Créditos da foto: Anchieta Gueiros | Sítio Aguazinha, Iati - PE | junho de 2017 |
Eu nasci em um ranchinho beira chão, num recanto de sertão, era meu reino encantado; duas nascentes ao lado, que jorrava a vida inteira, jorravam na cachoeira, enchia todo banhado; que banhava a natureza, tinha peixes muito grandes, que era a maior beleza; eu e papai íamos pescar, peixe assado no jantar, isso era com certeza.
Vida boa que passei, quando eu era criança, frutas tinha com abundância; mas tudo isso passou, só a lembrança ficou deste meu reino encantado.
Muitas árvores bonitas, lindos campos todos cobertos de flores, o perfume exalava quando o vento balançava aqueles cachos de flores.
Este mundo que vivi, era um mundo normal, o bem não temia o mau, e nem tão pouco se assustava; o homem tinha palavra, e não assinava papel, ainda tinha vergonha, se mandava o portador e a mercadoria chegava.
A moça via um rapaz e o rapaz gostava dela, ela ainda era donzela, ele se aproximava, enquanto não se casava, ele não tocava nela; o homem tinha palavra e a mulher lhe respeitava, isso é mandamento sagrado; era também estatuto lá do meu reino encantado. Este mundo já passou!
Vivi com os meus ancestrais, mundo que não volta mais; boas lembranças ficou, sei que não estou pra ver, pobre do meu sucessor.
O homem perdeu o rumo, o valor e a vergonha;
Ah! Que saudades eu tenho lá do meu reino encantado.
Passou e não volta mais.
Filho respeitava os pais, o homem tinha vergonha e a mulher lhe respeitava. A família se criava todos sempre em harmonia; mas se alguém se inflamava, e o outro acompanhava, logo seu pai olhava e voltava a alegria, todos ficavam calados.
Ai que saudade eu tenho... lá do meu reino encantado.
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