O homem coloca-se no centro do seu universo e passa a indagar da origem daquilo que o cerca. De outras passagens não vem qualquer explicação. Sujeita a uma verificação de ordem racional. Dentro de si mesmo existe a essência de sua expressão valorativa. O problema de suas origens é solucionado pelo autoconhecimento. Implica no conhecimento exato dessas origens como fundação da verdade.
Essa procura de dados indispensáveis, começa revelar-se com a manifestação da inteligência como consciência de si mesma. Não lhe seduz a redução do fato humano no processo histórico, porque pretende encontrar na universalidade do ente humano. Coloca-se em plano altamente significativo à busca de tudo que se conjuga no tempo e no espaço. Atinge, assim, um ponto culminante incondicionado pelos valores eternos. É a carência da historicidade, que se destaca na obra de DESCARTES. É comum a humanistas que se inspiraram nas belezas de um mundo maior. Só a intuição, como denominador comum do humano, revela manancial de conhecimento claros e distintos. Capazes de orientar melhor a espécie humana, que quer decidir o seu próprio destino. O fio desse raciocínio exige, em tese, a seguinte observação doutrinária:
"Há elementos que prometem muito, e se forem bem orientados, ainda poderão realizar grandes obras, mas é preciso observá-los bem antes de se lhes atribuírem tarefas de maior peso ou envergadura, quando não se sabe se já têm maturidade, não apenas intelectual, mas espiritual para encargos mais sérios. Não basta crescer saber e querer, é preciso também amadurecer, para realizar com segurança. É uma das grandes lições da Doutrina, e uma lição confirmada pela experiência vivida, a cada passo. Quem quiser que observe, e verá que muitas pessoas têm talento, cultura, saúde, possibilidades materiais, mas ainda não tem maturidade para os problemas do Espírito".
O vulto de hoje, pelo seu comportamento psicológico, não parece ter sido estranho a esses ensinamentos . Nunca lhe fora preciso mergulhar na solidão para fazer culminar a gestação mental do seu talento tantas vezes em prova.
MAURÍCIO ACIOLY
Símbolo telúrico das colinas verdejantes, onde o MAGANO é a expressão altaneira. A família Acioly é marcante ordenamento da beleza moral da nossa gleba. Abriu os olhos para a vida sob o pálio do azul suspenso da nossa Garanhuns berço de rebeldia cívica de literatos e poetas. Ao lado de seus maiores aprendeu pelo exemplo a lidar com o material humano.
A sua infância de menino pobre, não chegou a ser dominado pela carência. Vivia sempre bem "arrumadinho". Matriculou-se no Colégio Diocesano, onde terminou o curso de contabilidade e letras. Foi um bom aluno e muito grato ao Colégio. O seu comportamento era de um ser impar, não obstante ter sido um homem pluralista. Logo cedo revelou-se capaz de orientar-se e orientar a coisa pública. Criador de amplas possibilidades por determinação vocacional. Inaugurada a Rádio Difusora, a Empresa Jornal do Commercio, convidou-o para gerente da pioneira. Maurício, muito jovem, foi o seu terceiro gerente. Logo destacou-se como grande locutor, verdadeiro homem de comunicação. Dicção muito boa. Sabia dar vida ao texto apresentado. Várias iniciativas de ordem cultural foram programadas. Na direção da casa foi tudo esteve sempre presente. Amigo das artes e do teatro. Bom amigo e melhor colega. Ao seu tempo as nossas crônicas eram cuidadosamente interpretadas, sempre respeitou o bom gosto do espírito literário dos seus inúmeros ouvintes.
MAURÍCIO ACIOLY
Exerceu outras atividades depois que deixou a Rádio. Contudo, foi na qualidade de funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que se realizou. Senhor da técnica exigida pelo seu trabalho. Mestre em organização de recenseamento. Em tudo como funcionário a sua opção foi sempre para o melhor. Homem acalentado pelo amor a liberdade, ao seu modo, sentia o aconchego da alegria de viver. Ao lado das pessoas mantinha-se em silêncio. Nunca se deixou envolver pelo labirinto da política. Seu voto, sempre foi secreto. Homem profundamente inteligente, sabia transmitir com arte e bom gosto o seu pensamento. Concordava com os outros à medida que não contrariasse o que ele tinha como princípio de justiça. Mesmo assim, não era um polêmico. Muito intuitivo e jamais discordava de si mesmo. Casado e pai de família. Sua esposa D. Marina é um modelo de virtude, em forma de mulher. Faleceu na cidade do Recife, no dia 26 de março do corrente ano (1984). Seu corpo foi transladado para Garanhuns e foi sepultado no cemitério São Miguel. Contava com 62 anos de idade. É um dos vultos, cuja memória deve ser perpetuada com destaque. (*Advogado, jornalista e historiador | Garanhuns, 07 de abril de 1984).
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