domingo, 4 de fevereiro de 2024

Só o amor constrói


Jesus de Oliveira Campelo

A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com que, a seu ver, constitua ofensa aos direitos. Por ainda não conhecer a si mesmo, concentra na vida terrena todas as realizações possíveis, tendo como objetivo principal o seu bem-estar, e, em razão disso, anseia por todas as satisfações, por todos os gozos, sendo essa a razão por que atropela seu semelhante, se este  lhe causar alguma dificuldade. 

IGUALDADE E FRATERNIDADE

Dentro do seu modo de pensar e agir, é preciso que ele predomine, pois, a igualdade daria outros direitos, que só quer para si. A fraternidade lhe imporia sacrifícios em detrimento do seu bem-estar; a liberdade, também, ele só quer para si, e somente a concede, quando não lhe fira de modo algum suas prerrogativas. Alimentando todos as pretensões, tem como resultado, constantes conflitos entre os homens.

Não podem os homens ser felizes, se não viverem em paz, isto é: se não  os animar um sentimento de benevolência, de indulgência e de condescendência recíprocas; ou melhor dizendo: enquanto procuram esmagar-se uns aos outros. O amor ao próximo e a fraternidade resumem todas as condições dos deveres sociais; um e outro, porém, pressupõem abnegação; mas, a abnegação é incompatível com o egoísmo e o orgulho; logo, com esses vícios, não é possível a fraternidade, nem, por conseguinte igualdade nem liberdade, visto que os egoístas e os orgulhosos querem tudo para si.

NÃO BASTA APENAS PREGAR A FRATERNIDADE

Será que estamos aprendendo, pelo menos, a perdoar nossos irmãos e amá-los como nos ensinou nosso amado Mestre Jesus? Não basta apenas pregar a fraternidade; temos por obrigação vivenciar o que  pregamos. Temos que nos tornar inofensíveis; pois, quem assim se transforma, compreende, e vive alegremente. Quem compreende e perdoa, permanece equilibrado. O equilíbrio é o apanágio dos felizes e fortes.

Compreender e amar ao próximo é a sublime síntese de todas as aspirações humanas em busca da felicidade. No dia em que os que dirigem, seja: uma nação, um lar, ou, uma instituição, se aperceberem do valor da inofensibilidade, não haverá mais desarmonia, nem  conflito entre os homens. E onde não há harmonia, o perdão perde o sentido. Enquanto houver susceptíveis e ofensivas, as instituições estarão ameaçadas, as guerras não cessarão, os lares estarão desajustados, e continuarão fabricando para a sociedade, mais viciosos, mais homens violentos e mais amigos aparentes. Todos nós sonhamos com a era da paz e da fraternidade, que atingirá a plenitude do amor; e, então, o perdão será apenas mais um vocábulo ornamental, e, certamente, deixará de existir como condição de relacionamento humano. Lembramos neste  momento o que disse o grande Mahatma Gandhi, o homem que encantou o mundo por muitos fatores notáveis e por sentenças que legou a humanidade: - "Quando um único homem atinge a plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões".

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