Waldimir Maia Leite
Longo já é o caminho,
percorrido. (Onde estão
nossas botas de sete léguas
para encontrar no infinito
perdidas linhas paralelas?).
E ao sol e chuva estamos,
a sós. Pois noite existe
apenas lembrança, que
o tempo mantém morto,
e insepulto. Então, paramos.
E após, cruzamos caminhos diversos,
embora de mãos dadas. Falanges
entre falanges, esmagadas. (Por que
estas pétalas mortas,
e insepultas, na verde relva
ao longo caminho?).
Não te movas, ou te transformas
em estátua de sal. (Pois a
mulher de Lot ainda espera
inútil milagre do retorno
à humana forma de carne
e pecado; ao sol e chuva).
Recife, Julho de 1971.
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