No período colonial, adotou-se a ideia de que quilombo seria uma comunidade formada, ao tempo da escravidão, por escravos ditos "fugidos" dos seus senhores.
Quilombos, hoje, consistem em grupos que desenvolveram práticas, no dia a dia, de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de vida e na consolidação de um território próprio. No que diz respeito à territorialidade desses grupos, a ocupação de terra é feita em termos de lotes individuais, predominando seu uso comum.
A Comunidade Quilombola de Castainho - Na zona rural do município de Garanhuns, Pernambuco, vive e resiste a Comunidade Quilombola de Castainho. A comunidade é formada por mais de 350 famílias de imensa coragem, descendentes dos negros que sobreviveram à Guerra dos Palmares, quando foi destruído o quilombo mais famoso da história do Brasil.
O município de Garanhuns localiza-se no Agreste Pernambucano, a uma distância de 230 km do Recife. Garanhuns se destaca por situar-se em um Brejo de Altitude, logo, a cidade é conhecida como Suíça Pernambucana, por apresentar um clima ameno no verão e temperatura baixas no inverno, diferente da maior parte do estado de Pernambuco.
A economia do município baseia-se na pecuária (maior bacia leiteira de Pernambuco), na agricultura de sequeiro, na forte cultura da mandioca e, em algumas áreas, no plantio do café e cana-de-açúcar. Como nas demais regiões do estado, as melhores terras foram concentradas nas mãos de grandes proprietários e as comunidades camponesas foram imprensadas em pequenas faixas de terra, sofrendo constantes ameaças até os dias atuais.
A Origem da Comunidade Castainho - A história das comunidades negras do Brasil começou com a chegada dos navios negreiros. É uma história marcada por humilhação, violência e morte do povo africana, das mais diversas etnias, vítimas do tráfico negreiro. Por outro lado, a história é também marcada pela resistência, revolta e pela força dos grandes heróis, como Zumbi, Ganga e Zumba, que enfrentaram com garra os poderosos Senhores de Engenho.
Os mais velhos da comunidade de Castainho contam que tudo começou com um grupo de negros em fuga, da guerra contra o quilombo de Palmares, pelo Rio Mundaú. Nesta época, não existia povoado nem a cidade de Garanhuns, que só surgiu a partir dos vilarejos formados pelas tropas que combatiam os escravos fugidos e que se instalaram, em 1671, na Sesmaria dos Burgos de Nossa Senhora do Desterro.
Fonte: Revista Comissão pastoral da Terra / Castainho: contando sua história / Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2013.
Foto: Castainho / Créditos da foto: Carmelo Fioraso
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