Na vertigem do sol que se põe,
a imagem do Cristo estende
- desnudos - os braços. Sinto um início
de várias (e incisivas) coisas que começam
em mim sob a irritação do frio intenso que,
um corpo amorfo gira sobre a desnuda
imagem do Cristo.
É o Alto do Magano e o vento, ao soprar,
compõe uma canção (infelizmente sem letra)
que perambula entre as últimas nuvens que
circulam no horizonte desfeito em noitecer.
O Vento sopra (forte) e desenha, rápido como
quem corre, dentro do frio intenso, fantasma
(ou bonecos?) no painel dos meus olhos.
(Guardarei esses fantasmas para, no amanhã,
recordar mais uma vez - seria esta a última -
que fui testemunha do acontecido no Alto do Magano?).
A imagem do Cristo está desnuda e fria,
dentro do prelúdio de (a) noite (ser).
Consulto então o relógio como quem
surpreende o Tempo, debruçado na janela
aberta do agora.
A imagem treme de frio?
É o que indago.
E, na vertigem do sol que se põe,
levanto-me; e percorro as nuvens dos
meus périplos caminhares.
Foto: Cristo do Magano, Garanhuns, PE. Créditos da foto: Abdias Júnior
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