Da esquerda para a direita: Dom Jerônimo de Sá, Francisco Pessoa de Carvalho e Mons. Tarcísio Falcão. Inauguração da Rádio Difusora de Garanhuns em 1951
Dom Jerônimo de Sá Cavalcante OSB*
O convívio constante que temos com os alunos de Garanhuns nos tem mostrado que há pouco interesse na classe nas leituras boas e proveitosas. Em nossas aulas sempre aproveitamos as oportunidades que se nos oferecem para indicar livros que possam elevar o nível intelectual dos moços. Mas, isto não basta. O que importa é que as entidades responsáveis pela formação de juventude procurem por em prática medidas como a da criação de uma biblioteca. Mas, de uma biblioteca que seja lida e não apenas, de estantes bonitas, com os livros muito bem encapados e guardados como mostruários. Um livro é para ser lido antes de tudo. Um livro é para andar de mão e mão. Biblioteca nunca foi coleção e os que a olham assim, por certo, não sabem dar o devido valor à formação cultural dos rapazes e moças.
Em muitos países e até mesmo em um ou outro ponto do território nacional, há as bibliotecas, que levam o livro até a casa do leitor, que vão de rua em rua , propagando o alimento da inteligência.
IMÉRIO CASTELLANZA
Mas, não basta ter livros, é preciso saber ler, saber escolher, saber tirar da leitura o que é útil e proveitoso. Neste ponto cabe aos mestres orientar os seus alunos.
Ultimamente andou aqui em Garanhuns, entre os alunos do Colégio Diocesano, um livro muito simples na sua doutrina mas, muito vivo e atraente na sua explanação. É a obra de um italiano, autor aliás pouco conhecido entre nós e também, sem grande fama no seu país. É "ÁSPERA LUTA" de Imério Castellanza.
Por que o livro agradou aos moços que o leram? A resposta está nisto que o autor sabe levar o seu lentamente, a ver a vida sob um prisma de amor, de beleza e sobretudo de fé. Quem não gosta de saber o que é a vida? A sua origem? E como ela termina?
Aqui fica o meu apelo aos moços, especialmente, aos mais adiantados para que se esforcem por ter mais. Comecem lendo os jornais, as revistas, os suplementos literários, avancem mais. Leiam um romance, prossigam e verão que mais tarde não saberão passar sem um livro bom e de utilidade cultural. (**Transcrito do jornal "O Ginásio", de 12 de outubro de 1955).
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