Garanhuns começa a se afirmar como "A Cidade dos Gerânios": ouvimos a palavra do prefeito Ivo Tinô do Amaral, diante da "Barraca de Garanhuns", na TV, no dia 29 de outubro.
Para mim, uma alegria - eu que sempre lutei pela predominância dessa flor que não dá em todo clima, porém que brota enorme e policrônica, no nosso, em Garanhuns.
Os gerânios, além do colorido, tem uma forma graciosa, encantadora mesmo. Atraem o olhar e geram alegria.
Como "flocos", brotam no meio de uma folhagem rica e bela. E vão enchendo de beleza as manhãs, as tardes e as noites da cidade que até em outubro, pode oferecer-nos dias de garoa.
Do coração de cada "flocos", surgem insinuantes pensamentos de lazer e repousos. Doces e relaxantes enleios. Suaves e metafísicos pensamentos. Vivazes e sorridentes lembranças.
Os gerânios brotam na tarde azul. (Será que alguém já escreveu tarde azul? Mas é a cor da tarde, agora, neste dia de repouso e silêncio).
Brotam os gerânios bem distantes do mar: em pleno verão montanhês. (Onde está o cantor da terra, pastor de palavras, que apascentaria - não "no meio dos lírios" como o Amado do Cântico dos Cânticos - mas entre gerânios, místico da terra, evadido dos seus píncaros para a planície?).
Gerânios brotam e cantam suas canções coloridas, compondo com a voz do silêncio, a canção do infinito. Canto que nasce com voz misteriosa, "na fluídica linguagem" nas noites e manhãs da Serra. Para poder meditar assim, na voz profunda do seu florir transvago, pelas tardes tranquilas e místicas.
Gerânios que darão novo nome à cidade visada. Que cobrirão de paz, de silêncio e de amor todos os prantos, todos os ódios, toda tristeza, toda saudade, toda dor.
Gerânios que serão manto de beleza e unidade. Que vão criar um novo nome para Garanhuns: "A Cidade dos Gerânios".
*Professora, cronista e escritora / Garanhuns, novembro de 1977.
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