sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Timbó fazenda antiga acolhedora e amiga


Abel Paiva Ivo*

A casa estava no chão,

A sombra de um tamboril,

A folhagem de um jasmim,

Quase entrando na cozinha,

O perfume que ele tinha,

Nem um outro jasmim tem.


Ainda lembro também,

Lá em baixo estava a fonte,

No outro lado era o monte,

A Serra da Caridade,

Também se via a Cidade,

Uma parte da rua da Areia.


E a Vila não é feia,

Timbosinho de seu Rosendo,

Parece até que estou vendo,

A humildade Vila que era,

A Igreja quase tapera,

Quem sabe, feita de barrote.


Por trás pastavam garrotes.

E tinha moitas de bambús,

Que acolhiam os anús,

Que acariciavam o gado,

Ao lado daquele cercado,

A fazenda cafeeira.


Pertencia a Padroeira

Aquela rica fazenda,

Todo dinheiro da renda,

Faziam a festa pra Santa,

A fé do povo era tanta,

Que a Santa enriquecia.


Ali na frente existia,

Lindas palmeiras, lendárias,

Talvez até centenária.

Do tempo da escravidão,

Suas flores forravam o chão,

Quando granavam os frutos.


Seus homens são resolutos,

Com atos que enobrecem,

Por isto mesmo merecem

Tudo o que pode ser dito.

Timbó fazenda antiga,

Acolhedora e amiga!

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