terça-feira, 4 de junho de 2024

Sobre o Espírito


João Marques* | Garanhuns

As religiões dizem O ESPÍRITO SANTO, para se referirem a Deus. Por espírito, o entendimento é ainda muito atrasado. No tempo de Jesus, não se concebia nada que não fosse de forma material. O anjo que aparecia era de forma física, embora, com muita luz em volta. Deus, pensavam, era um homem como Moisés ou outro patriarca. Verdade, ele pode, tem o poder de se apresentar aos olhos humanos em qualquer forma, humana principalmente. Mas na essência é espírito, diferente do que é material, não se assemelha ao que é visto com os olhos. Diga-se que é como é a energia que corre nos fios. Deus é predominante, como espírito, forma uma unidade abrangente em tudo que é vivo. É difuso, e está em toda parte. Por ser assim é todo poder, criador e mantenedor da sua criação. É Espírito. E nele ou dele são infinitas as consciências que se individualizam. Somos os homens, na condição de espíritos mais evoluidos. Espíritos existentes da mesma luz, que é Deus. Ele não é divisível, é único, porém, é plural e compreende a sua essência, Espírito, e a sua criação. Não se atine, pois, que o Espírito Santo seja uma divisão de Deus, uma pessoa ou uma coisa distinta... Jesus Cristo foi criado por Deus, e, como espírito, tomou a forma humana, renascendo, e voltou a Deus, em espírito, feita a sua missão na terra, ou, melhor dizendo, iniciada. E, da natureza espiritual, é ele, o homem, um ser que se harmoniza espiritual e originalmente com todos os outros homens ou espíritos. Daí, o amar o próximo como a si mesmo. Deus e tudo nele é plural, complexo. O homem foi criado a sua imagem espiritual.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

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