Dr. José Francisco de Souza* | Garanhuns, 09/11/1985
Conceito de participação popular é influência dos elementos coletivos. Entusiasmo concentrado no sentido, do povo manifestar a plenitude de seus direitos de opinar. Não deve se conjugar qualquer restrição. Em todos os recantos periféricos da comunidade esse método se impõe. Não deve obstá-lo qualquer movimento porque seria tentar contra a manifestação de sua liberdade.
Os bairros com suas frentes de trabalho passam a decidir com o chefe do Executivo, problemas de ordem administrativa como força atuante da comunidade. Esse ordenamento revela os efeitos da produção. Onde seus membros objetivam os atos humanos. Conscientização da alma coletiva com a pureza de seus sentimentos. No âmbito dessa esfera, as suas atividades merecem respeito.
A presença desses fatores é inerente ao processo de ordem pública. Mesmo à colaboração de orçamento, fato importante na distribuição de verbas para educação, saúde e salário condigno acima da inflação. A regulamentação do funcionário ativo e aposentado, que são coordenadores da tendência social das repartições, deve ser bem nítida em todos os segmentos dos estatutos funcionais. O servidor público é o espelho em que se reflete uma administração digna. São eles os olhos da vida de esposas e filhos da comunidade social.
Só assim é possível governar sem agredir os rebentos do povo pela injustiça, e sobretudo à maneira humilhante de se tentar contra a economia como acontece com o achatamento salarial. Funcionário exercendo cargo de nível técnico, sem se considerar o grau intelectual que lhe é imposto pela função. Essa discriminação odienta, se não é preconceito casuístico. é inferioridade, até de bom senso.
A concessão ideológica que o tremor da estupidez tirânica da mentalidade fascista, é que ignora e silencia de modo injusto a influência esmagadora do poder econômico em todos os níveis da vida pública, cada vez mais desarticulando a posição do assalariado, a renovar as prementes dificuldades. Seu domínio esmaga todas as feições do mundo mental do homem de letras.
Essa tem sido a decisão, dos que vivem embuçados em si mesmo, porque praticaram injustiças, resultantes de um poder biônico de uma democracia extraviada, sem liberdade, sem voto e sem povo. Essa é uma das proposições que forma a linha dos nossos argumentos positivos como base e protesto à discriminação que muito tempo nos vem sendo atribuída contra as vantagens decorrentes do nosso cargo.
O trabalho profissional deve ser considerado através de remuneração condigna. Não deve ser como acontece no universo literário, onde o escritor só toma a dimensão intelectual do valor de sua obra, quando não pertence mais a este mundo. Como Cristo durante a sua missão aqui na terra disse: "as raposas têm seus covis, as aves do céu os seus ninhos e o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça". Aqui nos afigura um raciocínio óbvio, é preciso romper com essa receita ortodoxa, e restaurar a liberdade da palavra e do pensamento acima de todas as tentativas planejadas pela injustiça.
Somos a continuidade dos princípios do socialismo cristão que é sobretudo, o respeito à dignidade da pessoa humana como elemento criador de possibilidade e de riquezas. Não há, hoje em dia, quem possa ignorar isso, senão aqueles que no mercado dos atos administrativos tabela muito alto, o preço de sua imagem, a ponto de não alcançarem a nossa superioridade, por ignorância do processo pleno da nossa vida. Despidos de adorno metálico, precisamos definir e movimentar o espaço físico ocupado pelos que lutam pela conquista, onde impera a dignidade. (*Advogado, jornalista e historiador).
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