quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Velho amor

Gumercindo de Abreu*

Meu velho amor que é todo sentimento,

Continuará de ti sempre velado

Sem revelar-te nunca o seu tormento,

Velando sempre o seu maior cuidado.


Meu velho amor, crisântemo nevado,

Sob a volúpia cálida do vento,

É uma legenda heroica do passado,

Que viveu sempre à flor do pensamento.


Na vetusta de ser austero,

Sem galanteios como os há no mundo,

Meu amor é solene e é sincero.


À proporção que me enfraquece a idade,

Cada dia que passa é mais profundo

Nos crepúsculos de ouro da saudade!

Garanhuns, 01 de maio de 1933.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um encontro de saudades

Waldimir Maia Leite "Wadô" Marcílio Reinaux* Homem ou mulher, por mais forte que seja, não escapa de momentos transcendentais na v...