sábado, 19 de agosto de 2023

Grupo Arte Livre Garanhuns

Grupo Arte Livre

O Grupo Arte Livre sempre foi sinônimo de cultura em Garanhuns. Foram mais de 10 anos afinados com a Música Popular Brasileira. Tudo começou com Maurilinho, que empunhando o violão abriu a voz no bar Bakulelê, acompanhado pelo baterista Mogeu. Tempos em que Garanhuns não convivia costumeiramente com barzinhos de música ao vivo. Depois chegou Jonas Lira, o  vocalista do Grupo, reminiscente do mirins do SESC, quando já dava ganhos em seu talento de cantor. Lula chega e  no baixo habilitado a surtir excelentes acompanhamentos. A voz de Cema o acompanha na inserção do Grupo. Foi um namoro mútuo, identificando na paixão pela MPB.

Bar O Vagão

O Bar O Vagão, principal ponto de encontro dos  mais variados seguimentos da cultura da nossa cidade, foi o cenário ideal para mostrar as primeiras apresentações do Arte Livre. O Grupo nasceu com a proposta de divulgar a música, com  arte, estilo, e principalmente fazer o povo gostar da MPB. A invasão de música internacional no rádio já era  visível e lutar contra esse bombardeio, foi uma luta do Arte Livre: "diante disso surgimos como opção, na execução diferenciada do que se tocava na  semana nas rádios" revelou Maurilinho. "Vinícius de Moraes, Geraldo Azevedo, Fagner, entre outros, que não eram popularmente conhecidos, começaram a tocar nas rádios, por força dessa nossa influência", afirmou com orgulho.

Arte Livre foi também vanguarda na execução de MPB nos barzinhos porque até então, esses estabelecimentos só utilizavam músicas de seresta. Com a fidelidade desse estilo, veio também a formação de um público específico e sincero que  acompanhou a Banda. 

Em 1993 o Grupo deu um tempo sem tocar até antes do Festival de Inverno, momento que pôde marcar a volta do Arte Livre. Com esse recomeço, aconteceu a saída do primeiro baterista Mogeu e da vocalista Cema. Maurilinho também afastou-se e em seu lugar veio Mano. Carne nova no Grupo com a chegada de Paulo Rogério que trouxe a percussão. O principal fator que mantinha o grupo unido era a amizade e a mesma afinidade com a MPB. Possuíam uma flexibilidade para tocar desde mine bailes, recepções especiais e os barzinhos de sempre ao show convencional. E diga-se de passagem que essa experiência foi vivida em 1991 com a montagem do "Show Outra Face".

"Tocamos porque gostamos", afirmava Jonas Lira. "Não existe nenhum incentivo empresarial na cidade. Os cachês são pequenos embora frequentes. Quando pretendemos comprar alguns equipamentos dedicamos os cachê. O baixista Lula sempre categórico quando informava que o Grupo Arte Livre tinha tudo a ver com a cultura e o turismo em Garanhuns. "Os turistas procuravam na cidade as diversões noturnas, normalmente com música ao vivo. E lá estávamos nós, fazendo MPB.

Fotos: (1) - Grupo Arte Livre. (2) - Bar O Vagão. 

Texto transcrito do Jornal O Monitor de 31 de dezembro de 1993.

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