Lula Branco, Deusa Tenório e uma amiga |
Todos os criadores utilizavam reprodutores selecionados. Vaca de tostão boi de milhão!
O Distrito de São Pedro abastecia Garanhuns, através de quase uma centena de leiteiros que venciam a pé, a distância de duas léguas, com seus "bules" de até quarenta litros equilibrando na cabeça. A partir do ano de 1946 foram criados os caminhões dos leiteiros: três veículos saiam de São Pedro e do Belamente, parando no limite da Cidade, de onde os leiteiros percorriam todos os Bairros, num "chouto" que caracterizou o excelente preparo físico da classe. Ao ponto de nas primeiras Corrida da Fogueira, criada pelo saudoso Antônio Miranda, os primeiros lugares foram sempre ganhos pelos leiteiros que na entrada da Avenida Santo Antônio, recebiam o Símbolo da Classe e chegavam triunfantes na Prefeitura conduzindo os seus "bules" de leite na cabeça.
No período existiram algumas secas, mas não houve registro de grandes crises. Até o final da década de 1960, tudo correu muito bem, com os Fazendeiros investindo e progredindo. A Exposição de Animais de Garanhuns era exemplo de seleção das raças leiteiras. A mestiçagem Zebu/Holandês foi adotada junto com os maiores. Centro de Pesquisa. Assim o rebanho passou a produzir muito mais, e as Vacas que davam um "Balde de 10 litros" deixaram de ser raridade. Lôla Branco criador ousado, programa passar 24 horas ordenhando suas vacas; chegou próximo, pois possuía o maior plantel leiteiro do Nordeste. Um grupo de criadores compraram no Rio Grande do Sul mais de 200 matrizes, inclusive os dois campeões juniores da Exposição de Esteio.
A produção de Milho, Feijão e Algodão era exemplo para o Agreste, onde Elias de Barros (foto) mantinha um "eito" com mais de 300 trabalhadores e era seguido pelos irmãos Pedro Vaqueiro e Artur Ataíde, que complementavam um "exército" de quase 500 homens e mulheres.
A crise se iniciou com a falência da GISA, a única fábrica de leite em pó do Norte e Nordeste que era a esperança da pecuária. Apesar da crise muitos criadores ainda persistiram, só sendo vencidos, quando a produção de algodão do Nordeste declinou, e o farelo passou a ter preços proibitivos. A maioria dos filhos dos Produtores, depois de titulados, se desinteressam pela Pecuária, e seguiram novos rumos, contribuindo para que a região declinasse.
E sem uma continuidade as grandes Fazendas, foram repartidas, abandonadas ou semi utilizadas. É certo que algumas propriedades ainda hoje são exemplo de manejo e excelência de planteis, mais estão comprimidas pelos preços baixos do leite, que cobrem apenas 60% do Custo de produção.
Em homenagem aos criadores heróis do passado vamos enumera-los: Em São Pedro: Abílio Valença, Neco Zidoro, Chico Branco, Deusdethy Maia, Jorge Branco, Antônio Ferreira, Lula Branco, Antônio Brasileiro, Francisquinho Branco, Amílcar Valença, Duzinho Silvestre, José Ferreira, José Silvestre, Seu Salú, Philadelfo Branco; Cachoeirinha: Biê Correia, Antônio Rosa, Oscar e Pedro Francisco; Roncaria: Abel Vaz, Odilon Ferreira, Senhor Broca, Antônio Brasileiro, Apolonio "Pôpo" Albuquerque, José Bezerra. Nos Bravos: Os irmãos Ferreira: João, Eustáqui, Antônio "Tiuba"; Amarelo: Galdino Nunes de Almeida, Zidoro e Zé de Galdino.
*Pedro Jorge S. Valença | Pecuarista, economista e escritor | Garanhuns, 29 de dezembro de 2002.
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