Era um homem simples e sem complicações. Seu mundo interior era ornado de luz. Projetava-se por meio de uma qualidade importante: a sublime faculdade de escutar. Escutar em todas as épocas sempre foi tarefa difícil. Em geral nunca prestamos ouvidos senão à vez de nosso próprio pensar. Ignoramos que o outro é o nosso semelhante. De modo que na realidade nada nós é comunicado. Esse processo não ocasiona a feliz oportunidade porque transforma o homem modesto em complicações filosóficas.
A cultura livresca torna o leitor bem informado sobre pensamentos esquematizados. Em ideias configuradas em textos e contextos e suas passagens paralelas. Nesse labirinto de palavras a nossa mente fica completamente alheia ao sentido real das coisas. Daí a mera convenção de princípios e ideologia. Faz-se mister sintomático casuísmo de qualidades inerentes à personalidade.
As qualidade são frutos de construção nossas. E nunca poderemos esquecer que a escolha divina começará pelo esforço próprio de cada um. Quando isto se verifica ocorre às nossas intenções que determinam assumirmos novas atitudes perante a vida. Para isso é recomendável é o homem se ilustrar pela sabedoria de autoconhecimento. Essa estrutura se constituíra a ponto de sua aprendizagem. Esse foi o comportamento do nosso modesto homem de letras focalizado neste trabalho jornalístico de hoje e de sempre.
MANOEL GOMES DA SILVA (NÉU)
Nasceu aqui em Garanhuns, na cidade das madrugadas loiras cheirando a baunilha. Serra das Antas, Pau Pombo, Vila Maria, Várzea, Jardim e do Magano de olhos fitos sempre em nós. Néu Rodrigues era o nome consagrado pela comunidade dos amigos de sua terra. Abriu os olhos para a vida à rua São Vicente no dia 5 de julho de 1923. Filho de João Gomes da Silva e sua esposa Dona Custódia, verdadeiro ornamento de graça e beleza moral da tradição familiar da terra das flores. Néu Rodrigues iniciou a sua vida com a mesma profissão de seu pai; barbeiro. Frequentou o Colégio Diocesano onde foi aluno aplicado e estudioso. Procurou sempre ceder à sua vocação para as artes. Gostava de teatro, integrante de elencos de alguns grupos cômicos. Integrou-se em muitos circos, fundador do Teatro Ferroviário do Recife. Integrante do Clube Mágico da Capital do Estado. Técnico em telecomunicação com estágio pela INBELSA. Mestre Maçom pela Loja Legionários de Ordem de Jaboatão. Condutor de trem pela REFESA.
Como se deduz o currículo de Néu demonstrava a recomendável participação de seu espírito, em vários segmentos da sociedade. Foi uma figura de destaque em todos os setores de suas atividades sempre crescente. Casado com Dona Maria Luzinete Cordeiro e pai de numerosa prole. Em todas as circunstâncias se conduzia pela inspiração de seu universo moral. Amigo devotado e sincero, foi nosso amigo e admirador, Declarava alguns dos nossos poemas destacando entre eles "Dentro da Noite". Quando nós e o imortal Luís Maia tentamos uma excursão com o Departamento de teatro de Centro de Cultura Intelectual Severiano Peixoto". Néu nos acompanhou por algumas cidades de Pernambuco e Alagoas. A sua psicologia revelava profunda emoção no campo da arte poética.
MANOEL GOMES DA SILVA (NÉU)
Passou a residir no Recife. Exercia um cargo técnico em atividades tributárias pelo Ministério da Fazenda. Sua produção intelectual é admirável pelo autodatismo de sua inspiração. Autor de poemas, sonetos e poesias matuta, acrósticos. Interpretação teatral: Ladra, as Mãos de Euridices e a Louca do Jardim. E no dia 13 de maio de 1985, vitima de um enfarte, faleceu e Jaboatão, onde residia. (*Advogado, jornalista e historiador | Garanhuns, 01 de junho de 1985).
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