Manoel Neto Teixeira*
A poesia, arte de falar e escrever em versos, é o caminho palmilhado pelo acadêmico e escritor Osman Holanda para proclamar a paisagem garanhuense, os encantos de suas colinas e monumentos, conferindo atenção especial ao Magano, onde a brisa e a garoa batem mais forte e de onde o por do sol se projeta qual poema repleto de beleza e mistério, aos olhos e ao sentir do visitante.
Canal sem começo e sem final, por onde o autor faz escoar/represar o seu sentimento das coisas e do mundo, como diria Drummond. Sim, é a arte poética que escancara todas as portas para quem dela lança mão e percorre ao mesmo tempo caminhos diversos na construção do poema e na (des)construção das circunstâncias que fazem o cotidiano dos homens e mulheres, repleto de alegrias e não raro de tristezas.
Osman Holanda, neste poema, capta um pouco de tudo isso ao exaltar a beleza da terra amada mas sem esquecer os embates da realidade circundante, nem mesmo os maus políticos que tanta mácula projetam para desencanto dos que sonham e lutam para uma sociedade mais justa e equilibrada. Observa e registra com engenho e arte o vaivém da sociedade.
Os poemas são ilustrados com imagens que de certa forma projetam a própria visão do autor, as formas de beleza que transfiguram as colinas e monumentos da cidade fonte de inspiração do poeta.
Busca e encontra em vates como Byron, Hugo e Castro, motivos para dizer que, como,
Poetas e férreos heróis populares,
Ergam-se das suas criptas seculares,
E lutem contra a extrema pobreza.
Taí a visão social do autor, convocando também o papel de instituições fundamentais na vida e história de Garanhuns, conforme os versos,
Diocesano, Quinze, Santa Sofia,
Acervo histórico-cultural,
Apregoam que o bem se sobrepõe ao mal,
Regra moral de toda teologia.
Complementa a obra fazendo confissões eróticas e proclamando a beleza das mulheres amadas. Evoca, por fim, a memória do seu filho que partiu prematuramente. Em "Um Poema a Garanhuns", Osman Holanda deixa transparecer inclusive a sua face de autor erudito.
*Manoel Neto Teixeira, jornalista e escritor, é membro das Academias de Letras de Garanhuns e Olindense de Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário