Árvore Umbuzeiro | Créditos da foto: Anchieta Gueiros |
Umbuzeiro formoso e abandonado,
Umbuzeiro perdido no deserto
Onde ao vento da tarde reclinado
Eu fiquei pensativo, triste e incerto.
Em me lembro, eu me lembro, um certo dia,
Na floresta cansada, muito além,
Da juriti o canto aparecia
Trazendo-me saudades do meu bem.
E eu sozinho chorava na amargura
Do tempo que passou longe de tudo;
Minh'alma, qual sombria sepultura,
Meu triste coração mais triste e mudo.
Então, sentado ao tronco, na lembrança
Daquela que foi minha antigamente,
Eu chorei o meu tempo de criança,
Quando a amores vivia indiferente.
Porém, formoso amigo, em tua fronde,
A saudade não vem de alguma ingrata;
Na sombra dos teus ramos não se esconde
Um desejo qualquer de serenata.
És bem feliz, porque na tua vida
Não conheces mulher a ingratidão,
Tu tens para o Universo a fronte erguida
E a sombra que apraz ao coração.
Garanhuns, 13 de Agosto de 1977.
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