domingo, 20 de agosto de 2023

Composição da mente humana

Manoel Neto Teixeira
Por Manoel Neto Teixeira* 

Está provado cientificamente que o cérebro humano é composto por três mentes: a primeira, emocional, localizada no hemisfério direito, responsável pelas sensações espontâneas provocadas por eventos externos, que dão origem ao riso, ao  pranto, à tristeza e cuida também do  senso espacial, sem qualquer esforço racional; a segunda, a mente cartesiana ou analítica, está localizada no hemisfério esquerdo do nosso corpo; e a intuição, considerada por alguns como a  terceira mente, é abstrata e sem corpo físico, ao contrário das duas primeiras. "Mas ela existe e é real: detecta as  membranas, moléculas ou fibras neuronais, que produzem impulsos eletroquímicos para nosso alerta ou tomada de  decisão".

O filósofo-cientista Car G. Yung, considerado "pai da moderna psicologia", autor do clássico O HOMEM E SEUS SÍMBOLOS, traduzido em dezenas de  línguas, a mente humana compõe-se  dos planos consciente e inconsciente. Este faz parte e é tão real na vida de  cada indivíduo quanto o é o mundo consciente e meditador do ego. É porém infinitamente mais amplos e mais rico. "A linguagem e as pessoas do  inconsciente são os símbolos, enquanto os meios de comunicação com este mundo são os sonhos.

Yung criou o conceito de arquétipo, de  extrovertido e introvertido e abarcou o  campo do inconsciente, que é parte tão  vital e real da vida dos indivíduos quanto  o é o mundo consciente e "meditador" do ego. A linguagem e as pessoas do inconsciente são os símbolos, e os  meios de comunicação com este mundo são os sonhos. O estudo do homem e  dos seus símbolos é, efetivamente, um  estudo da relação do homem com o seu  inconsciente, grande guia, amigo e conselheiro do próprio consciente.

Cada um reconhece o seu inconsciente e com eles nos comunicamos (um serviço bidirecional), sobretudo através dos  sonhos. Este não é uma espécie de  criptograma padronizado que pode ser  decifrado através de um glossário para  a tradução de símbolos. É, sim, uma  expressão integral, importante e pessoal de inconsciente particular de cada um e tão "real" quanto qualquer outro fenômeno vinculado ao indivíduo.

Acrescenta a mesma fonte: "O inconsciente individual de quem sonha está em comunicação apenas com o sonhador e seleciona símbolos para seu propósito, com um sentido que lhe diz respeito e a ninguém mais. Sobre o homem primitivo e o homem moderno, Yung esclarece: "O homem primitivo era  muito mais governado pelos instintos do que seu descendente, o homem "racional", que aprendeu a "controlar-se". Em nosso processo de civilização separamos a consciência, cada vez mais, das camadas instintivas mais  profundas da pisque humana e mesmo das bases somáticas do fenômeno psíquico.

Infelizmente não perdemos estas camadas básicas; elas se mantiveram como parte do inconsciente, apesar de só se expressarem sob a forma de imagens oníricas. Estes fenômenos instintivos - que nem sempre podem ser reconhecidos como tal, já que o seu caráter é símbolo - representam um papel vital naquilo que  chamei função compensadora dos  sonhos".

Observa ainda que, para benefício do  equilíbrio mental e mesmo da saúde fisiológica, o consciente e o inconsciente devem estar completamente interligados, a fim de que possam se mover em linhas paralelas. Se se separam um  do outro ou se dissociam, ocorrem distúrbios psicológicos.

Neste particular - acrescenta Yung -, os  símbolos oníricos são os mensageiros indispensáveis da parte instintiva da mente humana para a sua parte racional, e a sua interpretação enriquece a pobreza da nossa consciência fazendo-a compreender, novamente, a esquecida linguagem dos instintos.

Quando dormimos o espírito se liberta do corpo físico. É quando acontecem os sonhos, principal momento do plano inconsciente. Recomenda-se a prática de orações antes e depois do sono, o  que favorece o reencontro com os  espíritos desencarnados.

*Manoel Neto Teixeira, escritor e jornalista, membro de várias entidades culturais, no recife e Garanhuns, auto da coleção MULTIVISÃO, 09 volumes, é membro da  Academia Pernambucana de Letras. Texto transcrito da Revista Cultural O Século de Abril de 2022.

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