terça-feira, 12 de novembro de 2024

O canto da ave em liberdade

Maurilo Campos Matos

Maurilo Campos Matos

Entoo o canto da ave sem rumo,

Neste vasto espaço, sem fim aparente,

Buscando tornar seus lamentos

Um hino à liberdade.


(Mas, se os grilhões prendem seus passos,

Que valia tem tal melodia?).


Entoo o canto da ave sem rumo

Nos dias vestidos de luto,

Vendo fenecer tantas constelações.


Guardo a luz das estrelas que se foram

Na claridade de um falso alvorecer.


Saboreio carícias de uma rara inveja

Com gosto de esperança embalsamada.

Com sementes de dor e de alegria,

Cantarei o canto da ave que voa livre,

Despertando a estrela adormecida

Buscando a pedra quente do deserto


Que se torna fonte, ao ser partida.

Cantarei o canto da ave que voa livre,

Renascendo para a vida mais uma vez.

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