Maurilo Campos Matos
Entoo o canto da ave sem rumo,
Neste vasto espaço, sem fim aparente,
Buscando tornar seus lamentos
Um hino à liberdade.
(Mas, se os grilhões prendem seus passos,
Que valia tem tal melodia?).
Entoo o canto da ave sem rumo
Nos dias vestidos de luto,
Vendo fenecer tantas constelações.
Guardo a luz das estrelas que se foram
Na claridade de um falso alvorecer.
Saboreio carícias de uma rara inveja
Com gosto de esperança embalsamada.
Com sementes de dor e de alegria,
Cantarei o canto da ave que voa livre,
Despertando a estrela adormecida
Buscando a pedra quente do deserto
Que se torna fonte, ao ser partida.
Cantarei o canto da ave que voa livre,
Renascendo para a vida mais uma vez.
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