segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Na vertigem do pôr do sol, o prelúdio da noite

Cristo do Magano, Garanhuns, PE. Créditos da foto: Abdias Júnior

Waldimir Maia Leite

Na vertigem do sol que se põe, 

a imagem do Cristo estende

- desnudos - os braços. Sinto um início

de várias (e incisivas) coisas que começam

em mim sob a irritação do frio intenso que,

um corpo amorfo gira sobre a desnuda 

imagem do Cristo.


É o Alto do Magano e o vento, ao soprar,

compõe uma canção (infelizmente sem letra)

que perambula entre as últimas nuvens que

circulam no horizonte desfeito em noitecer.


O Vento sopra (forte) e desenha, rápido como

quem corre, dentro do frio intenso, fantasma

(ou bonecos?) no painel dos meus olhos.

(Guardarei esses fantasmas para, no amanhã,

recordar mais uma vez - seria esta a última - 

que fui testemunha do acontecido no Alto do Magano?).


A imagem do Cristo está desnuda e fria, 

dentro do prelúdio de (a) noite (ser).

Consulto então o relógio como quem

surpreende o Tempo, debruçado na janela

aberta do agora.


A imagem treme de frio?

É o que indago.

E, na vertigem do  sol que se põe,

levanto-me; e percorro as nuvens dos 

meus périplos caminhares.

Foto: Cristo do Magano, Garanhuns, PE. Créditos da foto: Abdias Júnior

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