Jesus de Oliveira Campelo | Garanhuns, 27/07/2002
Naquela manhã de junho, Ricardo Conty iniciou sua jornada passeando por um florido jardim da cidade onde mora. Enquanto apreciava a beleza daquele recanto, intimamente exclamava: Que dia lindo! Como a natureza é maravilhosa! Seguindo em passos lentos sua caminhada, lançou o olhar para as folhas verdes e viçosas enquanto respirava o ar puro da manhã, perfumado pelo odor que exalava das flores que se apresentavam em vários matizes. O seu rosto despreocupado recebia a brisa fria que soprava em sua direção. No céu, as nuvens carregadas formavam um belo quadro. Depois de visitar todos os recantos do jardim, sentou-se num banco para melhor apreciar a paisagem e ouvir o cantar dos pássaros que pareciam saudar a natureza naquela manhã cor de chumbo. Olhando para os pássaros e insetos que buscavam alimentos no chão do jardim. Ricardo Conty passou a meditar sobre a vida, a morte e o universo que ele considerava também seu, pois, entendia, que Deus após criá-lo, doou-o a todos os seres que habitam a terra. E, diante daquele quadro de tranquilidade e beleza, ele começou a comparar-se com a grandeza do universo, pois, de acordo com o que aprendera em seus estudos e pesquisas, o modelo holográfico ensina que cada um dos seres vivos é um micro fragmento do macrocosmo. Portanto, cada aspecto do universo está contido em cada um de nós. As forças que abrangem a matéria por todo o cosmo se encontram em cada átomo do corpo; Cada parte do cordão do seu DNA carrega a história completa da evolução da vida. Compreender essa realidade é adentrar nos seus mistérios e viver a realidade encontrada a base da verdadeira sabedoria. E, a morte? O ser humano deve se ver como um ser indestrutível, imortal criado por Deus e que num certo período se reveste de um tecido carnal para poder habitar neste planeta, a fim de cumprir uma missão e desenvolver suas naturezas material e espiritual. A morte é apenas um capítulo do ciclo natural da vida. Grandes psicólogos, psiquiatras e pesquisadores vêm oferecendo em suas pesquisas, excelentes contribuições a respeito desse tema, mostrando que a morte não deve ser apresentada como um aspecto aterrador, mas, como uma experiência positiva e confortante. Após longos anos de pesquisas em pacientes de diferentes credos, de várias nacionalidades, e de múltiplas condições sociais e econômicas, que passaram pelo chamado fenômeno da "Experiência de Quase Morte", demonstraram os estágios do que se passa no transe da morte, e os fatos comprobatórios da imortalidade com a presença de espíritos de parentes e amigos dos vitimados junto ao leito de dor. As experiências que esses pacientes tentam relatar aos profissionais que os assistem, são tão reais e tão coerentes, que hoje já se torna difícil para a comunidade médica ignorá-las. Quanto ao seu comportamento na sociedade, Ricardo Conty tem hoje uma noção diferente do seu modo de viver. Se o ser humano se conhecesse melhor, saberia que dentro dele existem centenas de aspectos positivos e negativos adquiridos dos pais, nas escolas e na sociedade e que são os responsáveis, em parte, pela formação do caráter e da personalidade do indivíduo. Os fatos positivos, negativos e os congênitos, se constituem nos arquivos dos conhecimentos que ditarão o seu procedimento na sociedade.
De uma maneira geral, o indivíduo se acostuma a apontar o que ele acha errado no comportamento dos outros, se esquecendo que dentro dele existem os mesmos erros, e, talvez, até em proporções maiores. Às vezes ignoram suas intenções e assim desprezam conteúdos que lhes poderiam ajudá-lo no seu aperfeiçoamento. Os problemas negativos do passado arquivados na mente prejudicam os dons especiais, a criatividade e o talento. Muitas vezes pensa-se em modificar o mundo na expectativa de que se ele fosse diferente poder-se-ia realizar os grandes sonhos.
Mas é o ser humano que deve mudar, que deve honrar a força divina que existe dentro dele e por não se expressar tão verdadeiramente como de fato desejasse. Aquela foi mais uma manhã vivida pelo amigo Ricardo Conty que a cada dia procura encontrar os segredos do universo que estão dentro dele. (Jesus Campelo é membro da Academia de Letras de Garanhuns).
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