terça-feira, 15 de agosto de 2023

Saudades de Garanhuns

Edifício do Palácio Celso Galvão (Prefeitura de Garanhuns), feito a bico de pena por Marcílio Reinaux

Arthur Brasiliense Maia

Saudade! Brejo das Flores

Quilombo, Várzea, Jardim

Magano dos meus amores,

de olhar fito sempre em mim!


Saudade! Minha alma em pranto

as dores que, em vão, chorei,

és a alma triste do canto

que na infância soletrei.


Mundaú, belo e florido

Cego, Araçá, Taquari,

Gruta d'água onde o gemido

triste ouvi do juriti.


Saudade, minha saudade...

Oh! Não me abandones, não!

encenas a imensidade

do meu pobre coração!


Os meus passeios à tarde

pelos sítios, pelo mato,

nessa hora em que o sol não arde,

e doce canta o regato.


Saudade, por que me deixas

sozinho, a chorar em vão?

Sê testemunha das queixas

do meu pobre coração!


Saudade todo esse belo

idolatrado rincão

Saudade, Pau Amarelo!

saudade, meu coração!

Foto: Edifício do Palácio Celso Galvão (Prefeitura de Garanhuns), feito a bico de pena por Marcílio Reinaux.

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