segunda-feira, 31 de julho de 2023

Salto no tempo

Anchieta Gueiros e Lívia Souto / Editores e redatores do Blog do Anchieta Gueiros e História do Agreste.

Dr. José Francisco de Souza*

Muitas pessoas estão ligadas em tudo que determina o futuro. Não alcançam a capacidade de penetrar na realidade. Nem podem alçar um voo às paragens do alcandorado. Fogem do presente como pretendendo saltar no tempo e no espaço. Essa psicologia inspira a angústia permanente. Onde o desejo de criar no Eterno se anula por meios escusos. Nesse estado, o homem perde o reflexo de sua própria imagem, porque ignora o valor de suas mais amplas possibilidades. De sua capacidade de se renovar sem receio da presença do desconhecido. É o processo de idolatria das coisas. O tempo é usado em produzir coisas, esquecendo-se que, na realidade o ser o humano não é simplesmente coisa. É imagem e semelhança.

Todos entendem os seus gestos, a sua perspectiva se deslumbra, como pessoa humana, torna-se mais atraente, e a sua mensagem toma conteúdo e forma adequada. Assim o ser humano proporciona melhores alternativas de escolha. Embora esteja ainda sob o domínio do estado de carência. De dúvida de se autoanalisar no sentido de encontrar-se a si mesmo. Essa vacuidade é falta de apercebimento às suas tendências naturais. Apresta-se na direção de tornar-se mais vigilante. Seus desejos se modificam de modo integral em busca do melhor.

O seu universo completa-se e se renova em cada instante, operando a multiplicação de sua criatividade. É a força indomável de sua natureza, que não se modifica pela influência do ambiente. Nele, tudo depende das probabilidades crescentes de seu mundo interior. Não procura dar um salto no tempo, porque não se modifica aquilo que existe. A realidade é sempre presente, tem que ser vivida em todos os momentos. Hoje é sempre um dia apropriado à solução da maioria dos conflitos.

Isto porque tudo o que se movimenta dentro do tempo, fica gravado eternamente. A história que registra a passagem dos séculos, não deve ser simplesmente repetida. E sim vivida com intensidade. Disso ninguém pode fugir a memória das coisas sempre nos lembra. Assim é que a história deve ser contada, tal como sucedeu. Não se deve alterar o sentido real e nem se possibilitar os desvios das normas de ficção. As cidades como os corpos dos homens, transformam-se em cinzas. Não subsistem ao tempo. Os fatos que produzem efeitos históricos são determinados por causas destinadas pelo mundo da espiritualidade maior. Não é só eterno enquanto permanece, é eterno por sua natureza.

Esse fato é incontestável, como tal deve ser interpretado e proclamado sem alteração. Mesmo que não seja muito agradável. O mal de todos é a pretensão de  se ocultar a realidade dos acontecimentos. As pessoas pensam tanto no futuro que ocultam ou ignoram o seu  estado presente. Talvez sejam as únicas que ainda se dão ao gosto amargo dos dissabores de não se conduzirem fielmente diante de narrativas dos fatos. Só os que vivem na penumbra das ilusões têm medo da presença real.

Os bons possuem um coração puro e por isso não se renegam. Não se conturbam com a interpretação do  apóstolo de que todos morrem diariamente. Não se comportam pela negativa dos altos propósitos da vitória e da verdade. Os que agem em contrário deveriam se internar no "Pavilhão de Restringimento no Ministério da Regeneração", onde os Espíritos são preparados para enfrentar com resignação e paciência as provas da outra dimensão da vida.

*Advogado, jornalista e historiador / Garanhuns, 8 de Setembro de 1984.

Foto: Anchieta Gueiros e Lívia Souto / Editores e redatores do Blog História de Garanhuns

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