Octávio Alves da Silva Rêgo

Alberto da Silva Rêgo*

Descendente de José Alves da Silva Tororó e Setembrina Escolástica do Rêgo Baldaia. O pai, em certa fase de sua vida, esteve militando na política. Talvez essa a razão do filho candidatar-se a Conselheiro Municipal, nos pleitos de 1889 e 1910, sendo em ambos derrotado. No sistema de votação "bico de pena", a oposição não tinha vez. Em 7 de outubro de 1890 entrou na função pública, onde se demorou pouco tempo. Vejamos o documento:

"A Intendência Municipal de Garanhuns, attendendo às boas qualidades que ocorrem na pessoa do cidadão Octávio Alves da Silva Rêgo, resolve nomeá-lo Exactor dos Impostos Municipais dos districtos de Angelim e São João, deste Município, e recebendo a percentagem da Lei que lhe será marcada na sua primeira prestação de contas e entrará em exercício logo que paguem o imposto devido. Eu, João Frederico do Rêgo Vasconcellos, secretário, a escrevi. Secretaria da  Intendência Municipal de Garanhuns, 7 de outubro de 1890. Amaro Augusto de Barros Correia" (assinatura).

Em 14/02/1882, Octávio Rêgo iniciava as suas atividades de fazendeiro, com 22 anos de idade, adquire uma parte de terra, por cinquenta mil réis, na propriedade Várzea. No meio social, fizera parte, desde 1901 da Sociedade São Vicente de Paulo, que tinha na Presidência - Júlio Brasileiro, Tesoureiro - Cantalice Melo e Secretário Hugo Aragão. Em 1912 no cargo de Suplente de Delegado; nos biênios 1912/14 e 14/16, no Sindicato Agrícola e Pastoril como Conselheiro Fiscal, conjuntamente com Firmo José de Santana e Jacintho de Medeiros; Em 1915, na qualidade de integrante da Guarda Nacional, ocupou o comando do 418º Batalhão de Infantaria com sede na Cidade Serrana; - Em 1912, Vice-Presidente da  Sociedade Prado Serra Branca, aceitando o convite do amigo Cícero Fonsêca.

Bimbe Tororó conta a seguinte história: Nascera em 22/12/1860 e casara-se em 1887, sendo no civil o Juiz dr. Joaquim Cordeiro Coelho Cintra e no religioso o vigário Pedro Pacífico de Barros Correia. Ambos, velhos amigos, nada cobraram. Os 4 vinténs que tinha no bolso foram para comprar cigarro. Estava feita a festa. Dois filhos: Pedro que falecera logo e Dario que ocupou o lugar de filho único. Já possuidor de terra e de alguns carros de bois, fazia o tráfego de mercadoria do Recife-Garanhuns, dispendendo, acredito, 12/15 dias, ida e volta. Com ele iam outros companheiros. Com o advento da linha férrea, continuou nesse negócio e, com as economias começou a comprar sítios nas redondezas e imóveis no período urbano da Cidade. A Fazenda "Os Forges", em 1918, foi vendida ao Sr. Pedrosa, onde situara uma cultura de café. O produto (cerca de 20 contos) começou a aplicar em construção de casas e meias-águas e estimava ter construído cerca de  50/60 imóveis para residência. Ingressou no comércio de madeiras e, até os noventa e três anos de idade, quando faleceu, ainda comercializava, com um pequeno armazém, vendendo caibros e ripas destinadas à construção.

O trabalho era o viver de Octávio Alves da Silva Rêgo, tendo por consorte Cecília dos Martírios Cardeal de Azevedo; provindo uma família numerosa - sete irmãos, as possibilidades de vencer na vida consistiam em persistir na labuta diária, com afinco. O sogro, Antônio Cardeal de Azevedo, grande fazendeiro na região, casara-se com Francisca Teodora Chaves, filha de João Ferreira Chaves, igualmente, possuidor de grande número de escravos, animais e outros bens. Octávio Rêgo faleceu em 16/01/1953, com 93 anos de idade. 

Fonte: Os Aldeões de Garanhuns/ Alberto da Silva Rêgo / 1987. Foi mantida a grafia da época.

Foto: Octávio Rêgo, no centro. A esquerda - Dário Rêgo (filho e os bisnetos - Maria da Penha, João Jerônimo; à  direita - Zózima S. Rêgo (nora) e os bisnetos: Cecília, Estela. Na 1ª fila - Alba Luci - Dário das Neves, Mário Fernando, Álvaro Eduardo, Aloísio Fernando,  Antônio Octávio (1950).