Em 15 de janeiro de 1917, estava destacando em Garanhuns, onde à frente de uma heroica esquadra, sob seu comando, constituída dos soldados Ezequiel Cabral de Souza, Pedro Antônio Dias, Francisco Maciel Pinto e Manoel João de Oliveira, defendeu a cadeia pública contra o assédio de mais de uma centena de cangaceiros, escrevendo com o seu sangue e dos demais defensores da cadeia, uma das páginas mais memoráveis e heroicas da Polícia Militar de Pernambuco.
O trágico episódio ficou registrado nos anais da história pernambucana como a Hecatombe de Garanhuns, uma vez que após o sacrifício da guarda, todas as pessoas que estavam refugiados no citado estabelecimento foram selvagemente exterminados.
Sob as ordens de Vicente de Tal, vulgo Vicentão, os cangaceiros dirigiram-se a cadeia, onde se achavam os infelizes destinados ao matadouro.
Ao chegar defronte a cadeia, Vicentão, medonho de ver, chapéu de couro enterrado na cabeça, rifle em punho, interpelou Cabo Cobrinha, que encontrava-se na porta da cadeia: "então entra nessa meleca ou não? ao que respondeu o policial: "só depois de passar por cima de meu cadáver". E partiu o primeiro tiro. A luta foi renhida e desigual. Mais de 100 facínoras, contra a guarda da cadeia com 5 homens. O tiroteio durou meia hora. A guarda, o cabo Antônio Pedro de Souza, o "Cobrinha", comandante do destacamento seus companheiros, todos os soldados da polícia, aceitaram com nobreza e bravura, o quinhão desigual e trágico que o destino lhe oferecia. Antônio Pedro de Souza tombou igualmente. Só depois de passar pelo cadáver do Cabo Cobrinha, os vândalos entraram na cadeia de Garanhuns.
Sangrando-o perversamente depois de morto, colocaram-no de bruços a porta da cadeia. A coice de rifle e punhais mataram os refugiados Sátiro Ivo, Manoel Jardim, J. Veloso, Júlio e Argemiro Miranda, Luiz Gonzaga e o médico Borba Júnior.
A matança foi completa e impiedosa, os sicários do déspota Júlio Brasileiro mataram homens inocentes, manchando assim a história de Garanhuns com uma nódoa jamais apagada da memória do nosso povo. Portanto, o Cabo Cobrinha escreveu o seu nome na história de Garanhuns com o seu ato de heroísmo.
Cabo Cobrinha nunca recuou do perigo e sempre que se deparava com situações impróprias e difíceis. Nunca a espingarda do cangaceiro nunca o punhal dos desordeiros os tinham feito vacilar nos postos de serviço que lhes foram entregues. Muitas ordens recebidas eram um convite para a morte. Portanto notou-se que esse graduado deveria ficar na História de Garanhuns, como um herói anônimo, sacerdote modesto do dever, corajoso e desprendido, chegou muitas vezes esquecer a família nas suas diligências policiais dificilmente executadas. Antônio Pedro de Souza, alistou-se na Polícia Militar de Pernambuco, no dia 1 de dezembro de 1909, com vinte e dois anos de idade, veio a jurar a Bandeira e tornou-se Soldado dedicado e prestativo. Foi aqui na terra de Simôa Gomes que se tornou uma figura venerável, e onde praticou o seu último ato heroico. Em dezembro de 1916, já como Cabo foi destacado para Bom Conselho e depois de um ano em janeiro de 1917, retornou para Garanhuns a fim de comandar o destacamento da cidade, onde veio a morrer.
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