João Marques* | Garanhuns
Muitos são os questionamentos sobre a vida. E a questão mais difícil - tenho refletido muito - é sobre o eu. Deus não tem esse mesmo eu que temos, egocêntrico. É harmônico e se constitue em uma unidade formada por ele e a sua criação, que não é só a material. A evolução espiritual (dos homens) chegará a essa harmonia superior, integrando-se a mesma unidade. O "eu", aí, será diferente do de hoje. Será uma entidade reconhecível pelo seu passado existencial. O futuro, como conhecemos, é a espera do tempo. Lá, é o tempo refletido apenas no passado, sem essa projeção que se faz agora do futuro. Na eternidade há lembrança (memória,). Pela evolução, chegar-se-á ao que é, mas refletindo em si sempre o pretérito. Não há espera... A plenitude leva o ser criado a um estado existencial de não carecer de mais nada. É pleno! Deus é tudo! E o "eu" se perderá, terá mais o significado de "nós", como é no amar ao próximo como a si mesmo.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.
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