sábado, 19 de agosto de 2023

Jornalista Ulisses Pinto

Ulisses Peixoto Pinto Filho

Ivo Tinô do Amaral*

Conheci o jornalista Ulisses Pinto na década de 1950, em Garanhuns, nascendo desde de então uma sólida amizade e uma admiração recíproca. Ulisses transmite para quem o conhece de momento, uma das suas muitas qualidades: a da sinceridade. Ele é capaz de conquistar a confiança de antigos como de novos amigos, em virtude de seu comportamento de homem simples, fiel e leal aos seus amigos.

Mesmo pertencendo ao longo de nossas vidas políticas a partidos diferentes e ferrenhos adversários, eu no velho PSD - Partido Social Democrático e ele na tradicional UDN - União Democrática Nacional, nós nunca tivemos qualquer desentendimento sério, salvo as naturais "brigas" eleitorais que nunca chegaram sequer a um discussão mais séria.

Mas, não era somente comigo, Ivo Amaral, que mesmo divergindo partidariamente falando, sempre nos demos muito bem, era também com outros membros do PSD, até mesmo seus dirigentes, que Ulisses conquistava a todos, chegando até a ser confidente de alguns deles, como o médico Luiz da Silva Guerra, que foi Prefeito de Garanhuns. Isso gerava ciúmes entre pessedistas e udenistas, mas nunca desconfiança. Ulisses merecia a confiança de todos. Irmão do antigo vereador, prefeito e deputado Aloísio Souto Pinto, Ulisses o tinha como ídolo e ainda hoje sempre enaltece sua memória.

Nas célebres disputas da década de 50 e início da década de 60, reunindo partidários da UDN e PSD, Ulisses revelou outra faceta da sua vida sócio-política-cultural-jornalística: a de tremendo apostador. Ulisses Pinto apostava em  tudo. No mais votado, no menos votado, votação por município e no total do Estado, sem esquecer que ele jamais deixou de apostar na eleição para Presidente da República, nos principais Estados e em outro tipo qualquer de eleição. As vezes ganhava, as vezes perdia, como todo bom jogador.

Mas foi no campo do jornalismo impresso onde Ulisses Peixoto Pinto fez o seu maior sucesso. Começou escrevendo há 60 anos para "O Monitor". Política sempre foi a sua especialidade, mas nunca deixou de ser o bom repórter, cobrindo posses, entrevistas, viagens e conclaves. Um jornalista polivalente e completo. Até acontecimentos sociais, como aniversários por exemplo, Ulisses estava lá, atento e fiel aos fatos.

Até nos períodos mais turbulentos da nossa história Ulisses, que se orgulha de ter sido aluno do Colégio Diocesano, se saiu bem, pois como sempre foi um cidadão íntegro e patriota, tendo, os detentores do poder, a maior confiança nele. Foram diplomas, medalhas e outras condecorações, tanto em Garanhuns como em Recife, tanto do Exército como da Polícia Militar. Foi até distinguido como "correspondente militar". Por falar em correspondente, Ulisses representava jornalisticamente, em Garanhuns e Região do Agreste Meridional, jornais da Capital, como o Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e a extinta Folha da Manhã.

Em Garanhuns todos admiram a sua  potencialidade de escrever, principalmente sobre o polêmico, difícil e ingrato tema da política. Sempre que surge um jornal novo na cidade, o que todos esperam logo é ver Ulisses Pinto como o colunista político. Está aí ele, atualmente, no Correio Sete Colinas, O Monitor, Imprensa do Agreste e Jornal Cidade, se aparecer mais um ele topa. Essa vitalidade é sinônimo de quem faz o que gosta. Parabéns Ulisses Pinto pelos seus 60 anos de jornalismo vibrante, sadio e atualizado. Ulisses Pinto faleceu em 20 de julho de 2009.

*Ivo Tinô do Amaral foi vereador, vice-prefeito, prefeito de Garanhuns por duas vezes e deputado estadual por dois mandatos.

Foto: Ulisses Peixoto Pinto Filho.

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