Sarmento, Julio Leitão de Melo, Elias Bezerra, Tiago A. Lins, J. M. S. com a seção "O nosso púlpito", que durou vários anos; Abel Siqueira, Meneses Wanderley, Jose Afonso Ferreira, Heli Leitão, mencionado, em 1937, como redator; Wilson Sousa, Agenor Raposo, Ageu Vieira, Oséas Gama, Almerinda Marinho Espíndola, Antonio F. Campos, Ebenezer Gueiros, Sinésio Lira, Benjamim Ferraz, Ismael Andrade, etc.
A edição de 21 de dezembro de 1934, contendo 24 páginas, foi dedicada ao Jubileu da Igreja Presbiteriana de João Pessoa/PB. Permanecendo inalterável a circulação quinzenal, ao atingir 1940, precisamente a 15 de junho, duplicou o formato para 41 x 30, voltando ao primitivo regime de quatro páginas. Ainda adotaria o pequeno formato, o que se verificou quase cinco anos após. Em 1° de Janeiro de 1945, foi elevada para doze a quantidade de páginas.
A 1º de junho de 1942 aparecia, no cabeçalho, como redator, Ageu Vieira; mas, ao iniciar-1945, foi reduzido ao segundo cargo, elevando-se William. G. Neville a função de direção. E logo a 15 de fevereiro formava-se outro corpo redacional, constituído de Jerônimo Gueiros, A. Almeida, João Campos e David A. de Mendonça, sendo editor Mendes Vieira.
Em 1946 foram suspensas as publicações da empresa, a fim de proceder-se a instalação de "maquinismo moderno e numeroso". Ressurgiu a 1° de setembro de 1947, servindo-se de nova divisa: "Toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus pai" (Filip. 2:11). Passou a "Órgão Evangélico" e adotou formato diferente: 38 x 27, saindo com seis páginas. Mantido o corpo redacional, foi o editor substituído por David Mendonça.
Em 1 ° de novembro de 1949, uma circular da então constituída "Casa Publicadora Norte Evangélico" declarou haver se resolvido a fusão do Expositor (revista evangélica, suspensa havia três anos) com o Norte Evangélico, que passa a adotar o formato pequeno, para sair com doze páginas, sempre quinzenalmente.
Prosseguiu a publicação, em 1950, com a devida regularidade, dividida a matéria em "Editoriais"; "Várias notas"; "Pela seara"; "Estudos bíblicos", por A. Almeida; "Seção Homilética", do professor Samuel Falcão, "Páginas oportunas"; Cantinho das crianças", sob a responsabilidade de Edla Gabriel de Oliveira; "Chispas", a cargo de Arnica Veritas: mais a colaboração especial de Jerônimo Gueiros, Oseas Gama, Antônio Teixeira Gueiros, Benjamim L. A Cesar, Washington M. Amorim, Cleanto Fialho Viana, Josibias Marinho, Domiciano Soares, Natanael Cortes, Ivan Tenorio, Guaraci Silveira, Harold L Propper, Pacifico Monteiro de Alencar, Alvaro Reis, Celso Lopes, etc.
A partir do n° 7, ano XLIV, de 1 de abril, acrescentou-se ao cabeçalho o sub-titulo: "Jomal para todos os membros de uma familia". Atingido o ano de 1951, modificou-se, no mês de março, o corpo redacional, tendo Langdon Henderlite assumido a função de diretor-responsável, ao passo que David A. de Mendonça era nomeado redator-chefe. Para a direção da Casa Publicadora entrou Robert C. Shane. Constava do expediente; "Órgão Presbiteriano Publicado pela Missão Presbiteriana no Norte do Brasil". Sem mais alterações, prolongou-se a existência do Norte Evangélico ate o nº 18, ano XLV, de 15 de setembro de 1951, em parte dedicado ao jubileu ministerial do Professor Jeronimo Gueiros, ficando, então, suspenso, para reaparecer, em 1952, no Recife (Arquivo Edipress e Biblioteca Pública do Estado / Mantida a grafia da época).
Fonte: NASCIMENTO, Luiz do, História da Imprensa de Pernambuco, volume XVII - Editora Universitária UFPE
Fonte: http://terradomagano.blogspot.com/2009/