Cyl Gallindo | Recife - PE, 1996
Nós nos conhecemos numa noite de São João.
Aqueles fogos explodindo era música.
A música, singular, era o enlevo de toda a noite.
Os nossos corpos...
...ah! Os nossos corpos!
Ardiam mais do que os lenhos na fogueira,
e as nossas mãos se engoliam de ternura!
Foi aí que descobrimos a eternidade,
onde não há passado, onde não há futuro.
Há o presente...concreto, definitivo,
multiplicando-se a cada instante,
eternizando este ambiente:
Onde quer que alguém, sensível, esteja
servindo-se de pamonha, canjica, mungunzá,
cuscuz com leite, tapioca ensopada, queijo assado,
milho verde, bolo de macaxeira, pé-de-moleque,
mais uma xícara de café, feito na hora!
tudo com cheiro muito próprio e com calor,
não só alimenta o corpo e o espírito
estará, seguramente, reconstruído
o mais puro momento de um gesto de amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário