quinta-feira, 28 de novembro de 2024

José Francisco de Souza - garanhuense de quatro costados

José Francisco de Souza

Nelson Paes de Macedo* | Garanhuns, 03/01/1981

É um homem - patrimônio de uma cidade. Em todas as dimensões, é um autêntico cidadão. Exemplar chefe de família, o relacionamento pais e filhos no seu lar, nunca teve problemas. Ali ainda não chegou o "tratamento" - gíria, onde filhos se dirigem aos pais, chamando-os de "coroa; o velho; um barato, ou de bacana". - Ali existe sem opressão, um diálogo respeitoso, onde predomina a compreensão cristã". "QUAM BONUM ET QUAM JUCUDUM HABITARE FRATRES IN ONUM. Eu o convidei para que escrevesse as "orelhas" deste livro. - Ele aceitou, escreveu, e elas estão aqui no lugar certo, compondo o "corpo - Anatômico tipográfico". - Profundo conhecedor das coisas fatos e homens que fizeram e estão fazendo esta Garanhuns, ninguém mais indicado que ele, para apresentação ultra - prefácio. Muito obrigado José Francisco. - Ele que participou de todos os movimentos políticos e sociais de sua terra, começando da época da redemocratização do País, até a eleição do atual Prefeito Ivo Tinô do Amaral, é figura muito conhecida; no entanto necessita-lo ser pela atual geração adolescente, e pela que nos vier a suceder. - José Francisco, na sua coluna "VULTOS DA CIDADE", escreve sobre pessoas já falecidas. Eu prefiro escrever sobre os vivos.

ARTHUR MAIA

E Deus permita, José Francisco ainda viva AD MULTOS ANNOS. - Fundou com Luís da Silva Maia, o Centro de Cultura Intelectual Severiano Peixoto, no ano de 1950, ocupando a cadeira número 3, - patrocinada pelo seu ex-professor ARTHUR BRASILIENSE MAIA - Sempre foi um homem muito polêmico e algumas vezes combatido. - Militou em quase todos os movimentos de caráter político democrático social e desportivo. - Fez Teatro movimentou o carnaval de rua . - Como jornalista foi muito atuante e ainda hoje continua escrevendo no "O MONITOR", onde é redator de uma coluna muito lida e comentada - Escreveu crônicas em vários estilos, para a imprensa falada. A maioria delas eram lidas pelos saudosos Ivo de Souza e José Figueiredo, propagadas através da Rádio Difusora de Garanhuns. - Poeta de inspiração amena e suave. Escreveu vários poemas: SAUDADES; - DENTRO DA NOITE; - POEMA A MORTE; - MONOTONIA HIBERNAL; LONGE DE TEUS OLHOS; - GAZETEIRO; - MOLEQUE DE RUA; - PAPAGAIO DE PAPEL; - e muitos outros ainda inéditos. - Perfilou e valorizou os anônimos vultos das ruas, os tipos populares. - Na gestão do ex-prefeito Amílcar da Mota Valença, foi nomeado Diretor do Centro Cultural de Garanhuns, tendo ao tomar posse, salientando as amplas possibilidades da fundação, organização e instalação da Academia de letras de Garanhuns, assunto que foi amplamente destacado na edição do "DIÁRIO DE PERNAMBUCO" de 31 de janeiro de 1974. Foi portador de um dos pioneiros da ideia de dotar Garanhuns desta Casa de Letras, a única existente numa cidade do interior brasileiro.

MAGANO

Todos nós temos conosco a criança que fomos. José Francisco mandou que o vento salutar do Magano, levasse para o alto do nosso céu o seu papagaio de papel. Já se passaram muitos anos. Era ele uma criança. O papagaio se perdeu, levado para muito longe, pela brisa garanhuense. Hoje, adulto e encanecido, ele nos entrega outro "papagaio de papel". Desta vez em forma de poema. Um poema belíssimo e atual, que enriquece com a sua linha, o seu carretel e as suas cores, o céu das páginas deste livro.

Este "papagaio" não vai se perder. (Tendência para o alto). As mãos dos garanhuenses estão sustentando a linha .

Ele não vai cair.

Afinal,... o seu destino não é o infinito? E o seu empinador não é um imortal? 

*Jornalista, poeta e historiador.

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