João Marques tornou-se uma das verdadeiras reservas culturais existentes hoje em nosso município. De origem humilde esse homem determinado trilhou durante toda sua vida um caminho de perseverança, lutas e conquistas, que vieram ao longo dessa sua trajetória de sucesso. João Marques nunca teve vida fácil, tendo que trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas de sua casa, o que impossibilitou inclusive de ingressar em uma Universidade. Seus estudos foram no Colégio Diocesano de Garanhuns, onde fez o curso de técnico em contabilidade. Mas foi trabalhando com afinco durante vinte e sete anos no Banco do Brasil, onde inclusive se aposentou, que ele conseguiu constituir e solidificar sua família.
Inicia sua dedicação à cultura em 1968 quando conhece o Grêmio Cultural Ruber van der Linden, antes, porém já havia frequentado na época de estudante, nas décadas de 50 e 60, o Clube Juvenil de Cultura, que já era uma espécie de advento para todo jovem que desejasse se dedicar à literatura e à cultura, foi quando escreveu suas primeiras poesias, contos e crônicas, tudo ainda em caráter experimental. O Grêmio Cultural contava com uma estrutura de Academia, que propiciava excelentes condições e a possibilidade de exposição dos trabalhos para a nata da sociedade garanhuense, pois as reuniões eram frequentadas por políticos, médicos, advogados e os melhores artistas da cidade.
Em 1995 João Marques inicia a edição do jornal "O Século", um veículo de comunicação que ganhou notoriedade em Garanhuns e em boa parte do Estado. Jornal em tamanho tabloide, voltado totalmente para a cultura, principalmente para a literatura, e que pela sua correção e dignidade em tratar de cultura sob o ponto de vista jornalístico, rompeu divisas, chegando em outros estados do Brasil.
Em dezembro de 1995 no governo do então Prefeito de Garanhuns, Bartolomeu Souto Quidute, este enviou um convite ao Grêmio Cultural Ruber van der Linden solicitando a composição de um hino para o município, pois desejava concluir o seu mandato deixando um hino para Garanhuns. João Marques ficou com a incumbência da composição.
Encarregado de compor o hino, João Marques pegou o velho violão Giannini, e sabendo apenas ensaiar alguns acordes, conscientizou-se de que fazer o Hino de Garanhuns seria uma tarefa difícil e importante.
No dia 02 de fevereiro de 1996, o Prefeito de Garanhuns, Bartolomeu Quidute, sanciona a Lei nº 2793 aprovada pela Câmara de Vereadores de Garanhuns, tornando oficial o Hino do Município de Garanhuns.
O Hino de Garanhuns foi executado pela primeira vez no dia 3 de fevereiro de 1996, em solenidade acontecida à noite no Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, sendo o hino interpretado por Dalva Diniz e Jurandir Tenório com acompanhamento do 71º Batalhão de Infantaria Motorizado de Garanhuns.
Em 1997 João Marques assume a presidência da Academia de Letras de Garanhuns, ano que marcava o aniversário de vinte anos da Academia, criada em 1977, mas que estava em recesso, existindo apenas o seu prédio, então João Marques e todos que faziam parte do Grêmio Cultural Ruber van der Linden, um grêmio que acolhia poetas e literatos de Garanhuns já há 50 anos, mas que estava praticamente com suas atividades encerradas, decidiram então que seria melhor ingressarem na Academia de Letras, para assim revitalizá-la. Torna-se conhecido como poeta e literato publicando os livros "Temas de Garanhuns" que são poemas em homenagem a Garanhuns, sobre sua história e sua natureza, uma bela obra que recebeu ilustrações da artista plástica Sueli Medeiros, e "Partições do Silêncio", um trabalho erudito, que representa bem o seu amadurecimento como escritor, e que ganhou elogios e reconhecimento de grandes nomes da literatura pernambucana.
Como compositor ainda escreveu outros trabalhos, que foram gravados pelo Quinteto Violado e pela cantora Dalva Diniz, com quem fez parceria em várias obras.
Hino de Garanhuns
Nenhum comentário:
Postar um comentário