Espingardinha, junto com o zagueiro Lula, disputou todos os jogos da conquista do tricampeonato de 1950-51-52. De qualidade técnica indiscutível, o jogador, que ainda tinha a raça como umas das principais características, também era um líder dentro de campo, onde desempenhou a função de capitão do time do Náutico por muito tempo. Além disso, nos Aflitos, atuou como treinador em algumas situações. Fora das quatro linhas, continuou colaborando com o Clube Náutico Capibaribe, desta vez, como diretor.
Vestido a camisa alvirrubra, Espingardinha conseguia equilibrar a vontade de vencer com a lealdade. A prova disso é que foi agraciado pela Confederação Brasileira de Futebol como o Prêmio Belfort Duarte, concedido ao seleto aos jogadores que passam 200 jogos ou 10 anos sem serem expulsos.
Longe do mundo da bola, Ivanildo foi um conceituado executivo do Grupo Financeiro Banorte.
A seguir, trechos de uma longa entrevista concedida aos jornalistas Lenivaldo Aragão e Sílvio Oliveira, que já nos deixou há bastante tempo, para o JORNAL DO COMÉRCIO, em 1987:
INGRESSO NO NÁUTICO
“Cheguei no Náutico a 29 de setembro de 1945, à noite. Em Garanhuns eu era torcedor do Santa Cruz. Chegaram lá Arthur Carvalheira, José Luiz de Souza – Zé Luiz Cara de Gato – e Iran Inojosa. Eu trabalhava em Souza Irmãos S/A, uma firma sediada em Caruaru. Como tinha uma namorada no Recife, resolvi aproveitar o convite deles para vir para o Náutico, pensando mais em dar o passeio. Chego no Náutico, encontro alguns companheiros do Colégio Diocesano de Garanhuns, que me pediram para ficar, como Fernando Rego Barros, que jogava no quadro de aspirantes. Dr. Neto Campelo Júnior era o presidente do Náutico, e depois de eu ter treinado, me levaram à sua presença, na Cooperativa dos Banguezeiros (órgão ligado à agricultura canavieira), no Edifício Sulacap. Enquanto eu passava uma semana no Náutico, aproveitei uma coleção que havia na biblioteca do clube e passei a ler as obras de Machado de Assis. Quando fui levado à presença do Dr. Neto Campelo, uma figura extraordinária, que mais tarde seria ministro de Getúlio Vargas, fui lendo um livro no bonde. Eu já tinha o diploma de Ciências Contábeis, ganhava 1.300 cruzeiros por mês, um bom salário, e disse ao Dr. Neto Campelo: ‘Não sou, necessariamente, jogador de futebol, pois tenho minha profissão e pretendo vir para o Recife.' Amigos meus de colégio, como Rubens Costa (futuro superintendente da Sudene, presidente do Banco do Nordeste e do Banco Nacional da Habitação-BNH) e Waldimir Maia Leite (jornalista) já tinham vindo para o Recife e eu me mostrei interessado também. Disse a Dr. Neto Campelo que não assinaria contrato de profissional de futebol por considerar tal contrato um documento extravagante.
Click no link abaixo e saiba mais:
https://www.nautico-pe.com.br/noticias/1672/espingardinha-um-icone-alvirrubro
Fotos: (1) - O time invicto do primeiro tricampeonato (1950/51/52): Manuelzinho, Caiçara e Lula, Gilberto, Irani e Jaminho, Hélio Mota, Ivanildo, Ivson, Marcos e Wílton (2) - Ivanildo ganhou o apelido de Espingardinha por ser alto e magro (3) - Ivanildo Souto da Cunha e o Monsenhor Adelmar da Mota Valença.
Créditos das fotos: Livro - O Náutico a Bola e as lembranças do escritor Lucídio José de Oliveira e o Livro - Diocesano de Garanhuns e Monsenhor Adelmar de corpo e alma do escritor Manoel Neto Teixeira.
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