Compreensão

Dr. José Francisco de Souza*

Compreender é um ato muito importante. Ninguém pode viver sem compreender o significado das coisas. Só que as coisas têm o seu significado próprio. A vida, por exemplo, se renova constantemente. É uma constante em todos os seus segmentos. O momento de hoje é eterno. Daí, o desdobramento de vários conceitos de tudo que se constata. Quem não acompanha as sequências dessa conjuntura não alcança a psicologia natural. Essa lei tem o seu critério que precisa ser entendido. É um fato real.

O PENSAMENTO POSSUI CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS

Ocorre que, se não estivermos apercebidos na ocasião não podemos perceber o reflexo determinante. É preciso que haja um modo específico de se entender. Para tanto, se impõe saber pensar. Contudo, ninguém pensa como quer. O pensamento possui característica próprias. Muitas vezes o nosso estado mental não está apercebido para o entendimento. A temática importa em consciência plena.

Toda consciência é consciência de alguma coisa. A imagem de algo. O entendimento é um dos fatores primordiais no sentido de se alcançar a manifestação das coisas. Entender, no seu sentido específico, não é simplesmente apanhar algo intelectualmente. Entender é sobretudo, ação. Nós, se entendemos agimos de acordo com o nosso entendimento.

Quando entendemos certas modalidades de ordem política, por exemplo, indica que estamos preparados para justificar ou não o fato social que se conjuga dentro do nosso mundo. A coisa entendida possui a força de ser em nosso universo criativo. É um fato psíquico como síntese de todos os fatos, cuja forma possui uma estrutura. Tal é a definição com que todos os estudiosos do assunto concordam.

O DIÁLOGO SIM É PROFÍCUO

Por outro lado, o poder da nossa mente é infinito, quando usado de acordo com o seu comando. Somos um universo de possibilidades dignas de vencermos todas as dificuldades que muitas vezes, são criadas por nós mesmos. Se pensamos bem, se pensamos em afastar as coisas que nós proporcionam descontentamento, já é, por si mesmo, a prova inconteste de que nesse campo de atividade o mal  pode ser afastado. O que importa é que  haja solicitude, calma e pureza de linguagem. O nosso pensamento se reflete e até comanda no campo da realidade das coisas.

O bom entendimento é um estado que conduz o homem sugerir com eficiência confrontos individuais. Virtudes sociológicas onde a harmonia objetiva o bom entendimento. Veja-se o que ocorre quando as pessoas começam a discutir violentamente, a trocar ofensas e a gritar.

No final de tudo perceberão que nada se aproveita do que disseram. É que nessa ciclagem cerebral, a mente não raciocina. Na discussão, pouco ou quase nada se aproveita. O estado de exaltação testemunha a falta de argumentos ponderáveis e, convincentes. A violência verbal já é um passo à agressão física. Isso não é argumento, é ação grosseira, onde a estupidez tirânica do viver domina.

"O diálogo sim é profícuo, porque o tom do diálogo é calmo, e neste caso, a pulsação cerebral se aproxima dos 21 ciclos, e que permite um raciocínio lógico, analítico e razoável". A ponderação aponta o roteiro brilhante da inteligência. É a melhor e mais eficiente de se constatar que o homem tem possibilidade de se  aproximar do outro em todos os segmentos desta vida, cheia de beleza e de paisagem humana.

O maior engano é a pessoa contar a idade pela soma dos aniversários. Os valores mais fortes da vida, que equilibram uma pessoa vigorosa, sadia, jovem, produtiva, não envelhecem nunca. São o  amor, alegria, paz de espírito, a bondade, a generosidade, a sabedoria, o poder mental a felicidade, a lucidez, o ideal. Estes bens não são patrimônios exclusivo de  uma fase de existência, mas se encontram em todas as idades do ser humano que  cresce interiormente, segundo o Evangelho.

A égide desse raciocínio nos inspira que temos a idade dos nosso pensamentos. Os pensamentos positivos são irradiados pelo poder mental e se refletem no  mais importante do nosso mundo físico. Pensar, sentir e agir harmoniosamente, eis o que leva o homem a reformar as bases dessa sociedade estruturada em  princípios antidemocráticos. Esse esta é muito arcaico e não tem possibilidade de renovação no sentido do bem público. Mantendo-se a mesma estrutura nada se modificará no sentido do melhor. O imperialismo continuará ditando normas de fome. Daí a razão pelos nossos Constituintes perderem a confiança e o respaldo popular.

Eles representam apenas jogo de interesses oposta que se chocam. Tendo como lógica primária a permanência no  poder que esmaga o povo. Estão sempre  apresentando meios ilícitos como justificativa de compromissos eleitorais. Embora o denominador comum que é a massa que produz a riqueza do País, morra estupidamente no Pelourinho da Inflação.

Se o seu narcisismo for seriamente feriado a ponto de não mais se poder mantê-lo, seu poder entrará em colapso subjetivo, onde o conteúdo psicológico do período de transição transformou a esperança do nosso povo no mais amargo conceito de nulidade concentrada. (Advogado, jornalista, cronista e historiador | Garanhuns, 23 de abril de 1988).