segunda-feira, 28 de agosto de 2023

A voz do silêncio

Onilza Braga / Agosto de 1996

O silêncio do tudo

O silêncio do nada

O silêncio embaraçoso que nada diz

E nos inquieta e angustia

O silêncio de quem nada mais tem para dizer

O silêncio vazio, no qual nem o eco do passado ressoa

O silêncio frio

Desenvolvido

Despido

O silêncio do nada

O silêncio

No qual rebuscamos nossos cérebros

À procura de palavras de quaisquer origens

Que nos definam a plenitude que sentimos

O êxtase

O prazer de ser 

A harmonia do completo

A essência

O valor da quietude

E não encontramos palavra alguma em nosso

pequenino e limitado mundo onde só as coisas simples

têm códigos e fórmulas e símbolos e palavras que as expliquem

Então descobrimos que em vão procuramos definir

O Superior

O Pleno.

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