Luiz Gonzaga de Lima | Garanhuns, 2001
Hoje ainda me recordo,
Dos tempos em que passei,
No meu Garanhuns querido
Lugar onde me criei
E da Oliveira Lima
A rua onde morei.
Recordo o chafariz,
Donde era carregada,
Água para as residências
Que não tinha água encanada,
Só tinha nas residências
De porte mais elevada.
Carroça de mão e carro,
Carroça de burro ia.
O povo com suas latas
A grande fila fazia
De manhã e tardezinha,
Lá era assim todo dia.
Se parecia uma feira
Com gente de toda idade,
Seu Antônio do chafariz
Com toda habilidade
Atendia nosso povo
Do bairro desta cidade
Da bodega da esquina
Que a um Sr. pertencia
Este era seu Eliseu
Lembra-me dele queria
Aonde eu comprava doce
Naquela mercearia.
Recordo também as noites
Bastante enluaradas
Sob o céu todo estrelado
Nas noites bem animadas
Eu brincava de rendido
Junto com meus camaradas
Recordo Dona Zizi
Minha professora amada
Também recordo Aliete
Catequista renomada
Recordo Inaldo Vilela
Nadinho meu camarada
De Célio e José Antônio
Eu tenho recordação
Do Sr. Alfredo Mota
Tão bondoso cidadão
Que me ensinou a ler horas
Com toda satisfação.
Foram embora aqueles tempos,
Os mesmos não voltam mais
Destes tempos, as saudades
No coração são demais.
Aqueles tempos de outrora
Nós não veremos jamais.
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