Genivaldo Almeida Pessoa* | Garanhuns, 2006
Anos que chegam, demarcados em números novos, retratam ribombar de trovões em trovoadas de janeiro... Prenúncio de inverno, sem que saibamos se inverno da época ou inverno da vida nossa... A terra seca, nefasta, abocanhando a planta quase morta, agonizante, arrefece-se agora: talvez arrefecemo-nos também...
Novos anos por vezes reprimem-me, apavora-me pelo que possam vir pelo que talvez venhamos a "sorver" reprises de anos já passados. Sempre me acompanham as possibilidades de precisarmos de um pouco d'água da chuva que se avizinha e, um pouco de farinha misturada à carne seca com banha. POVO FAMINTO, em época, alquebrado, envolve-se com revolta nas súplicas, expressas da família necessitada...
MANCHARAM O COLORIDO, aflorando o roxo "cadavérico" Agrediram as cores sagradas de nossa bandeira, quando o verde e o amarelo, enrubesceram nossas faces, tornando-as vermelhas de raiva, contrastando com o visual mais lindo de nossa pátria.
Que tenhamos, pois, de volta o verde de nossas matas devastadas, o azul de nosso céu poluído, o amarelo de nosso ouro armazenado e também tenhamos o branco de paz de nosso povo pacato. Ainda bem que Deus também é brasileiro. Com Ele atravessaremos a ponte... Em um novo ano que se aproxima.
*Professor, poeta e escritor.
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