quarta-feira, 22 de maio de 2024

A arte de fazer política


Jesus de Oliveira Campelo* | Garanhuns

Aprendemos que política, num sentido amplo, é uma arte ou ciência de governar, da organização, direção e administração de nações, estados e municípios. É, também, a arte ou vocação de guiar ou influenciar o modo de governar, reunindo um conjunto de princípios e medidas postos em prática para solucionar determinados problemas sociais. A política se constitui, portanto, numa forma de atividade humana, que tem por objetivo a vida social considerada em sua totalidade, uma vez que consiste no governo da sociedade por aqueles que detêm o poder.

Enquanto as outras formas de atividades humanas têm finalidades limitadas ou parciais, a política alcança todos os setores da vida social, tendo como objetivos principais, a conquista, a manutenção e a expansão do poder, e se apresenta incorporada as duas modalidades fundamentais, que correspondem as duas dimensões das condições humanas, a animalidade e a racionalidade. O exercício da violência, da destruição recíproca. é comum entre os homens e os animais irracionais que para sobreviverem se entredevoram. Por isso, não é de se surpreender que as formas de lutas políticas correspondem a esses diferentes parâmetros de racionalidade alcançados pelo ser humano ao longo da sua história. A luta pelo poder, que tem sido uma das principais molas propulsoras da história, não se aplica apenas pela vontade de apoderar-se dos meios que permitam dominar os outros homens, mas, também, pela exigência do reconhecimento público do seu trabalho, do seu desempenho, de sua dedicação e de sua honestidade que são circunstâncias que caracterizam a condição humana. Aristóteles, filósofo grego, dizia que o homem é, por natureza, um animal político, e um animal história, pois, verifica-se que a história humana tem sido história política eivadas de lutas pelo poder das instituições por meio das quais, o poder se exerce. Outro grande depoimento é encontrado na definição do grande  escritor francês, Voltaire, quando ele conceitua a política da seguinte maneira: "A política tem a sua fonte, antes na perversidade do que na grandeza do espírito humano". Se analisarmos os quadros políticos que se nos apresentam, verificaremos que não é diferente dos registrados pela história da humanidade. O ser humano tenta se promover, procurando antes de tudo, denegrir ou destruir a imagem de adversário, dirigentes e instituições, abandonando, por conseguinte, os princípios da racionalidade.

Em todos os segmentos da vida social, a crítica e a indagação, são aceitas, desde que feitas no sentido construtivo e com a responsabilidade daqueles que desejam contribuir para a melhoria das pessoas e das instituições. A crítica honesta é a que corresponde à função de esclarecer orientar, somar e nunca tentar destruir. Os que trabalham com a consciência tranquila não temem o futuro porque o presente atesta a segurança do rumo tomado. (*Jesus de Oliveira Campelo e jornalista e membro da Academia de Letras de Garanhuns).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mãos construtoras do Reino

Dom Gerardo Wanderley | Garanhuns, 9/03/1985 Podemos imaginar as mãos do Mestre acompanhando suas alocuções ao povo: mãos a prolongar, refor...