Maria Maura Melo
Nem uma estrela sequer no firmamento,
Densa e terrível, a negra escuridão
Um turbilhão de coisas, vem-me ao pensamento,
Aqui sozinha, nesta solidão.
Nas caladas da noite, com certeza,
Dorme calma e tranquila a natureza.
E as horas se seguem compassadamente,
O galo canta anunciando o dia.
A neve vai caindo levemente,
Acordam as aves em doce sinfonia.
O sol dourado vem banhando o galho,
Qual diamante, cada gota de orvalho.
Passam bandos de aves em revoada,
Balindo a ovelha, junta-se ao rebanho.
Levanto cedo sem temer a geada,
E na lagoa vou tomar o banho.
passam os bezerros em largo trotear,
Muge a vaca na porteira do curral.
O homem começa o seu labor,
Empunha o ferro no seu braço forte,
Exposto a chuva, ao vento ou ao calor,
Sempre contente, não maldiz da sorte
E pede a Deus em seu pobre coração,
Que o proteja e não lhe falte o pão.
Águas Belas/PE - Ano 1986.
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