domingo, 4 de fevereiro de 2024

Histórica e poética avenida

Avenida Santo Antônio, Garanhuns nos anos 1930 | Créditos da foto: João Marques/Foto Ideal

Por João Marques*

Garanhuns não tem fundação. Começou a partir do  final do século XVII, com o nascimento de Simôa Gomes  e com o surgimento vagaroso da povoação. Ou, melhor dizendo, com o começo da Avenida. Segundo o historiador Alfredo Leite Cavalcanti, era uma casa a cada ano naquele tempo. Não  tem data de fundação, mas, politicamente, tem a data de 4 de fevereiro como existência da Cidade. Foi uma conquista, já pelo seu  desenvolvimento. Antes era simplesmente vila. É de extrema ignorância e de má intensão ensinar aos jovens estudantes que o aniversário comemorado da "cidade" é no domingo que for depois do dia 10 de março. Esta data é da denominação de "vila".

EM 1904, OS PRIMEIROS POSTES, DE MADEIRA, E COM LAMPIÕES EM CARBURETO

A Avenida, que representa a cidade, como a sala de visita natural, tem a sua história. Aqui, sobre a estruturação, algumas informações que dão ideia da lentidão e dificuldade que houve.

Em fins do século XIX, pela 4º administração da cidade, governo municipal Manoel Jardim, 40 lampiões a querosene foram a primeira iluminação. Os lampiões eram dependurados nas paredes das esquinas. Em 1904, os primeiros postes, de madeira, e com lampiões em carbureto. Em 1911, as lâmpadas foram a álcool.

Em 1911, também, as primeiras calçadas, com 2 a 3 metros de largura. E, em 1943, com Celso Galvão como Prefeito, conclusão do  calçamento, iniciado antes por Tomás Maia. Bancos e canteiros ao longo da Avenida. Neste tempo, também, foi construído o atual prédio da prefeitura. O maior benefício, contudo, veio no governo do Prefeito Aloísio Souto Pinto, a reforma da Avenida. Em 1963, foi concluída a reforma, com arquitetura moderna e urbanização condizentes com os avanços da época.

Ruber van der Linden, em um poema, comparou a pequena curvatura que faz a Avenida, bem no meio, com um "torcicolo charro". Atribui, assim, a Avenida concepção de cabeça ou rosto da cidade. E é de fato a elegância e a poesia que é a cidade toda. Quem é que tem igual? Há outra cidade que tenha no centro uma avenida desse porte? É muito difícil. Este jornal, defensor de Garanhuns, alerta os filhos da terra, para que não permitam ser desviados o charme da Avenida, como se tem feito com a história.

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