sábado, 10 de fevereiro de 2024

Garanhuns e Eu


José Coelho Rodrigues

Eu encontrei Garanhuns toda garrida, moça bonita, numa roupagem nova, - um verdadeiro espetáculo de criatura - E agora venho convidá-la a olhar para mim como pessoa humana. Quanta diferença entre o cristão e tu, minha querida, operou o senhor Tempo! Basta olhares através do espaço... Mas, olhas-me dentro dos olhos. E ler o que me vai na alma. Faz 26 anos que te deixei. Nesse intervalo, vários artistas cuidaram mais, outros cuidaram menos, mas todos foram eficientes, zelosos. Todos deram de si o que era para atestar. Cuidaram de ti com acendrado carinho. Deram-te vida.

O SENHOR DO TEMPO

Mas, aconteceu comigo, como pessoa humana, o que era natural acontecer: Envelheci. O Senhor do Tempo que é pródigo na função de criar, é inexorável na ação de destruir. Cheguei à casa dos 93 janeiros aparentemente novo ainda, para a fantástica idade, mas realmente  um trapo humano, sem quase nenhuma força física. Mas, eu sou, e acredito nisso, um ungido do Senhor porque sempre andei com Deus no coração e, certamente por isso mesmo nunca as minhas forças mentais sofreram qualquer alteração para pior. Se sofreram alguma alteração foi para melhor, acredite nisso, porque eu vivo hoje como se estivesse vivendo os meus 25 anos, a época mais  feliz de minha vida, perfeitamente lúcido. E o interessante da vida é viver, como muito bem disse o prefaciador do  meu livro "AMEÚRA", a sair, e o meu amigo e insigne escritor Nilo Pereira.

NR - O jornalista José Coelho Rodrigues é autor do livro "Por que dois Brasis?". Foi por muitos anos residente em Garanhuns onde trabalhou como contador da antiga firma Manoel Pedro da Cunha. (21 de janeiro de 1984).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

João Marques nos deixa com todas as letras

João Marques dos Santos Gerson Lima* | Garanhuns Quem lhe deu ouvidos, ouviu, de um corpo literário ambulante, poemas agudos da solidão de u...