sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Fazendeiro Antônio Cardeal de Azevedo

[Garanhuns] - Trineto de Simôa Gomes, filho de João Ferreira de Azevedo e Ana Joaquina dos Santos, tinha 14 irmãos. Nascido em 24 de novembro de 1824 e falecido em 09 de outubro de 1914. casado com Francisca Theodora Chaves, ela filha de João Ferreira Chaves, riquíssimo fazendeiro, possuidor de grande número de escravos, gado e bens outros. Tiveram 6 filhos.

Nomeado Juiz Municipal de acordo com o expresso abaixo: "O Vice-Presidente da Província de Pernambuco, usando da atribuição que lhe confere o art. 19 de Lei nº 261 de 3 de dezembro de 1841, e atendendo às qualidades que concorrem na pessoa de Antônio Cardeal de Azevedo, resolve nomeá-lo para servir o cargo de 5º Suplente de Luiz Municipal e de  Orphãos do termo de Garanhuns, por quatro ano." (assina o título de nomeação: Francisco de Jesus Pereira Rodrigues. Em 12 de junho de 1870".

Em janeiro de 1879 a Vila de Garanhuns passou à categoria de Cidade, e a Câmara de Vereadores foi empossada em 08 de janeiro de 1877, com sete membros. Pelo fato acima, tiveram que convocar os suplentes: Francisco Gomes de Melo Rocha e Antônio Cardeal de Azevedo, a fim de complementar a Câmara e com mandato até janeiro de 1881. Na formação legal do 1º Governo Municipal do Regime Republicano, realizada em 30 de setembro de 1891, com o Alferes Joaquim Correia Brasil, Antônio Cardeal de Azevedo foi o mais votado - 733 votos, para o Conselho Municipal, cuja eleição foi anulada. Desde então, não mais se meteu em política. Tinha a patente de Capitão da Guarda Nacional.

A libertação dos escravos havia trazido problemas seríssimos aos fazendeiros que ficaram sem a mão-de-obra escrava e sem nenhuma recompensa pelo Governo Federal a fim de equilibrar a área econômica. O debacle foi grande. Mesmo assim, Antônio Cardeal continuou na sua faina agropecuária, inclusive adquirindo mais propriedades.

Antes da abolição da escravatura, comprara uma parte de terra ao Sr. João Correia Brasil, por 50$000, situado no sítio São Pedro, Garanhuns, 05 de abril de 1853; Idem ao Sr. Luís Antero Alves Moreira e esposa Gertrudes Dias de Araújo, na propriedade Canhoto, freguesia de São Bento, herdade da sogra Maria P. de Souza, por 50$000, Flamengo 10 de dezembro de 1876; Idem à viúva Francisca Justina de Oliveira, que fora doada ao seu marido João Pinto Soares por sua irmã Maria Joaquina Caldas, na propriedade São Pedro, por 150$000, Garanhuns, em São Pedro, 01 de setembro de 1878; Idem ao Sr. Porfírio Pinto Soares e Maria Josefa do Espírito Santo, havido por herança de seu pai João Pinto Soares e sogro, no Sítio Grota, conjunta à propriedade São Pedro por 50$000, Garanhuns, Várzea, 28 de outubro de 1876; Idem a Josefa Francisca de Oliveira, herança do finado pai João Pinto Soares, cuja terra anexa à propriedade São Pedro, seis braças e dois palmos e meios, por 7$000, São Pedro, 19 de dezembro de 1978; Idem a Cândida Ferreira de Azevedo, havido por herança dos finados pais Vicente Ferreira da Silva e Francisca Maria de Jesus, na propriedade Várzea por 20$000, 26 de março de 1880; Idem a Francisco Cecílio Manso e Luiza Flora Cavalcante,  havido por compra a Severino Irmãos Cia., que na margem do rio Mundaú, na propriedade Várzea por 200$000, Várzea, 01 de abril de 1882; Idem a Francisco José de Lima e Maria Madalena Bezerra, adquirida a Antônio Francisco da  e esposa na propriedade Várzea por 15$000, Caetano, 29 de abril de 1883; Idem a Antônio Maria de Araújo, Francisco Sabino de Araújo e Ana Maria de Araújo, havido por  herança do finado avô João Pinto Soares, na propriedade Jardim, por  10$000, Campo Alegre, 12 de junho de 1885. Após a abolição da escravatura: Uma parte de terra a Sandra Francisca de Almeida, no sítio Várzea, confrontando com terras de Guilherme Ferreira da Silva e Joaquim Bahia de Melo por 30$000, Garanhuns 28 de setembro de 1890; Idem a Antônio Maria de Figueiredo e Ana Tranquilina Santos de Figueiredo, na propriedade Várzea que houvera por compra a Francisco de Almeida, por 50$000, Garanhuns, 13 de junho de 1892; Idem a Joaquim Bahia de Melo e Ana Abdias Cardeal, no sítio Várzea, que houve por compra a Luís Ferreira da Silva pelo preço de 100$000, Garanhuns, 24 de abril de 1894; Idem à Senhorinha Ferreira da Silva, uma posse de terra na propriedade Várzea, havido por herança de seus antepassados, pela quantia de  100$000. Várzea, 24 de novembro de 1903.

Em 02 de setembro de 1905, Antônio Cardeal de Azevedo estava pagando na Coletoria Estadual, imposto territorial de dois mil e duzentos réis - 2$200 sobre o valor calculado nas suas terras na Várzea estimadas em cinco contos de réis 5.000$000. Havia adquirido a Francisco Cecílio Manso e esposa Luiza Flora Cavalcante, o sítio São Paulo, na propriedade Várzea por 5.000$000. Ele sempre dizia: "Quando eu deixar de trabalhar, numa semana, estou morto". E isso é que se verifica de toda uma existência do velho Antônio Cardeal de Azevedo. (Fonte: Alberto da Silva Rêgo | Os Aldeões de Garanhuns | 1987).

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