segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Dr. Joaquim Alves Barreto Coelho


Ainda vivo em 1923, conforme se lê na página 45 do "Álbum de Garanhuns" publicado naquele ano... "Bacharel pela faculdade de Direito do Rio de Janeiro, Coelho Filho é um dos que mais  honram a sua terra. Funcionário á muitos anos do Monte-Pio Estadual de Alagoas, é, na Capital daquele Estado conceituadíssimo. Ocupou, por algum tempo, o cargo de lente de Geografia, do "Lyceu de Artes e Officios" de Maceió, onde reside. Poeta e orador de meritos". Como nos demonstrou, era ele membro de antiquíssima família local cujo tronco, o casal português Antonio Vaz da Costa - Luiza Dantas Soares, já aqui residia em 1716. Um dos filhos deste citado casal, Félix da Costa Soares, casou com dona Leonarda Gomes dos Santos, e deste casal, além de outros, houve a sua  filha dona Antonia dos Santos Soares casada aos 4 de julho de 1774, com Pedro Velho Barreto, filho do casal Pedro Roca Barreto - Antonia dos Santos Soares, houve entre outros sua filha dona Leonarda Maria da Costa, casada em 11 de novembro de 1800, com Nicolau Francisco da Cunha, filho do casal João Salgado Veigas - Antonia de Bazarril Rocha; entre os filhos do casal Leonarda Maria da Costa - Nicolau Francisco da Cunha foi Manoel Pereira Viegas de Vera Cruz, casado com dona Fortunata Maurícia da Costa; deste casal um dos filhos foi o coronel Joaquim Alves Barreto Coelho, que casou primeira vez dom dona Beliza Bezerra de Vasconcelos, filha do casal Antonio Bezerra de Vasconcelos - Rosalina Francisca Bezerra,  e segunda vez casou com dona Narcisa Brasil Coelho; entre os filhos do primeiro matrimônio do mencionado coronel, foi o Dr. Joaquim Alves Barreto Coelho Filho. A seguir vamos transcrever: "Soneto" e o soneto "Meu Pae", o primeiro de sua autoria e o segundo de autoria da sua filha dona  Rosinha Coelho Pereira do Carmo, nascida, casada e residente em Maceió.

SONETO

A amargura infinita que me vence

numa devastadora insansatez,

talvez só no meu todo se conhece

e para mim existe, só, talvez.


Vem daí que a minh'alma não pertence

sinão a sua própria viuvez,

- Por isso é muito justo que eu me incense

sonhando ser feliz alguma vez...


- Sombra magoada do meu sonho ardente

refrigerio ideal que me embriagas

esperando este viver dolente;


Faze que a mim se arroje a eterna vaga,

da saudade de quem me vive ausente,

mas da minha memória não se apaga..."


MEU PAE

Nesta minha passagem pela vida

foste meu guia mais seguro e atento

Ao teu exemplo eu devo a esclarecida

Visão dos ideais do pensamento.


Imprimiste em mim o idealismo

que engalana a existência dos imortaes

- E na tua vida cheia de heroismo

Fostes mais do que santo, muito mais!


Vezes, nem posso crer que me deixaste -

- E busco em vão um triste lenitivo

Nas lembranças de tudo o quanto amaste...


Ouço-te a vós... Sinto-te os passos... 

Lembro-te o vulto

- E é assim meu pae que eu te conservo vivo

Na ternura sem fim deste meu culto!

Maceió - 1957"

(Fonte: História de Garanhuns | Alfredo Leite Cavalcante (foto) | Volume II | Garanhuns, Fevereiro de 1973 | Foi mantida a grafia da época).

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