Marcílio Reinaux | Recife, 15/09/1979
Bouganviles derramados
pelo terraço da
casa grande irradiando
múltiplas cores,
A pastagem em frente,
verdejante; o canto dos
Pássaros apressados.
O riacho perene,
silencioso, modorrento.
A montanha emoldurando
o "PAU AMARELO".
Junho.
A casa vestindo-se de
festa, no calor da fogueira junina,
queimamos nossos sonhos
e com eles os
estalidos das brasas
rubras eram ouvidos.
O saudosismo telúrico do passado,
no som da música,
buscando-se afugentar-se as tristezas
presentes da vida.
Balão subindo e descendo o frio, de Garanhuns.
Lá dentro o "forró", com o calor
no olhar fascinantes das morenas
de quadris largos e requebrados ligeiros.
Bode assado, pamonha, queijo.
Todo mundo comendo,
madrugada à dentro, galinha guisada com farofa.
O fole soprando.
O triangulo retinindo.
O bombo surdo ressoando.
Vinho, "pitu", conhaque "Cinco Estrelas".
O frio chegando com a garôa.
O carro de boi à porta, parado.
Não geme mais, suas dores;
gememos nós nossas dores.
O carro fica quieto de saudades,
ilustrando apenas a paisagem da Fazenda,
no acalanto do nosso coração.
Depois da noitada,
da boa festança,
o sol vem raiando,
o fole soprando,
o gado longe, mugindo.
A festa vai se findando,
a flora vai se abrindo,
o amor vai morrendo,
a gente vai partindo,
a saudade vai chegando,
o povo sai sorrindo,
Sebastião fica chorando.
A criança brincando
"O PAU AMARELO" cantando,
sua canção e suas flores coloridas.
O velho sorrindo,
Garanhuns acordando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário