Temperamento alegre e folgazão, sempre presente nas reuniões sociais ou nos grupos de intelectuais do seu tempo, Lula Jardim, ao lado de Hibernon Wanderley, era também chamado um dos "modernistas", não só nas artes como também na literatura. Todas as ilustrações da Revista, foram de sua autoria.
Salvo engano de nossa parte, nos idos de 1931, Lula Jardim emigrou para o Rio de Janeiro, onde residiu com os seus familiares. Na Metrópole, o provinciano de Garanhuns, melhor desenvolveu os seus dotes intelectuais e a sua arte de pintor modernista, fugindo ao classicismo até então imperante e expondo com sucesso nos salões de arte do Rio de Janeiro.
Não perdendo contato com os seus parentes e amigos, muito embora em viagens esporádicas, porque realmente, "tem medo de viajar de avião", segundo me confirma a sua querida prima Dione Câmara, "domadora" do meu prezado companheiro e amigo Joel Dornelas Câmara, quando recordamos os seus livros dedicados a todas as crianças do Brasil e o seu magnífico "Confissões do meu tio Gonzaga", onde retrata fatos ligados aos seus parentes de sua Garanhuns, jamais esquecida.
Reencontro Luís Jardim, em 1946, nos salões do Palace Hotel, em companhia do saudoso mestre Nehemias Gueiros e Renato Carneiro da Cunha, quando profissionalmente defendia os interesses políticos da Coligação Pernambucana no Tribunal Superior Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal. Luís Jardim, já com alguns cabelos brancos, era o mesmo intelectual dos tempos que tanto admirava. Prosa solta e imagens bem sentimentais. Era o nordestino de sempre, fiel às suas raízes. (Alfredo Vieira | Garanhuns do Meu Tempo | 1981).
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